INTERNACIONAL
MOÇAMBIQUE: AMNISTIA INTERNACIONAL PEDE MAIS APOIO
A Amnistia Internacional (AI) considerou hoje que é necessário mais assistência internacional para ajudar e proteger os direitos das pessoas afetadas pelo ciclone Idai, que devastou extensas áreas em Moçambique, Zimbabué e Maláui.
A Amnistia Internacional (AI) considerou hoje que é necessário mais assistência internacional para ajudar e proteger os direitos das pessoas afetadas pelo ciclone Idai, que devastou extensas áreas em Moçambique, Zimbabué e Maláui.
“Um mês após o devastador ciclone Idai, descrito como um dos piores desastres climáticos na África austral, a comunidade internacional precisa fazer mais para ajudar as pessoas afetadas”, refere a AI, num comunicado divulgado hoje.
O ciclone Idai atingiu a região centro de Moçambique, o Maláui e o Zimbabué em 14 de março, provocando mais de mil mortos nos três países.
O ciclone e as cheias que se seguiram deixaram “um rasto de sofrimento, causando ainda mais caos” e “muitos mais recursos financeiros e técnicos são necessários para assegurar que as pessoas tenham acesso ao que precisam”, frisou o diretor regional da AI para a África Austral, Deprose Muchena, citado no comunicado.
“Embora a resposta humanitária liderada pelos governos dos três países afetados continue a aumentar, ainda há uma grande lacuna nos fundos necessários para a resposta necessária. Dos cerca de 390 milhões de dólares (346 milhões de euros) exigidos, apenas 88 milhões de dólares (78 milhões de euros) foram recebidos”, alertou o responsável da AI.
Deprose Muchena asseverou que Maláui, Moçambique e Zimbabué “não podem lidar sozinhos com as consequências devastadoras”.
“Isso não é suficiente para lidar com o impacto devastador do ciclone. Fornecer mais assistência é imperativo para proteger os direitos humanos”, acrescentou Deprose Muchena.
O diretor regional da AI lembrou os “milhares casos de malária e cólera” e afirmou que “as pessoas ainda estão lutando para suprir as suas necessidades básicas, pois ainda enfrentam escassez de alimentos, riscos para a saúde e falta de acesso à água potável como resultado da infraestrutura danificada”.
Mais assistência internacional “é necessária para garantir que as pessoas não fiquem sem bens essenciais, como alimentos, água potável e medicamentos”, disse Deprose Muchena, sustentando que “esta situação mostra como os direitos das pessoas estão em risco e precisam ser urgentemente protegidos, não apenas agora, mas também nos próximos meses, durante os quais os efeitos do ciclone ainda serão sentidos”.
O Banco Mundial calcula que sejam necessários 2.000 milhões de dólares (1.768 milhões de euros) para recuperar infraestruturas e meios de sustento nos países afetados pela passagem do ciclone Idai por Moçambique, Maláui e Zimbabué.
Na quinta-feira passada, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral lançou um apelo para a recolha de 323 milhões de dólares (287 milhões de euros) para “responder à crise de forma eficaz” e “prestar assistência humanitária com urgência”, após a passagem do ciclone que terá afetado cerca de três milhões de pessoas.
LUSA
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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