INTERNACIONAL
MANCHESTER: FUGAS DE INFORMAÇÃO DOS EUA
Amber Rudd, ministra do Interior do Reino Unido, criticou esta manhã os serviços de segurança norte-americanos pelas fugas de informação sobre o ataque em Manchester em entrevista à BBC, onde assumiu como “provável” que o bombista suicida não tenha agido sozinho.
Amber Rudd, ministra do Interior do Reino Unido, criticou esta manhã os serviços de segurança norte-americanos pelas fugas de informação sobre o ataque em Manchester em entrevista à BBC, onde assumiu como “provável” que o bombista suicida não tenha agido sozinho.
No dia 22 de maio um bombista suicida fez-se explodir junto a uma saída da Manchester Arena, onde decorria um concerto da cantora norte-americana Ariana Grande. 22 pessoas perderam a vida de mais de 60 ficaram feridas.
Em entrevista à BBC, Amber Rudd criticou as fugas de informação “irritantes” dos serviços de segurança norte-americanos sobre o ataque de Manchester à imprensa, e alertou Washington que isto não poderá voltar a acontecer.
Nos últimos dois dias vários detalhes – incluindo a identidade do bombista suicida – foram adiantadas por “fontes” dos serviços de segurança norte-americanos à imprensa, antes de comunicação oficial por parte das autoridades britânicas.
Questionada sobre iria rever a questão da partilha de informação, Rudd disse que “sim, francamente. A polícia britânica foi muito clara sobre querer ter o controlo do fluxo da informação, de forma a proteger a integridade operacional e gerir o elemento surpresa. Então, é irritante se é libertada [a informação] por outras fontes. Fui muito clara com os nossos amigos que isto não poderá voltar a acontecer”, disse .
Também em entrevista à BBC, a ministra do Interior assumiu ser “provável” que o bombista suicida não tenha atuado sozinho. “Foi mais sofisticado do que alguns ataques que vimos antes, e parece provável – possível – que ele não tenha feito isto sozinho”, disse.
Estas declarações têm lugar depois de a primeira-ministra Theresa May anunciar uma alteração do nível de ameaça terrorista no país de “grave” para “crítico”. Tal nível significa que um ataque terrorista está iminente de acontecer a qualquer momento. “Não podemos ignorar a possibilidade de que um grupo mais amplo de indivíduos esteja ligado ao atentado de Manchester”, disse a primeira-ministra, após a segunda reunião da comissão COBRA, que inclui representantes de forças da polícia e de outras autoridades.
As autoridades identificaram o bombista suicida como Salman Abedi, de 22 anos, e confirmou que o suspeito era conhecido das autoridades antes do ataque. A ministra disse à BBC que acredita que Abedi regressou recentemente da Líbia, e o ministro do Interior Francês, Gerard Collomb, adiantou que os investigadores britânicos disseram às autoridades francesas que Abedi terá provavelmente viajado também para a Síria.
Adiantou Rudd que 3.800 soldados serão colocados nas ruas britânicas, libertando a polícia para fazer patrulhas e trabalho de investigação.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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