CIÊNCIA & TECNOLOGIA
LONDRES A NY EM 11 MINUTOS
Este avião promete ir de Nova Iorque a Londres em 11 minutos. O projecto ainda não saiu do papel, mas promete viajar a uma velocidade de 29 mil quilómetros por hora e transportar até dez pessoas. Vê aqui o resto desta história …
Até onde consegue viajar de avião num período de 11 minutos? Para os engenheiros Charles Bombardier e Joseph Hazeltine, esta poderá ser a distância entre Nova Iorque e Londres graças ao Antipode, uma aeronave capaz de transportar dez pessoas numa velocidade de 29635.2 km/h – 12 vezes mais rápido do que o avião Concorde (considerado o avião comercial mais rápido de sempre).
De acordo com as especificações do projecto, o veículo iniciaria o seu trajecto de qualquer pista de voo usando propulsores reutilizáveis de foguetões, o que levaria o veículo a subir a 12,1 quilómetros da superfície numa velocidade de 6.174 km/h. Ao atingir esta altura, os foguetões retornariam à pista de voo e a aeronave accionaria um motor ramjet supersónico para atingir uma velocidade de 29.635.2 km/h, ajudado pelo seu desenho aerodinâmico.
“Queria criar um conceito de aeronave capaz de atingir a sua antípoda – ou oposto diamétrico – o mais rápido possível”, conta Bombardier em entrevista publicada esta terça-feira na revista Forbes. “O Antipode poderia ser usado como uma aeronave de negócios ou militar para transportar pessoas em todo o mundo em menos de uma hora”, explica.
De acordo com os cálculos da publicação, se o Antipode descolasse de Nova Iorque, chegaria a Paris em 12 minutos, a Tóquio ou Dubai em 22 minutos, a Xangai em 24 minutos, a Hong King em 26 minutos e a Sidney em 32 minutos.
A aeronave, no entanto, ainda não saiu do papel. Bombardier reconhece o alto custo de fabricação da aeronave. “Acredito que o custo será pelo menos de 150 milhões de dólares [cerca de 138 milhões de euros] por avião e poderia tornar-se realidade apenas se houver demanda”, admite à Forbes. O engenheiro afirma ainda que o projecto necessita de mais investigações para responder a algumas perguntas pendentes, como o material adequado para a construção do veículo e que mecanismos serão utilizados para aliviar os efeitos da força-g sob os passageiros.
O AVIÃO DO FUTURO
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS
Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.
Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.
O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.
“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.
Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.
Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.
“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.
“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.
Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.
Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.
Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.
“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.
O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.
Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).
Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN
Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.
Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.
De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.
Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).
Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).
Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.
Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.
Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.
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