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ECONOMIA & FINANÇAS

MAIS UMA GREVE NA SATA

A companhia aérea açoriana SATA confirmou hoje ter recebido um pré-aviso de greve para uma paralisação dos tripulantes de cabine de 23 a 26 de Agosto convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).

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A companhia aérea açoriana SATA confirmou hoje ter recebido um pré-aviso de greve para uma paralisação dos tripulantes de cabine de 23 a 26 de Agosto convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).

Esse pré-aviso de greve é para a SATA Air Açores, que assegura a ligações aéreas entre as nove ilhas dos Açores, e para a Azores Airlines que faz voos de e para fora do arquipélago, segundo adiantou à agência Lusa o porta-voz do grupo SATA, António Portugal.

“Como é normal nestas situações, há sempre uma tentativa de entendimento e de concertação ao nível do Tribunal Arbitral e, não havendo acordo de ambas as partes, é o Tribunal Arbitral que define quais os serviços mínimos que serão aplicados nos dias da greve”, explicou o porta-voz da companhia aérea.

António Portugal disse ainda “já foram definidos os serviços mínimos para os voos da Azores Airlines”.

Os tripulantes de cabine da transportadora aérea SATA estiveram no início de junho em greve, convocada pelo SNPVAC, um mês depois de uma outra paralisação.

O incumprimento de vários pontos do clausulado do acordo de empresa foram uma das razões apontadas para a greve, assim como a reivindicação de melhores condições de trabalho.

O PSD/Açores denunciou hoje que a SATA “está a bloquear todos os voos de 21 a 28 de agosto”, considerando que a “administração da SATA e o Governo Regional não podem fazer da falta de informação sobre a companhia uma ferramenta essencial de uma gestão que se está a revelar danosa, tendo em conta o caos que se vive na transportadora pública desde as últimas semanas”.

“De acordo com a página da transportadora aérea açoriana na internet, o bloqueio decorre do facto de não existirem lugares disponíveis nos voos programados para este período. Ou seja, os voos estão totalmente cheios nas rotas inter-ilhas e nas rotas para fora da região”, sustentou o partido num comunicado.

O PSD/Açores alertou ainda que “existem informações que apontam outra causa” e que “se prendem com a possibilidade de ser convocada uma greve para este período, desconhecendo-se, para já, por que classe profissional da aviação”.

Para o partido, a hipótese de paralisação da SATA “é uma notícia desastrosa com impacto gigantesco na transportadora, nos açorianos, nos turistas e na imagem da região com destino turístico”, exigindo por isso que “a SATA e o presidente do Governo dos Açores esclareçam de forma séria e rigorosa o que está efetivamente em causa para que a companhia tenha bloqueado novas reservas nos seus voos entre os dias 21 e 28 de agosto”.

Sobre este assunto, o porta-voz da companhia, António Portugal, esclareceu que “a SATA, tendo em consideração os quatro dias de greve e de modo a proteger os passageiros que eventualmente possam ficar afetados pela paralisação, decidiu bloquear as vendas para dois antes e dois dias depois da greve para os voos que não fazem parte dos serviços mínimos”.

A Lusa tentou obter mais informações sobre a greve junto do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil que remeteu esclarecimentos para mais tarde.

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SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS

Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.

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Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.

Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).

Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.

Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.

Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.

Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.

Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.

Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.

Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.

Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.

No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.

Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.

O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).

A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.

Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.

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ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES

As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.

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As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.

Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).

“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.

Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.

O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.

No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.

O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.

Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.

A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.

De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.

O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.

O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.

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