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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

MARTE: NASA DESCOBRE MAR CONGELADO

Os equipamentos da sonda MRO estão a ajudar os cientistas a medir o volume das reservas de água gelada em Marte, encontradas no subsolo de uma das planícies do planeta. Vê mais aqui. Partilha com os teus amigos !

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Os equipamentos da sonda MRO estão a ajudar os cientistas a medir o volume das reservas de água gelada em Marte, encontradas no subsolo de uma das planícies do planeta.

A massa total das reservas pode ser comparada com o volume de água nos Grandes Lagos, o maior reservatório de água doce no mundo, destacam os especialistas, no artigo publicado na revista Geophysical Research Letters.

“É provável que a água nessas reservas seja mais acessível para nós do que outros sedimentos de gelo em Marte, porque está a latitudes relativamente baixas e no subsolo de uma planície plana, onde é mais fácil aterrar uma nave espacial do que em outras regiões”, disse Jack Holt, investigador da Universidade do Texas, em Austin, EUA.

Nos últimos anos, os cientistas descobriram várias provas de que na superfície de Marte, em tempos antigos, havia rios, lagos e oceanos inteiros – que continham quase a mesma quantidade de água que o oceano Ártico.

Por outro lado, alguns especialistas acreditam que Marte poderá ter sido sempre demasiado gelado para a existência permanente de oceanos, e a água podia estar em estado líquido só durante erupções vulcânicas.

As observações recentes de Marte com ajuda de telescópios terrestres mostraram que nos últimos 3,7 mil milhões de anos, o Planeta Vermelho perdeu água que seria suficiente para cobrir toda a sua superfície com um oceano de 140 metros de profundidade – agora, os cientistas tentam descobrir para onde foi essa água.

Jack Holt e os seus colegas descobriram um possível indício dessa água “desaparecida” ao estudarem a estrutura incomum da planície de Utopia, com os instrumentos da sonda MRO, que está a recolher dados de Marte desde 2005.

Vários “buracos” incomuns, fendas e estruturas parecidas com um solo rachado, fizeram os cientistas suspeitar que reservas significativas de água podiam estar escondidas debaixo da planície.

Os especialistas verificaram a ideia com o radar SHARAD a bordo do MRO, que permite “ver” através do solo a centenas de metros de profundidade e determinar a sua composição química e estrutura.

A intuição dos cientistas não os enganou — debaixo da planície Utopia esconde-se um mar inteiro de água, que tem um tamanho aproximadamente igual ao do Mar Cáspio ou do maior país europeu.

Este mar “secreto” tem cerca de 80-170 metros de espessura, e é constituído por 85% de água, e 15% de pó ou pedras grandes.

A água, de acordo com os investigadores, conseguiu “sobreviver” em Marte – um planeta atualmente muito seco – e não se evaporar graças a uma camada de 10 metros de pó e de solo que a protege da atmosfera.

Os cientistas sugerem que este oceano gelado se formou nos tempos antigos, quando o eixo de Marte estava inclinado no sentido contrário e a planície Utopia ficava mais perto dos polos do Planeta.

Para além dos objetivos óbvios de colonizar Marte, estas reservas de gelo podem ajudar a revelar os segredos do clima de Marte no passado, concluem os especialistas.

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O MANTO DA TERRA É MENOS MISTURADO DO QUE SE PENSAVA – ESTUDO

Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

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Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

Ambas as ‘ilhas’ foram descobertas no final do século passado. Os investigadores definem-nas como dois “supercontinentes” localizados entre o núcleo e o manto da Terra: um sob África e o outro sob o Oceano Pacífico, ambos a mais de 2000 quilómetros abaixo da superfície da Terra.

“Estas duas grandes ilhas estão rodeadas por uma espécie de ‘cemitério’ de placas tectónicas que foram transportadas para lá por um processo de subducção, em que uma placa submerge sob outra e se afunda da superfície da Terra até uma profundidade de quase 3.000 quilómetros”, realçou Arwen Deuss, sismóloga da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, e uma das autoras do estudo publicado na quarta-feira na revista Nature.

