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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

MÁRIO FERREIRA ENTRA NA HISTÓRIA COMO PRIMEIRO PORTUGUÊS A IR AO ESPAÇO

A viagem suborbital, a bordo de uma nave da empresa norte-americana Blue Origin, durou 10 minutos a bordo. Os seis ocupantes, entre os quais, Mário Ferreira experimentaram a microgravidade.

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A viagem suborbital, a bordo de uma nave da empresa norte-americana Blue Origin, durou 10 minutos a bordo. Os seis ocupantes, entre os quais, Mário Ferreira experimentaram a microgravidade.

O empresário Mário Ferreira tornou-se esta quinta-feira o primeiro turista espacial português ao fazer uma viagem suborbital de 10 minutos a bordo de uma nave da empresa aeroespacial norte-americana Blue Origin. A cápsula New Shepard descolou do deserto do Texas, nos Estados Unidos, às 14:57 (hora em Lisboa) e aterrou perto do local de partida às 15:07. A aterragem da nave, reutilizável e totalmente autónoma, foi suavizada por três paraquedas.

Os seis ocupantes transpuseram a barreira que separa o limite da atmosfera terrestre e o espaço três minutos depois da descolagem e sentiram a microgravidade. Do interior da nave, gritaram efusivamente e exclamaram expressões como “inacreditável” e “estou a flutuar”. A descida iniciou-se um minuto depois. O propulsor aterrou no mesmo local da descolagem às 15:04 e a cápsula, que se separou do lançador na descida, tocou no solo às 15:07 nas imediações.

O voo, o sexto da Blue Origin com tripulantes, pôde ser acompanhado em direto na página da internet da empresa, dirigida pelo magnata Jeff Bezos. Ao lado de Mário Ferreira, presidente do grupo Pluris Investments, através do qual detém uma posição no capital da estação televisiva TVI e a empresa de cruzeiros Douro Azul, estiveram a engenheira egípcia Sara Sabry, a alpinista anglo-americana Vanessa O’Brien, o cofundador do canal desportivo do YouTube “Dude Perfect” Coby Cotton, o ex-executivo do setor das telecomunicações Steve Young e o especialista em tecnologia Clint Kelly III.

Tal como o empresário português, de 54 anos, a engenheira egípcia Sara Sabry inscreveu pela primeira vez o seu país na história do turismo espacial. Antes de ir ao espaço, a anglo-americana Vanessa O’Brien já detinha a proeza de ser a primeira mulher a alcançar a montanha mais alta, o Monte Everest, e o ponto mais profundo da superfície terrestre, na Fossa das Marianas.

Mário Ferreira tinha manifestado há vários anos o seu desejo de ir ao espaço e chegou mesmo a comprar bilhete para um voo numa empresa concorrente, a Virgin Galactic. Questionado pela Lusa na quarta-feira acerca do preço da viagem na Blue Origin, respondeu que “é confidencial, mas nada próximo das asneiras que se têm lido em alguns jornais”. Segundo a imprensa, o voo pode custar entre 200 mil e 300 mil dólares (195 mil a 293 mil euros).

O empresário disse à Lusa acreditar que “em breve” existirão resorts orbitais “para turismo e experiências científicas”, estando a equacionar investir na indústria aeroespacial. “Este é para mim o primeiro voo daquilo que eu acredito será o futuro das viagens ao espaço. As empresas que tenho conhecido, incluindo esta, têm programas em curso muito interessantes e que não são ficção científica”, considerou.

A nave da Blue Origin tem o nome do astronauta (Alan Shepard) que foi o primeiro norte-americano a chegar ao espaço, em 1961, e o quinto a pisar a superfície da Lua, em 1971.

Mário Ferreira tornou-se o primeiro português a ir ao espaço.

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

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Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.

“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.

Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.

Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.

“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.

“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.

Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.

Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.

Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.

“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.

O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.

Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).

Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.

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ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

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Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.

Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).

Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).

Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.

Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.

Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.

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