ECONOMIA & FINANÇAS
NOS LANÇA PRIMEIRO ‘SMARTPHONE’ DE QUINTA GERAÇÃO EM PORTUGAL
A NOS vai lançar o primeiro ‘smartphone’ 5G (quinta geração móvel) em Portugal e é da Huawei, fabricante chinesa cujos produtos foram vetados pelos Estados Unidos, anunciou hoje a operadora de telecomunicações liderada por Miguel Almeida.
A NOS vai lançar o primeiro ‘smartphone’ 5G (quinta geração móvel) em Portugal e é da Huawei, fabricante chinesa cujos produtos foram vetados pelos Estados Unidos, anunciou hoje a operadora de telecomunicações liderada por Miguel Almeida.
Este é o primeiro telemóvel 5G lançado em Portugal, numa altura em que ainda não se sabe como é que vai ser feita a atribuição das licenças desta tecnologia no mercado português, a qual vai permitir maior velocidade de transmissão de dados e maior conectividade entre objetos, entre outras características.
O lançamento será feito no sábado e o telemóvel inteligente escolhido foi o da Huawei, tecnológica que tem sido notícia pelas acusações de alegada espionagem por parte dos Estados Unidos, país que baniu os seus produtos.
Perante esta polémica, Bruxelas pediu aos Estados-membros que analisassem os riscos nacionais com o 5G, aguardando-se até final do ano medidas comuns que mitiguem eventuais ameaças.
Washington, que proibiu a Huawei de participar na implantação do 5G no país, está também a pressionar os aliados a tomarem medidas semelhantes.
Hoje, em comunicado, a NOS reitera a sua aposta na “inovação e pioneirismo”, assumindo-se como “o primeiro operador a lançar um ‘smartphone’ preparado para o 5G no mercado nacional”.
“O Huawei Mate 20 X 5G é o primeiro terminal comercial preparado para a quinta geração de comunicações móveis no nosso país e chega aos portugueses, através da NOS, no próximo sábado”, refere a operadora de telecomunicações.
Em 18 de julho último, num encontro com responsáveis da Huawei Portugal em Lisboa, o diretor de consumo da tecnológica chinesa no mercado português, Tiago Flores, tinha avançado que Portugal iria ter um telemóvel 5G da marca antes de a tecnologia ser implementada no país.
Sobre a polémica que envolve a Huawei, o presidente da NOS, em 08 de março último, tinha afirmado que uma eventual decisão da Europa no sentido de não permitir o desenvolvimento do 5G com base nas redes da tecnológica chinesa levaria a um “atraso de pelo menos dois anos” nesta matéria.
Sobre as acusações dos Estados Unidos, o gestor disse na altura tratar-se de “especulações na base de a empresa ser chinesa e de um país chinês”, sublinhando que até ao momento a NOS não tinha “nenhuma evidência de problemas de segurança com a Huawei”.
O ‘smartphone’ funciona na rede 4G e estará disponível ‘online’ e nas lojas da NOS a partir de 03 de agosto.
A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China: de um total de 50 licenças que a empresa detém para o 5G, 28 são para operadoras europeias.
“Recorde-se que Portugal está entre os Estados-membros da União Europeia a dar todos os passos para que o 5G seja disponibilizado, de forma comercial, em pelo menos uma cidade até ao próximo ano e para que haja uma cobertura mais abrangente até 2025”, salienta a NOS.
ALU // JPF
ECONOMIA & FINANÇAS
SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).
Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.
Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.
Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.
Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.
Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.
Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.
Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.
Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.
No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.
Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.
O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).
A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.
Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.
ECONOMIA & FINANÇAS
ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).
“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.
Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.
O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.
No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.
O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.
Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.
A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.
De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.
O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.
O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.
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