INTERNACIONAL
GUERRA: UCRÂNIA ACUSA RÚSSIA DE 137 MIL CRIMES DE GUERRA … ATÉ AGORA
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje as forças russas de cerca de 137 mil crimes de guerra durante a invasão da Ucrânia, e apelou para a responsabilização dos países que violam as regras do Tribunal Internacional Penal (TPI).
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje as forças russas de cerca de 137 mil crimes de guerra durante a invasão da Ucrânia, e apelou para a responsabilização dos países que violam as regras do Tribunal Internacional Penal (TPI).
Zelensky, que insistiu na exigência de que o “país ocupante deve ser responsabilizado pelas suas ações”, afirmou que “provavelmente não há nenhum país no mundo que não tenha ouvido falar do que a Rússia” fez na Ucrânia, segundo um discurso na conferência “Unidos pela Justiça” divulgado pela presidência.
“A justiça não conhece fronteiras. Deve ser valorizada igualmente em todos os lugares: Europa, América, Ásia, África, Oceânia”, defendeu o líder ucraniano ao abordar os crimes de guerra atribuídos às tropas de Moscovo desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
Da mesma forma, destacou a importância de respeitar o Estatuto de Roma, base constitutiva do Tribunal Penal Internacional (TPI).
“Foi recentemente aberta uma exceção com [o Presidente russo, Vladimir] Putin na Mongólia. E esta não é apenas da responsabilidade de uma pessoa: é da responsabilidade do mundo inteiro travar a degradação do sistema jurídico, evitar a destruição das normas que ainda permanecem”, lamentou.
O Presidente ucraniano aludia à visita, em 03 de setembro, de Putin à Mongólia, país-membro do TPI, que emitiu um mandado de captura contra o líder do Kremlin devido ao seu envolvimento na deportação de crianças da Ucrânia para a Rússia.
“O sistema jurídico deve funcionar de tal forma que o Estatuto de Roma, e em particular a ordem emitida pelo Tribunal Penal Internacional contra o principal criminoso russo, restrinja verdadeiramente as suas atividades e garanta o seu isolamento”, sublinhou.
Zelensky referiu-se também aos crimes imputados às forças russas no cerco de Mariupol, no sul da Ucrânia, na prisão de Olenivka, no leste, e aos massacres de civis em Bucha, nos arredores de Kyiv, e em Yahidne, no norte do país, todos nos primeiros meses do conflito, destacando “dezenas de imagens horríveis, dezenas de momentos aterrorizantes em cidades e aldeias ucranianas”.
No final, deixou um aviso para o Brasil, que se prepara para acolher a cimeira do G20.
“Ouvimos sinais do Governo brasileiro de que planeavam convidar Putin. Mas para que isso aconteça, teriam de contornar a lei, violar o sistema jurídico e mais uma vez ignorar o Estatuto de Roma. Não deveria haver consequências para isso?”, questionou.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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