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INTERNACIONAL

NOS EUA A “LIBERDADE NA INTERNET” TRANSFORMOU-SE EM POLÉMICA

O presidente do regulador das comunicações dos EUA acusou as grandes empresas de Silicon Valley de bloquearem os conteúdos que não gostam, e assim afectarem a “liberdade” online.

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O presidente do regulador das comunicações dos EUA (FCC, na sigla em inglês), Ajit Pai, acusou na terça-feira as grandes empresas de Silicon Valley de ameaçarem a Internet, porque “bloqueiam os conteúdos que não gostam”.

Estas declarações foram feitas quando a própria FCC procura terminar com uma lei aprovada durante a Presidência de Barack Obama que visa garantir a neutralidade da internet, obrigando os fornecedores de acesso a tratar todos os serviços em linha da mesma maneira.

Segundo Ajit Pai, que nomeou a rede social Twitter, as plataformas da internet têm um papel muito mais importante que os fornecedores de acesso para determinar a que conteúdo os utilizadores podem aceder.

“Apesar de todas as declarações afirmando que os fornecedores de acesso podem decidir o que os consumidores podem ver, a experiência mostra que são os designados ‘Edge Providers’ (fornecedores de serviços) que decidem o que eles podem ver”, afirmou o presidente da FCC, durante um discurso em Washington. “Estes fornecedores (de serviço) bloqueiam regularmente os conteúdos ou suprimem os comentários que não gostam”, acrescentou.

Ajit Pai, que foi nomeado pelo presidente republicano Donald Trump, invocou a título de exemplo a decisão do Twitter de bloquear a conta de um candidato do partido presidencial “porque tinha uma mensagem antiaborto”.

A Twitter “parece aplicar dois pesos e duas medidas quando se trata de suspender ou retirar a certificação às contas de utilizadores conservadores em relação às dos utilizadores liberais”, acusou o presidente da FCC.

Acusou ainda as plataformas de “ceder a pressões dos governos estrangeiros” e “modificar secretamente os comentários de alguns internautas”, acusando-os de ameaçar a internet bem mais do que os fornecedores de acesso.

A FCC deve apresentar em meados de dezembro as novas regras que se vão aplicar à neutralidade da internet depois de ter definido as grandes linhas na semana passada.

Enquanto decorre este debate, o Departamento da Justiça anunciou a sua oposição à fusão entre a AT&T, um dos principais fornecedores de acesso aos EUA, com o grupo de media Time Warner.

Trump, que ataca regularmente a cadeia televisiva CNN, que pertence à Time Warner, considerou que esta fusão “não seria boa para o país”.

As grandes empresas da Silicon Valley apoiaram esta decisão, mas Ajit Pai criticou-as, afirmando que “estas empresas querem criar regras muito mais estritas para os fornecedores de acesso do que as que querem aplicar a elas próprias”.

O chefe da FCC criticou ainda mais estas empresas, ao considerar que “elas podem dissimular as suas posições sob o argumento da defesa dos interesses do público, mas o seu verdadeiro interesse é utilizar a regulamentação para afirmar o seu domínio sobre a economia da internet”.

Ajit Pai, Presidente do regulador das comunicações dos EUA (FCC, na sigla em inglês)

INTERNACIONAL

BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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