CIÊNCIA & TECNOLOGIA
HUAWEI QUER DESENVOLVER O 5G EM PORTUGAL
A chinesa Huawei garantiu hoje à agência Lusa estar ‘determinada’ em continuar a trazer para Portugal ‘as tecnologias e produtos mais inovadores, incluindo a tecnologia 5G’.
A chinesa Huawei garantiu hoje à agência Lusa estar “determinada” em continuar a trazer para Portugal “as tecnologias e produtos mais inovadores, incluindo a tecnologia 5G”.
“A Huawei está determinada em continuar a trazer para Portugal as tecnologias e os produtos mais inovadores, incluindo a tecnologia 5G [quinta geração de internet móvel], que lidera em todo o mundo”, refere a multinacional de telecomunicações numa declaração escrita enviada à Lusa.
Salientando operar “em mais de 170 países e regiões” e fornecer “equipamentos de rede de telecomunicações e ‘smartphones’ seguros e inovadores para mais de três mil milhões de pessoas”, a Huawei garante que “não registou qualquer ameaça de segurança cibernética nos últimos 30 anos”.
“A Huawei não permite e nunca permitirá a existência de qualquer partilha indevida de dados através dos seus equipamentos”, assegura, apelando para que “não se distorça a evolução da tecnologia com uma discussão sobre interesses geopolíticos internacionais” e reconhecendo “o apoio dos seus clientes em todo o mundo, em particular, dos seus clientes em Portugal”.
Os EUA estão entre um grupo de países que têm manifestado preocupações relativas à segurança dos serviços prestados pela chinesa Huawei, por alegadamente estar sob a influência de Pequim, tendo as suas redes de 5G sido banidas de alguns mercados por motivos de segurança nacional. Na mesma linha, também Bruxelas veio dizer que os países da União Europeia devem preocupar-se com os riscos de entregar a rede 5G a empresas chinesas como a Huawei.
Em dezembro do ano passado, durante a visita a Lisboa do Presidente chinês, Xi Jinping, foi assinado entre a Altice e a empresa chinesa um acordo para o desenvolvimento da próxima geração da rede móvel no mercado português.
Em entrevista à agência Lusa, quando questionado sobre a relação de Portugal com a Huawei, tendo em conta este cenário, o presidente executivo da Altice Portugal disse que a multinacional chinesa é uma parceira estratégica, mas que se houver “decisões políticas antagónicas” a dona da Meo terá de “estudar e esclarecer” como é que poderá trabalhar nesse ambiente.
“A Huawei é um ‘player’ a nível mundial. Há países que decidiram ‘bani-los’ nessa perspetiva”, começou por dizer Alexandre Fonseca, acrescentando: “Admito que seja um cenário. Não vou comentar. Do nosso lado, do grupo Altice, em particular da Altice Portugal, são um parceiro estratégico, têm estado à altura daquilo que são os seus desafios. Não temos qualquer suspeita de qualquer tipo de atuação menos rigorosa por parte da Huawei”.
LUSA
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
O MANTO DA TERRA É MENOS MISTURADO DO QUE SE PENSAVA – ESTUDO
Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.
Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.
Ambas as ‘ilhas’ foram descobertas no final do século passado. Os investigadores definem-nas como dois “supercontinentes” localizados entre o núcleo e o manto da Terra: um sob África e o outro sob o Oceano Pacífico, ambos a mais de 2000 quilómetros abaixo da superfície da Terra.
“Estas duas grandes ilhas estão rodeadas por uma espécie de ‘cemitério’ de placas tectónicas que foram transportadas para lá por um processo de subducção, em que uma placa submerge sob outra e se afunda da superfície da Terra até uma profundidade de quase 3.000 quilómetros”, realçou Arwen Deuss, sismóloga da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, e uma das autoras do estudo publicado na quarta-feira na revista Nature.
Até agora, os modelos sísmicos utilizavam apenas velocidades de onda para distinguir a composição e as características térmicas de diferentes partes da estrutura interna da Terra.
