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INGLATERRA: CADÁVERES DE SEM-ABRIGO ENCONTRADOS NO LIXO

Com a chegada do Inverno, os responsáveis pela limpeza urbana do Reino Unido desenvolveram procedimentos de modo a evitar que os sem-abrigo sejam atirados para os camiões de recolha de detritos sem que ninguém dê por isso.

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Com a chegada do Inverno, os responsáveis pela limpeza urbana do Reino Unido desenvolveram procedimentos de modo a evitar que os sem-abrigo sejam atirados para os camiões de recolha de detritos sem que ninguém dê por isso.

Os funcionários responsáveis pela limpeza urbana na Grã-Bretanha estão já acostumados a estarem atentos a gatos e outros animais que se acomodam dentro dos depósitos de lixo. No entanto, os lixeiros encontram cada vez mais cadáveres de sem-abrigo e mendigos a dormirem nestes locais.

Com a chegada do Inverno, o problema agrava-se. Ao The Times, um funcionário responsável pela limpeza de Westminster, um bairro londrino, afirmou que a sua maior preocupação são as pessoas que pernoitam nestes locais. “Seria terrível se, sem ninguém se aperceber, estas pessoas fossem atiradas para o compressor do camião do lixo”, disse.

A verdade é que acidentes deste tipo se têm multiplicado. Em Rochester, na Inglaterra, um sem-abrigo ficou com a bacia e a perna fraturadas após ter sido comprimido num camião de recolha de detritos. O indivíduo acabou por falecer no hospital, devido às complicações graves causadas pelo acidente.

O francês Le Monde detalhe que com a chegada do Inverno e a falta de abrigos para populações vulneráveis há maior medo de um aumento destes fenómenos, dado que já se tornaram quase banais. De acordo com o jornal, uma associação reportou 11 pessoas mortas por terem dormido em contentores de lixo, entre 2010 e 2016. Só em 2016, cerca de 135 sem-abrigo foram encontrados a dormir nestes locais.

A preocupação crescente com este fenómeno faz com que o Reino Unido comece a tomar algumas medidas. No sul de Londres, por exemplo, foram colocados vários cartazes junto a depósitos de lixo pedindo atenção redobrada aos funcionários responsáveis pela recolha.

Os funcionários de limpeza pública denunciam que é bastante comum encontrar sem-abrigos, toxicodependentes e pessoas embriagadas em contentores de lixo. “O verdadeiro perigo é quando alguns deles adormecem profundamente e não ouvem o camião“, conta um dos lixeiros.

Agora, o procedimento dos funcionários britânicos inclui um novo protocolo: movimentar as camadas de detritos que se encontram na superfície de modo a tentar acordar eventuais pessoas que adormecem nestes locais.

A baixa taxa de desemprego e a aparência próspera de Londres disfarçam esta problemática, segundo o Le Monde. Para o jornal, a crise financeira de 2008, os preços altos e a austeridade dos governos conservadores a partir de 2010 obrigaram muitas pessoas a viver na rua.

Cerca de um quinto da população do Reino Unido, quase 14 milhões de pessoas, fazem parte deste grupo

RFI | ZAP

INTERNACIONAL

BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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