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LIBERDADE DE IMPRENSA ATUAL NA EUROPA ‘É PROFUNDAMENTE INSATISFATÓRIA’ – RELATÓRIO

A condição da liberdade de imprensa atual na Europa “é profundamente insatisfatória”, refere o relatório de 2020 da Plataforma do Conselho da Europa para promover a Proteção do Jornalismo e Segurança dos Jornalistas hoje divulgado.

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A condição da liberdade de imprensa atual na Europa “é profundamente insatisfatória”, refere o relatório de 2020 da Plataforma do Conselho da Europa para promover a Proteção do Jornalismo e Segurança dos Jornalistas hoje divulgado.

O relatório anual das organizações parceiras da Plataforma do Conselho de Europa, denominado de “Hands off press freedom: Attacks on media in Europe must not become a new normal” [numa tradução livre “‘Tira as mãos’ da liberdade de imprensa: Ataques aos media na Europa não devem ser um ‘novo normal’”], faz um balanço do setor no ano passado.

Um das conclusões é que “a condição da liberdade de imprensa hoje é profundamente insatisfatória”.

O que “transpira do relatório é que as tentativas políticas de ‘capturar’ os media e as falhas de muitas autoridades estatais em manter um enquadramento credível de proteção à liberdade de imprensa tornaram-se sistémicas. Este relatório é uma forte chamada de atenção aos Estados-membros do Conselho da Europa para agir rápida e resolutamente para pôr fim ao ataque contra a liberdade de impresa, para que os jornalistas e outros atores dos media possam informar sem medo”, lê-se no documento.

A Plataforma do Conselho da Europa para promover a Proteção do Jornalismo e Segurança dos Jornalistas inclui entre os seus parceiros a Federação Europeia de Jornalistas, a Federação Internacional de Jornalistas, os Repórteres Sem Fronteiras (RSF), entre 14 entidades.

“Em 2019, a Europa foi um campo de batalha intenso e muitas vezes perigoso para a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão”, refere o relatório.

No ano passado, a Plataforma do Conselho da Europa registou “142 ameaças graves à liberdade de imprensa, incluindo 33 ataques físicos contra jornalistas, 17 novos casos de detenção e prisão, 43 casos de assédio e intimidação, e dois novos casos de impunidade por assassinato”.

Tomados em conjunto, estes alertas mostram “um padrão crescente de intimidação para silenciar jornalistas, o que exige ações urgentes por parte dos Estados-membros para manter o papel essencial de uma imprensa livre nas sociedades democráticas”.

Mais detalhadamente, no ano passado, a Plataforma registou 33 alertas de ataques violentos e intimidação física, incluindo ameaças de morte. Destes alertas, 27 (82%) foram de nível 1, cobrindo os ataques mais graves à liberdade de imprensa e representando “um aumento significativo face aos anos anteriores”, salienta o relatório.

A Plataforma recorda que dois jornalistas foram mortos: o jornalista de investigação ucraniano Vadym Komarov morreu em junho na sequência de graves ferimentos sofridos num ataque que o deixou em coma, estando a decorrer uma investigação criminal durante a elaboração deste deste relatório.

A segunda vítima foi a jornalista ‘freelancer’ Lyra McKee, de 29 anos. Foi morta a tiro quando estava perto das linhas policiais durante um motim sectário na Irlanda do Norte (Reino Unido). Uma organização republicana irlandesa extremista, denominada de “novo IRA”, assumiu a responsabilidade pela sua morte.

O relatório, que dá vários exemplos de ataques aos jornalistas por toda a Europa, destaca ainda o registo de 34 alertas “em 11 países relacionados com violência contra ou obstrução de jornalistas durante protestos, comícios e outros eventos públicos”.

Estes atos incluem ataques físicos contra os jornalistas, destruição de equipamento profissional e prisões e detenções.

“Este aumento de violência anti-media em encontros públicos representou o aumento mais acentuado de todas as categorias de alertas em 2019, refletindo um aumento nos ataques na rua, quer pela polícia ou pelos manifestantes ou membros do público em várias partes da Europa”, aponta o relatório.

Os ataques físicos na sequência da sequência da aplicação da lei foram sinalizados à Plataforma em situações relacionadas com confrontos na albânia, Bulgária, França, Itália e Federação Russa.

Pelo menos 20 alertas sobre ameaças, abuso verbal e campanhas de intimidação foram registados em 2019 e 15 Estados-membros.

Além disso, “jornalistas e outros atores de media foram alvos – com quase total impunidade [dos seus perpetradores] – de ameaças de violência e discursos de ódio ‘online’”, geralmente feitas anonimamente, em redes sociais, mas em alguns casos por figuras públicas vingativas.

“As jornalistas são especialmente vulneráveis e são frequentemente alvo de ataques pessoais ou ataques sexualmente explícitos ‘online’”, adianta o relatório.

INTERNACIONAL

BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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