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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

NASA TERÁ ENCONTRADO PROVAS DE VIDA EM MARTE

Investigadores da Universidade Estadual do Arizona, nos EUA, afirmam que o rover Spirit, da NASA, pode ter encontrado uma potencial assinatura de vidas antigas em Marte. Vê mais aqui. Partilha com os teus amigos !

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Investigadores da Universidade Estadual do Arizona, nos EUA, afirmam que o rover Spirit, da NASA, pode ter encontrado uma potencial assinatura de vidas antigas em Marte.

A equipa de cientistas analisou um planalto de rochas que o rover explorou no planeta vermelho, comparando suas características com as El Tatio, no norte do Chile.

A investigação resultou num artigo, publicado na revista Nature com título “Depósitos de sílica em Marte com características que se assemelham a bioassinaturas de termas em El Tatio, no Chile” – no original, “Silica deposits on Mars with features resembling hot spring biosignatures at El Tatio in Chile“.

No estudo, os cientistas revelam que as estruturas de sílica, ou dióxido de silício, em El Tatio são semelhantes às de Marte, incluindo estruturas sedimentares complexas produzidas por uma combinação de processos bióticos e abióticos.

“Mesmo que os processos totalmente abióticos não possam ser descartados para as estruturas de sílica marcianas, estas satisfazem uma definição de bioassinaturas potenciais”, destacam os investigadores.

Na sua missão a Marte, o rover Spirit encontrou afloramentos e regolitos compostos de sílica opalina (SiO2nH2O) no antigo ambiente hidrotermal vulcânico na cratera Gusev.

Os cientistas consideraram algumas teorias, como um processo de lixiviação de sulfato de ácido ou precipitação de fluidos de fontes quentes – mas essas explicações não pareciam válidas.

O El Tatio oferece uma boa oportunidade de analisar um ambiente parecido com o marciano, devido à rara combinação de alta elevação, baixa taxa de precipitação, alta taxa média de evaporação anual, congelamento-descongelamento diurno comum e radiação ultravioleta extremamente alta.

Os resultados do novo estudo demonstraram que as condições de El Tatio produzem estruturas de sílica com características que se comparam favoravelmente com os afloramentos em Marte – o que pode significar que as estruturas de sílica marcianas se formaram de maneira semelhante.

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A sílica opalina de Marte (esquerda) ocorre em massas nodulares com estruturas digitadas que se assemelham às de El Tatio (direita)

PROVAS INCONCLUSIVAS

Anteriormente, uma equipa de cientistas da NASA definiu uma bioassinatura como “um objeto, substância e/ou padrão que poderia ter uma origem biológica e, portanto, obriga os investigadores a reunir mais dados antes de chegar a uma conclusão sobre a presença ou ausência de vida”.

Como os investigadores não podem provar nem refutar uma origem biológica para as estruturas de sílica em Marte, estas constituem uma bioassinatura potencial.

Devido aos desafios de obtenção de provas inequívocas no local, a análise microscópica e compositiva de amostras em laboratórios na Terra podem ser ajudar os cientistas a chegar a uma conclusão sólida sobre a presença ou ausência da vida antiga nessas rochas.

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Imagens do rover Spirit mostram afloramentos nodulares de sílica opalina

Hypescience/Zap

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

O MANTO DA TERRA É MENOS MISTURADO DO QUE SE PENSAVA – ESTUDO

Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

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Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

Ambas as ‘ilhas’ foram descobertas no final do século passado. Os investigadores definem-nas como dois “supercontinentes” localizados entre o núcleo e o manto da Terra: um sob África e o outro sob o Oceano Pacífico, ambos a mais de 2000 quilómetros abaixo da superfície da Terra.

“Estas duas grandes ilhas estão rodeadas por uma espécie de ‘cemitério’ de placas tectónicas que foram transportadas para lá por um processo de subducção, em que uma placa submerge sob outra e se afunda da superfície da Terra até uma profundidade de quase 3.000 quilómetros”, realçou Arwen Deuss, sismóloga da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, e uma das autoras do estudo publicado na quarta-feira na revista Nature.