Até agora, os modelos sísmicos utilizavam apenas velocidades de onda para distinguir a composição e as características térmicas de diferentes partes da estrutura interna da Terra.

A investigação atual combinou as velocidades das ondas com uma técnica chamada “observações de atenuação” que permitiu o estudo do interior da Terra em três dimensões, algo “fundamental para compreender a evolução da composição” do manto, apontaram os autores.

A nova técnica permitiu-lhes “obter uma visão do interior do planeta, semelhante à que os médicos obtêm do corpo humano através dos raios X”.

Os resultados indicaram que, quando atingem estas ‘ilhas’ interiores do tamanho de continentes, as ondas abrandam porque a temperatura é mais elevada.

Ao estudar a composição dos minerais no manto, os investigadores descobriram também que o tamanho dos grânulos minerais nestas ‘ilhas’ gigantes é visivelmente maior do que nas placas tectónicas ‘mortas’ que as rodeiam.

“Estes grânulos minerais não crescem de um dia para o outro, o que só pode significar uma coisa: são muito maiores, mais rígidos e, por isso, mais antigos do que os cemitérios de camadas mortas circundantes. Isto indica que as ‘ilhas’ não participam no fluxo no manto terrestre”, explicou outra autora, Sujania Talavera-Soza, da mesma universidade.

“Ao contrário do que nos ensinam os livros de geografia, o manto também não pode ser bem misturado. Há menos fluxo no manto terrestre do que pensamos”, acrescentou Talavera-Soza.

O conhecimento do manto terrestre é essencial para compreender a evolução do planeta e de outros fenómenos à superfície da Terra, como os vulcões e a formação de montanhas.

Para este tipo de investigação, os sismólogos aproveitam as oscilações provocadas por fortes sismos que ocorrem a grandes profundidades, como o que ocorreu na Bolívia em 1994 — 650 quilómetros abaixo da superfície — sem causar danos ou vítimas, e a descrição matemática da força destas oscilações.

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UNIVERSIDADE DE COIMBRA LANÇA LIVRO PARA IDENTIFICAÇÃO DE ABELHAS DE PORTUGAL

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

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A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

A obra “Chaves Dicotómicas dos Géneros de Abelhas de Portugal. Hymenoptera: Anthophila”, uma adaptação e tradução de “Key to the Genera of European Bees (Hymenoptera: Anthophila)”, é o primeiro a ser publicado sobre o tema para Portugal e em português, revelou a FCTUC, em nota enviada à agência Lusa.

Produzido no âmbito dos projetos PolinizAÇÃO e EPIC-Bee, em colaboração com a Imprensa da Universidade de Coimbra, o livro já está disponível para ‘download’ gratuito.

“Desenvolvido como uma ferramenta para a identificação de géneros de abelhas, o livro destina-se principalmente a um público académico e técnico, constituindo um marco significativo no campo da entomologia e um contributo valioso para a conservação dos insetos polinizadores”, referiu a FCTUC.

A produção do livro técnico contou com o envolvimento de investigadores do FLOWer Lab do Centro de Ecologia Funcional e do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, nomeadamente Hugo Gaspar, Sílvia Castro e João Loureiro.

“Este livro preenche uma lacuna de décadas na investigação sobre as abelhas selvagens em Portugal, uma vez que atualiza o conhecimento e aproxima-o da comunidade entomológica nacional através da adaptação e tradução para a língua portuguesa”, afirmou o entomólogo e aluno de doutoramento da FCTUC, Hugo Gaspar.

O trabalho “será extremamente útil não só para investigadores que trabalham no estudo e conservação de polinizadores, mas também para estudantes, naturalistas e para todos os que tiverem interesse em aprender sobre a identificação de abelhas”, acrescentou.

A obra contou também com a colaboração do investigador da Universidade do Porto, José Grosso-Silva, e da equipa de investigadores ligada ao Laboratório de Zoologia da Universidade de Mons (Bélgica), através dos projetos europeus Spring, Orbit e Epic-Bee.

A FCTUC declarou que este lançamento reforça o compromisso da Universidade de Coimbra em promover a ciência e desenvolver ferramentas de apoio à investigação científica e ao conhecimento sobre biodiversidade.

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