REGIÕES
MOGADOURO LEVA AO PALCO HOMENAGEM A TRINDADE COELHO
O escritor Trindade Coelho será recordado em Mogadouro com a peça de teatro “Trindade a sete” escrita para homenagear o autor de “Os Meus Amores” numa iniciativa que junta perto de meia centena de intervenientes.
O escritor Trindade Coelho será recordado em Mogadouro com a peça de teatro “Trindade a sete” escrita para homenagear o autor de “Os Meus Amores” numa iniciativa que junta perto de meia centena de intervenientes.
A peça de teatro é da autoria do encenador e ator Rui Silva, que estudou a vida e obra do escritor mogadourense, José Francisco Trindade Coelho (1861-1908), para escrever e levar à cena este trabalho, que será apresentado uma década depois da sua estreia nacional, com um novo elenco, novas cenas e mais músicas.
“Não havia um texto teatral escrito sobre Trindade Coelho. Tento demonstrar que o escritor não era só uma personagem do século XIX. O que Trindade Coelho escreveu está tão atual como há 110 anos, sendo o principal motivo que me levou a escrever e encenar o espetáculo”, disse à Lusa o encenador Rui Silva.
A peça terá três apresentações marcadas para os dias 17, 18 e 19 de agosto, nos claustros do convento de São Francisco, em Mogadouro, que pretendem levar as artes cénicas à comunidade.
“Trindade a sete” foi levado à cena há dez anos e o ator-encenador assume que não se trata de uma reposição, porque há um novo elenco, cenas novas, outras que foram melhoradas e mais músicas.
Os ensaios para a peça de teatro decorrem a bom ritmo, os cenários começam a ganhar forma, já que se trata de um palco ladeado de uma estrutura metálica, a ser montada nos claustros do convento, a escassos metros da casa onde nasceu Trindade Coelho.
O convento de São Francisco, onde atualmente funciona a Câmara Municipal, foi um local que marcou a infância do futuro escritor e magistrado, daí fazer “todo o sentido montar esta recriação de vivências, com esta proximidade”.
Segundo Rui Silva a peça também traz a lume a doença que levou Trindade Coelho ao suicídio há 110 anos, em Lisboa.
“Tratava-se de uma doença tão estranha que até os próprios médicos tiveram dificuldades no seu diagnóstico. Esta doença chamava-se neurastenia”, explicou.
Em cena vão estar cinco atores profissionais, aos quais se juntam amadores, figurantes e músicos que vão demonstrar as vivências do escritor desde a sua saída para o Porto, a sua passagem pela Universidade de Coimbra e o seu descontentamento em Lisboa.
“É um desafio interessante, que tem as suas dificuldades e é sempre uma boa oportunidade fazer este tipo de trabalho, porque nos dá experiência. Conheço a obra e apesar de haver muita veracidade neste trabalho, também há ficção, para manter a corrente. Contudo, a essência que pretendemos transmitir aos espetadores, está lá”, explicou o ator Tiago França.
Por seu lado, Francisca Lacerda, também ela uma jovem atriz, disse que se trata de um grande desafio e uma oportunidade única de representar Trindade Coelho.
“Já conhecia a obra de Trindade Coelho. Aqui tenho um trabalho mais exigente, porque haverá muitas pessoas a ver-me”, frisou.
Pedro Damião, ator que dá vida a Trindade Coelho na peça, indicou que desconhecia a parte mais pessoal da vida do escritor mogadourense.
“Não é fácil representar Trindade Coelho. Visualmente ele mantinha bom aspeto, mas era uma pessoa de uma constante fragilidade desde a sua adolescência até ao final dos seus dias”, vincou o ator.
A peça é da responsabilidade do Município de Mogadouro, que pretende, desta forma, assinalar os 110 anos da morte de Trindade Coelho.
“Faz 110 anos que Trindade Coelho morreu. Pegando nesta efeméride vamos recordar o legado do nosso escritor e prestar-lhe homenagem numa iniciativa que chega a todas a faixas etárias. Trindade Coelho deixou uma marca no seu tempo, que hoje ainda perdura”, enfatizou o presidente da Câmara Municipal de Mogadouro, Francisco Guimarães.