Até agora, os modelos sísmicos utilizavam apenas velocidades de onda para distinguir a composição e as características térmicas de diferentes partes da estrutura interna da Terra.

A investigação atual combinou as velocidades das ondas com uma técnica chamada “observações de atenuação” que permitiu o estudo do interior da Terra em três dimensões, algo “fundamental para compreender a evolução da composição” do manto, apontaram os autores.

A nova técnica permitiu-lhes “obter uma visão do interior do planeta, semelhante à que os médicos obtêm do corpo humano através dos raios X”.

Os resultados indicaram que, quando atingem estas ‘ilhas’ interiores do tamanho de continentes, as ondas abrandam porque a temperatura é mais elevada.

Ao estudar a composição dos minerais no manto, os investigadores descobriram também que o tamanho dos grânulos minerais nestas ‘ilhas’ gigantes é visivelmente maior do que nas placas tectónicas ‘mortas’ que as rodeiam.

“Estes grânulos minerais não crescem de um dia para o outro, o que só pode significar uma coisa: são muito maiores, mais rígidos e, por isso, mais antigos do que os cemitérios de camadas mortas circundantes. Isto indica que as ‘ilhas’ não participam no fluxo no manto terrestre”, explicou outra autora, Sujania Talavera-Soza, da mesma universidade.

“Ao contrário do que nos ensinam os livros de geografia, o manto também não pode ser bem misturado. Há menos fluxo no manto terrestre do que pensamos”, acrescentou Talavera-Soza.

O conhecimento do manto terrestre é essencial para compreender a evolução do planeta e de outros fenómenos à superfície da Terra, como os vulcões e a formação de montanhas.

Para este tipo de investigação, os sismólogos aproveitam as oscilações provocadas por fortes sismos que ocorrem a grandes profundidades, como o que ocorreu na Bolívia em 1994 — 650 quilómetros abaixo da superfície — sem causar danos ou vítimas, e a descrição matemática da força destas oscilações.

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UNIVERSIDADE DE COIMBRA LANÇA LIVRO PARA IDENTIFICAÇÃO DE ABELHAS DE PORTUGAL

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

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A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

A obra “Chaves Dicotómicas dos Géneros de Abelhas de Portugal. Hymenoptera: Anthophila”, uma adaptação e tradução de “Key to the Genera of European Bees (Hymenoptera: Anthophila)”, é o primeiro a ser publicado sobre o tema para Portugal e em português, revelou a FCTUC, em nota enviada à agência Lusa.

Produzido no âmbito dos projetos PolinizAÇÃO e EPIC-Bee, em colaboração com a Imprensa da Universidade de Coimbra, o livro já está disponível para ‘download’ gratuito.

“Desenvolvido como uma ferramenta para a identificação de géneros de abelhas, o livro destina-se principalmente a um público académico e técnico, constituindo um marco significativo no campo da entomologia e um contributo valioso para a conservação dos insetos polinizadores”, referiu a FCTUC.

A produção do livro técnico contou com o envolvimento de investigadores do FLOWer Lab do Centro de Ecologia Funcional e do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, nomeadamente Hugo Gaspar, Sílvia Castro e João Loureiro.

“Este livro preenche uma lacuna de décadas na investigação sobre as abelhas selvagens em Portugal, uma vez que atualiza o conhecimento e aproxima-o da comunidade entomológica nacional através da adaptação e tradução para a língua portuguesa”, afirmou o entomólogo e aluno de doutoramento da FCTUC, Hugo Gaspar.

O trabalho “será extremamente útil não só para investigadores que trabalham no estudo e conservação de polinizadores, mas também para estudantes, naturalistas e para todos os que tiverem interesse em aprender sobre a identificação de abelhas”, acrescentou.

A obra contou também com a colaboração do investigador da Universidade do Porto, José Grosso-Silva, e da equipa de investigadores ligada ao Laboratório de Zoologia da Universidade de Mons (Bélgica), através dos projetos europeus Spring, Orbit e Epic-Bee.

A FCTUC declarou que este lançamento reforça o compromisso da Universidade de Coimbra em promover a ciência e desenvolver ferramentas de apoio à investigação científica e ao conhecimento sobre biodiversidade.

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