INTERNACIONAL
MOÇAMBIQUE: NÃO HÁ PORTUGUESES ENTRE AS VÍTIMAS DO CICLONE IDAI
O ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou hoje que não há portugueses entre as vítimas mortais constantes no último balanço relativo ao ciclone Idai, acrescentando que o número de cidadãos nacionais por localizar ‘é inferior a dez’.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou hoje que não há portugueses entre as vítimas mortais constantes no último balanço relativo ao ciclone Idai, acrescentando que o número de cidadãos nacionais por localizar “é inferior a dez”.
“A boa notícia é que continuamos sem nenhum registo de portugueses entre as vítimas, que infelizmente, como sabem, são na ordem das centenas, registadas e confirmadas oficialmente”, disse Augusto Santos Silva à imprensa na Base Aérea de Figo Maduro, em Lisboa, antes da chegada do avião que trazia sete portugueses que residiam em Moçambique e que pediram o seu repatriamento.
O ministro dos Negócios Estrangeiros referiu que até agora não foram registadas vítimas mortais portuguesas em Moçambique ou no Zimbabué, “onde também onde também há uma comunidade portuguesa significativa”.
Segundo o balanço mais recente, a passagem do ciclone Idai por Moçambique, Maláui e Zimbabué provocou a morte a pelo menos 761 pessoas, 446 das quais em Moçambique.
Augusto Santos Silva referiu que o número de portugueses por localizar, que “tem vindo sistematicamente a diminuir”, é, atualmente, “inferior a dez”.
O chefe da diplomacia portuguesa sublinhou que as autoridades portuguesas irão continuar a trabalhar para localizar “todos aqueles cujos familiares, amigos e colegas identificaram como carecendo de ser contactados”.
Os sete portugueses que pediram auxílio ao Estado e que hoje aterraram em Portugal constituem “todos aqueles que quiseram ser repatriados”, mas o responsável das relações externas assegurou que o Governo vai continuar a trabalhar no apoio às populações.
“Nós vamos ter necessidade de apoiar as populações, agora para evitar epidemias, para proceder a apoio médico e sanitário, e depois, numa fase seguinte, tratar-se-á de ajudar, também, na reconstrução”, disse.
Os sete portugueses, que chegaram à Base Aérea de Figo Maduro pouco depois das 01:00, foram recebidos pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e por equipas do Instituto Nacional de Emergência Médica de Portugal (INEM) e da Segurança Social.
De Portugal já chegaram a Moçambique dois aviões C130 e um avião comercial alugado. Ao todo chegaram seis toneladas de recursos, entre alimentos, redes mosquiteiras e material de higiene.
Na Beira, vindos de Portugal, já estão bombeiros, elementos da GNR, do Serviço Nacional de Proteção Civil, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), das Forças Armadas e da EDP.
No início da próxima semana chegará à Beira o secretário de Estado da Proteção Civil.
O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.
A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março.
LUSA
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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