CIÊNCIA & TECNOLOGIA
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL USADA NA DESINFORMAÇÃO SERÁ UM PERIGO À DEMOCRACIA
O cientista informático Kalev Leetaru alertou hoje que a desinformação e as falsidades com recurso a inteligência artificial (IA) são dos maiores perigos para a democracia.
O cientista informático Kalev Leetaru alertou hoje que a desinformação e as falsidades com recurso a inteligência artificial (IA) são dos maiores perigos para a democracia.
Numa palestra na Web Summit, em Lisboa, Kalev Leetaru apontou que a criação de falsidades é a sua maior preocupação, remetendo para a dificuldade em conter a informação errada.
Na sua intervenção, o norte-americano estabeleceu uma diferença entre dois termos ingleses que são, regularmente confundidos: ‘misinformation’ e ‘disinformation’, traçando a linha de diferença na intenção que motiva a propagação das informações errados.
O termo ‘misinformation’ tende a ser aplicado a “falsidades inadvertidas”, ao passo que a desinformação apresenta um ator que “maliciosamente tenta conduzir a narrativa”, explicou o cofundador do Project GDELT (Base de Dados Global de Acontecimentos, Linguagem e Tom,a sigla inglesa).
“É uma distinção subtil, mas diz respeito ao que realmente falamos quando nos referimos à propagação de falsidades no mundo: nem sempre é malicioso e nem sempre há alguém a tentar enganar alguém”, afirmou o cofundador do Projeto GDELT.
“Por vezes olhamos para imagens que são partilhadas nas plataformas sociais quando há algum evento a acontecer, elas são partilhadas e a sensação é que isso é o que está a acontecer. Não se pretendia enganar, só havia falta de informação.
Leetaru exemplificou com imagens geradas por inteligência artificial, como o papa Francisco em casacos vistosos ou o ex-Presidente norte-americano Donald Trump a ser detido de forma aparatosa.
“Muitas das vezes, como no caso da imagem do papa, isso não começou como uma tentativa de desinformação, começou num portal de moda que dizia que era uma imagem ‘cool’, e foi passando e passando”, até que perdeu o contexto original.
As imagens geradas por inteligência artificial são, para o norte-americano, o que mais o assusta, muito devido à facilidade associada à sua criação.
“Há alguns anos foi questionado sobre as primeiras tecnologias de ‘deepfakes’. E eu disse ‘isto é assustador, mas tens de ter imensas capacidades para usar estas ferramentas’”, recordou, contrapondo com a simplicidade de hoje.
“Podes tirar o teu telemóvel, descarregar algumas destas ferramentas e utilizá-las diretamente no teu telemóvel”, disse, explicando que hoje basta um pequeno comando por palavras.
Na sua opinião, estes elementos poderão ser, também, uma ameaça à democracia, não só porque já houve políticos a desvalorizarem vídeos reais como sendo falsos, mas também porque as plataformas sociais não estão preparadas para lidar no imediato com material falso.
“Imagina que é a manhã do dia das eleições e um vídeo surge com algo realmente catastrófico. Consegues entender que poderia alterar o rumo dessas eleições”, alertou.
Também nas redes sociais, Leetaru apontou para a propagação de rumores e para os vieses de confirmação em momentos como as guerras.
“Temos visto a quantidade de desinformação e de falsidades inadvertidas desde os terríveis ataques de 07 de outubro em Israel nas redes sociais tem crescido de forma exponencial, e tem sido muito, muito difícil”, lamentou.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS
Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.
Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.
O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.
“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.
Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.
Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.
“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.
“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.
Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.
Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.
Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.
“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.
O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.
Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).
Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN
Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.
Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.
De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.
Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).
Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).
Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.
Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.
Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.
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