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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

INVESTIGADORES DESENVOLVEM ROBÔ E JOGO INCLUSIVOS PARA BRINCAR E APRENDER

A investigadora do Interactive Technologies Institute, Ana Cristina Pires, apresentou recentemente o projeto TACTOPI numa conferência internacional, um trabalho desenvolvido em colaboração com Hugo Nicolau, também do Interactive Technologies Institute, e com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

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A investigadora do Interactive Technologies Institute, Ana Cristina Pires, apresentou recentemente o projeto TACTOPI numa conferência internacional, um trabalho desenvolvido em colaboração com Hugo Nicolau, também do Interactive Technologies Institute, e com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

O TACTOPI é um ambiente multissensorial inovador concebido para revolucionar a robótica inclusiva e lúdica para crianças com capacidades visuais mistas. A recente investigação já demonstrou o potencial do TACTOPI na promoção de comportamentos inclusivos, na melhoria das competências sociais, cognitivas e motoras, bem como na promoção do desenvolvimento positivo entre as crianças. O TACTOPI combina interação tangível e a presença de um robô amigável para criar uma experiência lúdica imersiva e inclusiva para crianças com habilidades visuais mistas.

Esta solução tecnológica consiste num conjunto de cartas de desafio, cada uma representando uma missão de navegação associada a um oceano e a um animal em vias de extinção. O jogo inclui cartões com tecnologia NFC, um desenho em relevo do animal ameaçado de extinção, contraste visual para ajudar a detetar os contornos dos elementos e braille. Além disso, as crianças podem colocar o cartão numa “pedra mágica” para ouvir o respetivo desafio.

Uma das descobertas mais significativas da investigação é o impacto positivo da interação tangível do TACTOPI nas experiências de jogo. “Ao incorporar objetos físicos e superfícies interativas, o TACTOPI permite que as crianças explorem, manipulem e interajam com o seu ambiente de uma forma acessível e envolvente”, explica Ana Cristina Pires. Esta abordagem prática melhora suas habilidades motoras e promove o desenvolvimento cognitivo e habilidades de resolução de problemas.

Além disso, o estudo destaca o papel crucial da robótica lúdica na educação inclusiva. A presença de um robô amigável dentro do ambiente TACTOPI atua como um mediador, incentivando a colaboração, a tomada de turnos e a empatia entre as crianças. A atividade fomenta relações sociais positivas e promove comportamentos inclusivos, criando um ambiente onde as crianças com capacidades visuais mistas podem prosperar e interagir com os seus pares.

Os investigadores concluíram que o TACTOPI tem potencial para ser usado em ambientes de educação inclusiva, como escolas e museus, e destacaram a importância de projetar tecnologias inclusivas que considerem a diversidade das necessidades e preferências das pessoas. Para compreender os benefícios a longo prazo do TACTOPI, a equipa de investigadores planeia continuar a monitorizar longitudinalmente os resultados da sua abordagem.


O Interactive Technologies Institute é um centro de investigação dedicado ao avanço da tecnologia digital e das suas aplicações em várias áreas, explorando a relação entre as pessoas e as tecnologias digitais. O seu objetivo é projetar cuidadosamente sistemas e serviços interativos inovadores que harmonizem as relações entre os seres humanos, o meio ambiente e a tecnologia, promovendo um futuro sustentável, inclusivo e esteticamente atraente para todos.

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

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Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.

“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.

Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.

Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.

“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.

“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.

Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.

Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.

Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.

“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.

O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.

Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).

Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.

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ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

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Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.

Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).

Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).

Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.

Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.

Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.

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