NACIONAL
MUNICÍPIOS DESVALORIZAM RISCOS SÍSMICOS
O responsável da Mesa da Assembleia Geral da associação Grémio Património (GECoRPA) acusou hoje os responsáveis autárquicos de fazerem “ouvidos de mercadores” e não assumirem medidas “para evitar que a ocorrência de um sismo seja novamente uma catástrofe”.
O responsável da Mesa da Assembleia Geral da associação Grémio Património (GECoRPA) acusou hoje os responsáveis autárquicos de fazerem “ouvidos de mercadores” e não assumirem medidas “para evitar que a ocorrência de um sismo seja novamente uma catástrofe”.
Lisboa e Vale do Tejo e a região do Algarve são zonas sísmicas, por isso o “edificado antigo e a segurança sísmica das pessoas devia ser motivo de debate” nos municípios, segundo Vitor Cóias.
Este “facilitismo” está a gerar um grave encargo para as autarquias envolvidas, uma vez que são as responsáveis últimas pela segurança dos edifícios.
O representante da associação – uma instituição de utilidade pública que reúne empresas e profissionais das áreas da reabilitação e conservação do património – mencionou que os “responsáveis autárquicos não gostam deste tema e a tendência é enterrar a cabeça na areia esperando que nada aconteça”.
O responsável afirmou que Portugal vai contar com um futuro sismo “de certeza absoluta” e admitiu que deveriam ser tomadas precauções, “principalmente agora que se estão a fazer as reabilitações urbanas”.
No seu entender, não há exigências suficientes e os edifícios construídos nos anos 50 e 60 do século XX foram calculados ao nível de uma regulamentação ultrapassada, sendo que não têm a resistência encontrada nos edifícios recentes.
Por exemplo, “a maioria dos edifícios de Lisboa foram construídos de acordo com uma regulamentação que já está passada”, sublinhou o responsável.
De acordo com Vitor Cóias, as simplificações introduzidas nos regimes jurídicos da edificação, as facilidades no licenciamento municipal e o recurso a termos de responsabilidade facilitam a proliferação de intervenções de reabilitação que põem em causa a segurança estrutural de grande parte do edificado.
Os engenheiros que aprovam os projetos sabem “muito bem a asneira que estão a fazer”, afirmou, lembrando que é muito fácil obter as assinaturas que permitam determinadas reabilitações.
Nesses casos, a decisão – que pode até acabar por afetar a estrutura do edifício – fica ao critério do encarregado de obra ou do pedreiro que executa as reabilitações, não existindo o termo de responsabilidade assinado por um engenheiro.
Caso haja estragos devido a um sismo, acrescentou, inicialmente serão mobilizados os seguros (quando existem), mas as seguradoras estão bem defendidas porque compete às câmaras prevenir através de procedimentos rigorosos de licenciamento e fiscalização.
“As companhias de seguro têm uma cláusula que as defende em casos de erro de conceção ou execução da intervenção”, estando assim a salvo de qualquer indemnização, recordou.
Quando as companhias demonstram que o engenheiro envolvido no projeto não teve em conta a necessidade de reforço sísmico, ficam afastadas da responsabilidade e a culpa é do engenheiro, que “não tem os milhares ou milhões de euros que acabam por estar em jogo”.
Este ónus continua a crescer à medida que mais edifícios vão sendo mal reabilitados e vendidos, em muitos casos, a estrangeiros, sublinhou Vitor Cóias.
Na sua opinião, os lesados têm mais legitimidade para exigir indemnizações se as câmaras envolvidas passarem a cobrar aos proprietários dos imóveis uma taxa de proteção civil.
“Se os municípios vierem a cobrar uma taxa de protecção civil estão formalmente a admitir essa responsabilidade”, afirmou o engenheiro, referindo que o licenciamento precisa de ser urgentemente revisto na legislação, porque cada vez que se faz uma reabilitação deveria avaliar-se o comportamento sísmico do edifício.
NACIONAL
HERNÂNI DIAS PEDE DEMISSÃO E LUÍS MONTENEGRO ACEITA-A
O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.
O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.
Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que “o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão esta terça-feira apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias”.
“Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo”, acrescenta.
Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril do ano passado.
Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.
Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.
Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.
O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.
O Chega e o BE já pediram a demissão do governante e vários já requereram a sua audição parlamentar.
NACIONAL
ASAE ENCERRA DOIS ESTABELECIMENTOS E INSTAURA 18 CONTRAORDENAÇÕES
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu dois estabelecimentos comerciais e instaurou 18 processos de contraordenação por falta de equipamentos para deposição de resíduos de tabaco, avançou esta segunda-feira a ASAE.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu dois estabelecimentos comerciais e instaurou 18 processos de contraordenação por falta de equipamentos para deposição de resíduos de tabaco, avançou esta segunda-feira a ASAE.
No âmbito da ação, foram fiscalizados 121 operadores económicos, abrangendo o setor da restauração, edifícios destinados a ocupação não habitacional e instituições de ensino superior.
De acordo com a autoridade, as principais infrações identificadas foram a falta de disponibilização de cinzeiros e equipamentos adequados para a deposição de resíduos indiferenciados e seletivos, bem como o incumprimento dos requisitos gerais de higiene.
No decorrer desta ação, foi suspenso um estabelecimento de restauração no concelho de Lisboa, pela violação dos deveres da entidade exploradora, e um talho no concelho de Ílhavo, pelo incumprimento das normas gerais de higiene.
Foi também apreendido um instrumento de pesagem por não estar em conformidade com os valores de controlo metrológico.
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