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MACEDO DE CAVALEIROS: CARETOS DE PODENCE AJUDAM A FATURAR EM QUATRO DIAS PARA O ANO TODO

O Entrudo Chocalheiro dos Caretos de Podence, em Trás-os-Montes, são sinónimo de negócio, com várias pessoas a faturarem em quatro dias rendimento para o ano todo.

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O Entrudo Chocalheiro dos Caretos de Podence, em Trás-os-Montes, são sinónimo de negócio, com várias pessoas a faturarem em quatro dias rendimento para o ano todo.

Quem o diz é o presidente da Junta de Freguesia, João Alves, para ilustrar o impacto a nível local e regional do tradicional Carnaval desta aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança.

“Há aqui pessoas que com o que faturam nestes quatro dias de Carnaval, se calhar durante o ano governam-se”, assegurou à Lusa.

O negócio corre bem essencialmente nas tasquinhas e adegas, mas também no artesanato com tudo que tem a ver com os Caretos alvo de muita procura.

“Já vendi tudo”, foi a primeira frase que Sandra Trovisco disse à Lusa, apontando o que resta e o que vai trabalhando manualmente na presença dos clientes.

Já tinha sido assim logo no primeiro dia, no sábado e ainda falta o dia principal, Terça-feira de Carnaval.

Esta feira “supera sempre” as expectativas da artesã de 41 anos, que é professora e trabalha cerâmica nos tempos livres.

Gosta de transpor para o barro as formas, cores, magia e simbologia dos caretos, em imanes e outra louça, onde sobressai o amarelo, vermelho e verde, dos fatos e máscaras do Caretos de Podence elevados, há pouco mais de dois anos, a Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNECO, a Organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura.

O presidente da freguesia garantiu que a procura por este mercadinho no Entrudo Chocalheiro “é grande”, concretizando que este ano mandaram “15 expositores para trás” porque não querem que se torne “uma feira”.

O autarca destacou que esta dinâmica económica “não é só para a aldeia, é para o distrito inteiro”.

“Neste momento, temos a aldeia, temos o concelho (Macedo de Cavaleiros), temos Bragança, temos Mirandela, tudo esgotado na hotelaria e na restauração, o que é que querem melhor que isto”, observou.

Os Caretos de Podence têm também inspirado novas criações, desde sacos e malas de estilistas nacionais, como Nuno Gama, a sabonetes e na gastronomia, com a apresentação neste Entrudo Chocalheiro do novo prato de Bacalhau à Careto.

A criação é de Manuel Martins, que está a chefiar um restaurante na Serra da Estrela, mas nunca perdeu a ligação a Podence, onde nasceu e onde vestiu o fato dos Caretos.

Como contou à Lusa, há quatro meses que estava a preparar este prato, que será apenas para servir no Entrudo Chocalheiro, à base de bacalhau, grelos e batata, com ervas, azeite perfumado e azeitona triturada.

Os produtos remetem para o típico da região e as cores dos Caretos de Podence sobressaem em três tiras de pimentos.

Com a elevação a Património da Humanidade, os Caretos e Podence ganharam maior visibilidade e a multidão acorre à aldeia transmontana começa a ofuscar o colorido dos mascarados, pelo que João Alves defende que “há muitos aspetos que têm que ser limados”.

É uma nova fase de um caminho que começou há quarenta anos, como lembrou, “essencialmente com o teimar de meia dúzia de pessoas, que acreditaram e que tem em António Carneiro, o presidente da Associação dos Caretos de Podence, o rosto de todo este percurso.

“Fizeram isto por amor à causa e nunca imaginaram que iria ter as repercussões que agora tem”, salientou o autarca que chegou há pouco mais de oito anos e que ambiciona que o Careto se torne num símbolo nacional.

“Uma vez que somos Património Imaterial da Unesco, uma vez que Portugal não tem um símbolo nacional, se calhar era uma coisa que poderíamos com o tempo trabalhar, que o mundo olhasse para um Careto e soubesse que é Portugal”, concretizou.

No Entrudo Chocalheiro, a Associação dos Caretos trata da parte lúdica, a junta de freguesia da parte organizativa e a Câmara de Macedo de Cavaleiros dá apoio (logístico) a tudo que é necessário, como indicou.

O presidente da Câmara, Benjamim Rodrigues, prometeu hoje que o município pretende dar “nos próximos anos um apoio forte em motivos para visitar Podence ao longo de todo o ano.

Macedo de Cavaleiros tem, como diz o presidente da Câmara, “dois diamantes”, um é o Entrudo Chocalheiro de Podence e o outro é o Azibo, a albufeira que se avista da aldeia e que se tornou num dos principais pontos turísticos da região, com as praias fluviais, desportos náuticos e atividades ligadas à natureza.

A partir destes dois pontos, o autarca quer “criar uma sustentabilidade económica e fixação de população jovem”, apontando para Podence a melhoria das condições de interação entre os Caretos e visitantes com a aquisição de um terreno.

No “investimento de monta” que promete, consta também a melhoria de infraestruturas e mobiliário urbano, assim como a continuação da aposta nos murais para tornar Podence “a aldeia mais colorida de Portugal, preservando aquilo que é típico”.

O autarca não desiste também da ideia de levar para Podence o pavilhão de Portugal que se encontra na Expo do Dubai para “servir de um espaço digno para receber e dar aos visitantes uma perspetiva da riqueza do território”.

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MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO

O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

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O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.

“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.

E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.

A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.

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OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA

O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.

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O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.

Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.

A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.

Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.

O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.

O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.

Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).

O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.

Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.

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