NACIONAL
MESMO PRESO, SÓCRATES MANTEVE O “ESQUEMA”
O ex-primeiro-ministro José Sócrates continuou a receber benefícios financeiros de empresas arguidas na Operação Marquês, após a sua detenção preventiva em Novembro de 2014, segundo a acusação divulgada esta quarta-feira pelo Ministério Público.
O ex-primeiro-ministro José Sócrates continuou a receber benefícios financeiros de empresas arguidas na Operação Marquês, após a sua detenção preventiva em Novembro de 2014, segundo a acusação divulgada esta quarta-feira pelo Ministério Público.
No despacho, a acusação sustenta que José Sócrates recebeu 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimento de interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no Grupo Espírito Santo e na Portugal Telecom, bem como a garantia de concessão de financiamentos da Caixa Geral de Depósitos à Vale de Lobo e favorecimento de negócios do Grupo Lena.
Os 34 milhões de euros integram fundos de diversas origens: 21 milhões em entidades do GES, pagos para contas na Suíça, entre 2006 e 2009, 2,8 milhões com origem no Grupo Lena, pagos através do arguido Joaquim Barroca entre 2007 e 2008, um milhão de euros em receitas desviadas do grupo Vale do Lobo, por ordem dos arguidos Diogo Gaspar Ferreira e Rui Horta e Costa, através de conta na Suíça de Joaquim Barroca, em 2008.
Sócrates, segundo o MP, terá ainda recebido 2,9 ME em pagamentos do Grupo Lena à sociedade XLM Lda, com base num “pretenso contrato de prestação de serviços”, e 1,2 milhões de fundos colocados pelo GES na esfera do arguido Helder Bataglia, entre 2013 e 2015, e por este no Grupo Lena, de forma a suportar pagamentos à XLM, tendo por base um outro pretenso contrato de prestação de serviços.
O ex-governante terá ainda recebido mais três milhões com origem num contrato de intermediação imobiliária celebrado entre a Angola Investimento Imobiliário e a XLM, mas com pagamento realizado pela empresa Lena Engenharia e Construções, SA.
Dos 34 milhões de euros que o MP diz que Sócrates beneficiou, 919 mil euros resultam de despesas suportadas por sociedades do grupo Lena, imputadas a fundos recebidos do GES a pedido de Carlos Santos Silva e 1,1 ME de ganhos financeiros, entre 2007 e 2010, sendo o montante de 882 mil euros referente ao resultado financeiro alcançado nas contas abertas na Suíça por Carlos Santos Silva em 2007 a 2010.
Deste valor, 312 mil euros correspondem a ganhos financeiros pelas vendas de aplicações em valores mobiliários, transferidos das contas na Suíça para Portugal.
Da acusação consta também um pedido de indemnização civil de mais de 58 milhões de euros contra os arguidos, incluindo José Sócrates, Ricardo Salgado, Carlos Santos Silva, Armando Vara e Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, entre outros.
Sócrates está acusado de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada e Carlos Santos Silva por corrupção passiva de titular de cargo político, corrupção ativa de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documento, fraude fiscal e fraude fiscal qualificada.
Ricardo Salgado está acusado de corrupção ativa de titular de cargo político, corrupção ativa, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada, enquanto o antigo presidente da PT Zeinal Bava foi acusado por corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.
Henrique Granadeiro, ex-administrador da PT, está acusado de corrupção passiva, branqueamento de capitais, peculato, abuso de confiança e fraude fiscal qualificada e Armando Vara foi acusado de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada.
Na Operação Marquês foram acusados 28 arguidos, 19 pessoas e nove empresas, num total de 188 crimes.
NACIONAL
HERNÂNI DIAS PEDE DEMISSÃO E LUÍS MONTENEGRO ACEITA-A
O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.
O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.
Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que “o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão esta terça-feira apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias”.
“Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo”, acrescenta.
Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril do ano passado.
Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.
Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.
Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.
O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.
O Chega e o BE já pediram a demissão do governante e vários já requereram a sua audição parlamentar.
NACIONAL
ASAE ENCERRA DOIS ESTABELECIMENTOS E INSTAURA 18 CONTRAORDENAÇÕES
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu dois estabelecimentos comerciais e instaurou 18 processos de contraordenação por falta de equipamentos para deposição de resíduos de tabaco, avançou esta segunda-feira a ASAE.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu dois estabelecimentos comerciais e instaurou 18 processos de contraordenação por falta de equipamentos para deposição de resíduos de tabaco, avançou esta segunda-feira a ASAE.
No âmbito da ação, foram fiscalizados 121 operadores económicos, abrangendo o setor da restauração, edifícios destinados a ocupação não habitacional e instituições de ensino superior.
De acordo com a autoridade, as principais infrações identificadas foram a falta de disponibilização de cinzeiros e equipamentos adequados para a deposição de resíduos indiferenciados e seletivos, bem como o incumprimento dos requisitos gerais de higiene.
No decorrer desta ação, foi suspenso um estabelecimento de restauração no concelho de Lisboa, pela violação dos deveres da entidade exploradora, e um talho no concelho de Ílhavo, pelo incumprimento das normas gerais de higiene.
Foi também apreendido um instrumento de pesagem por não estar em conformidade com os valores de controlo metrológico.
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