A investigação atual combinou as velocidades das ondas com uma técnica chamada “observações de atenuação” que permitiu o estudo do interior da Terra em três dimensões, algo “fundamental para compreender a evolução da composição” do manto, apontaram os autores.
A nova técnica permitiu-lhes “obter uma visão do interior do planeta, semelhante à que os médicos obtêm do corpo humano através dos raios X”.
Os resultados indicaram que, quando atingem estas ‘ilhas’ interiores do tamanho de continentes, as ondas abrandam porque a temperatura é mais elevada.
Ao estudar a composição dos minerais no manto, os investigadores descobriram também que o tamanho dos grânulos minerais nestas ‘ilhas’ gigantes é visivelmente maior do que nas placas tectónicas ‘mortas’ que as rodeiam.
“Estes grânulos minerais não crescem de um dia para o outro, o que só pode significar uma coisa: são muito maiores, mais rígidos e, por isso, mais antigos do que os cemitérios de camadas mortas circundantes. Isto indica que as ‘ilhas’ não participam no fluxo no manto terrestre”, explicou outra autora, Sujania Talavera-Soza, da mesma universidade.
“Ao contrário do que nos ensinam os livros de geografia, o manto também não pode ser bem misturado. Há menos fluxo no manto terrestre do que pensamos”, acrescentou Talavera-Soza.
O conhecimento do manto terrestre é essencial para compreender a evolução do planeta e de outros fenómenos à superfície da Terra, como os vulcões e a formação de montanhas.
Para este tipo de investigação, os sismólogos aproveitam as oscilações provocadas por fortes sismos que ocorrem a grandes profundidades, como o que ocorreu na Bolívia em 1994 — 650 quilómetros abaixo da superfície — sem causar danos ou vítimas, e a descrição matemática da força destas oscilações.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
UNIVERSIDADE DE COIMBRA LANÇA LIVRO PARA IDENTIFICAÇÃO DE ABELHAS DE PORTUGAL
A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.
A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.
A obra “Chaves Dicotómicas dos Géneros de Abelhas de Portugal. Hymenoptera: Anthophila”, uma adaptação e tradução de “Key to the Genera of European Bees (Hymenoptera: Anthophila)”, é o primeiro a ser publicado sobre o tema para Portugal e em português, revelou a FCTUC, em nota enviada à agência Lusa.
Produzido no âmbito dos projetos PolinizAÇÃO e EPIC-Bee, em colaboração com a Imprensa da Universidade de Coimbra, o livro já está disponível para ‘download’ gratuito.
“Desenvolvido como uma ferramenta para a identificação de géneros de abelhas, o livro destina-se principalmente a um público académico e técnico, constituindo um marco significativo no campo da entomologia e um contributo valioso para a conservação dos insetos polinizadores”, referiu a FCTUC.
A produção do livro técnico contou com o envolvimento de investigadores do FLOWer Lab do Centro de Ecologia Funcional e do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, nomeadamente Hugo Gaspar, Sílvia Castro e João Loureiro.
“Este livro preenche uma lacuna de décadas na investigação sobre as abelhas selvagens em Portugal, uma vez que atualiza o conhecimento e aproxima-o da comunidade entomológica nacional através da adaptação e tradução para a língua portuguesa”, afirmou o entomólogo e aluno de doutoramento da FCTUC, Hugo Gaspar.
O trabalho “será extremamente útil não só para investigadores que trabalham no estudo e conservação de polinizadores, mas também para estudantes, naturalistas e para todos os que tiverem interesse em aprender sobre a identificação de abelhas”, acrescentou.
A obra contou também com a colaboração do investigador da Universidade do Porto, José Grosso-Silva, e da equipa de investigadores ligada ao Laboratório de Zoologia da Universidade de Mons (Bélgica), através dos projetos europeus Spring, Orbit e Epic-Bee.
A FCTUC declarou que este lançamento reforça o compromisso da Universidade de Coimbra em promover a ciência e desenvolver ferramentas de apoio à investigação científica e ao conhecimento sobre biodiversidade.
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