Para além de escritor e magistrado, os estudiosos destacam ainda a faceta de pedagogo, designadamente através da sua obra “Manual Político do Cidadão Português”, que “é pouco conhecida, mas é fundamental, uma espécie de bíblia política de Portugal daquela época e que é também paradigmática da sua preocupação pela educação cívica para com os seus contemporâneos”.
LUSA
REGIÕES
PORTO: HOMEM CONDENADO A SEIS ANOS DE PRISÃO POR TENTAR MATAR IRMÃO
Um homem de 76 anos foi condenado esta quinta-feira a seis anos de prisão por tentar matar a tiro o irmão, de 60, no interior de uma tabacaria do Porto em abril de 2023.
Um homem de 76 anos foi condenado esta quinta-feira a seis anos de prisão por tentar matar a tiro o irmão, de 60, no interior de uma tabacaria do Porto em abril de 2023.
O arguido, que está em prisão domiciliária, vai ter ainda de pagar uma indemnização de 25 mil euros ao irmão por danos não patrimoniais.
Durante a leitura do acórdão, que decorreu no Tribunal São João Novo, no Porto, a presidente do coletivo de juízes vincou que a vítima só não morreu por sorte, tendo, contudo, ficado com sequelas.
A magistrada referiu que o arguido demonstrou ter uma “personalidade obstinada”, tendo “feito um teatrinho de princípio ao fim e uma defesa à sua maneira” ao longo de todo o julgamento. Apesar disso, e atendendo à sua idade e ao facto de não ter antecedentes criminais, o tribunal “até foi benevolente“, frisou.
A juíza presidente lembrou que a 8 de abril de 2023, pelas 9h10, o arguido “entrou de rompante” na tabacaria da qual o irmão é proprietário e onde estava a trabalhar e disparou vários tiros na sua direção, atingindo-o na cabeça e pescoço.
A vítima, que estava atrás do balcão, conseguiu sair de lá e tirar-lhe o revolver da mão, mas o arguido tirou uma pistola automática modificada que trazia consigo e só não disparou porque entrou uma pessoa no estabelecimento, continuou. Isto demonstra, segundo a magistrada, a “frieza de ânimo” do arguido e a “vontade de vingança”. “E a tenacidade em alcançar os resultados pretendidos”, sublinhou.
Dizendo que agiu de forma “livre, consciente e deliberadamente”, a juíza que presidiu ao coletivo recordou que o arguido ficou revoltado com a família por motivos relacionados com heranças e aproveitou para se vingar naquele irmão. “A comunidade não entende os inúmeros casos de atentado contra a vida humana”, concluiu.
REGIÕES
VILA NOVA DE GAIA: PJ INVESTIGA DESACATOS COM DOIS ESFAQUEADOS NO METRO
A investigação aos desacatos ocorridos na quarta-feira à noite na estação de metro General Torres, em Vila Nova de Gaia, que culminaram no esfaqueamento de dois cidadãos, passou para a alçada da Polícia Judiciária, disse hoje fonte policial.
A investigação aos desacatos ocorridos na quarta-feira à noite na estação de metro General Torres, em Vila Nova de Gaia, que culminaram no esfaqueamento de dois cidadãos, passou para a alçada da Polícia Judiciária, disse hoje fonte policial.
Os dois feridos, um dos quais em estado considerado grave, de 28 e 30 anos, respetivamente, foram transportados para a Unidade Local de Saúde de Gaia/Espinho.
Fonte da PSP disse à Lusa que os incidentes envolveram dois grupos, mas não se sabe o que terá motivado as agressões.
De acordo com a mesma fonte, os agressores ainda não foram identificados.
O alerta para o incidente foi dado pelas 21h37 de quarta-feira, junto à estação de metro General Torres, referiu à Lusa fonte do Comando Metropolitano do Porto da PSP.
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