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NÚMERO DE SEM-ABRIGO AUMENTOU EM 14 DOS 35 PAÍSES DA OCDE

O número de pessoas em situação sem-abrigo aumentou nos últimos anos em mais de um terço dos 35 países da Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), incluindo Portugal, segundo um relatório ontem divulgado.

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O número de pessoas em situação sem-abrigo aumentou nos últimos anos em mais de um terço dos 35 países da Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), incluindo Portugal, segundo um relatório ontem divulgado.

De acordo com o relatório, a taxa de sem-abrigo (medida como uma parcela da população total) aumentou na Austrália, no Chile, em Inglaterra, França, Islândia, Irlanda, Letónia, Luxemburgo, Países Baixos, Nova Zelândia, Portugal, Escócia, Estados Unidos e País de Gales.

Em alguns casos, acrescenta a OCDE, o aumento foi considerável: os sem-abrigo aumentaram 168% na Islândia entre 2009 e 2017, 157% em Portugal entre 2014 e 2018 e 107% na Irlanda entre 2014 e 2018 – embora em cada um desses países, o número de pessoas em sem-abrigo a taxa de desabrigados permaneceu em menos de 0,15% da população.

Tendências mais subtis podem ser observadas em países que recolhem dados anualmente: por exemplo, após um declínio geral no número dos sem-abrigo, os Estados Unidos registaram um aumento ligeiro entre 2017 e 2018.

O documento analisa não só o volume deste fenómeno, mas também o que terá levado estas pessoas a ficar em situação sem-abrigo, se a situação tem vindo a piorar, como é medido de país para país e o que pode ser feito para reduzir.

Segundo o documento, este é um fenómeno difícil de medir e ainda mais difícil de comparar entre os países.

“Não existe uma definição comum e a recolha de dados dos países difere no seu método e frequência”, refere a OCDE no relatório, indicando que por vezes essas diferenças existem até dentro do mesmo país, dependendo da organização que realiza a estatística.

A falta de um local onde viver afeta menos de 1% da população em toda a OCDE, mas preocupa mais de 1,9 milhão de pessoas.

Os chamados “sem teto crónicos” são um grupo pequeno, mas visível, que geralmente exige vários apoios.

Enquanto isso, um número elevado, e em alguns países crescente, fica temporariamente sem casa e também pode precisar de vários tipos de apoio, refere a OCDE, acrescentando que os rostos do sem-abrigo são cada vez mais diversos.

Em muitos países tornou-se mais prevalente entre mulheres, famílias com crianças, jovens, migrantes e idosos.

O que é ser um sem-abrigo na OCDE? A resposta depende de como se define o seu estado, o que varia de país para país, não existindo uma uniformização internacional da sua definição.

Em alguns países, a definição é restrita a pessoas que vivem nas ruas ou em espaços públicos e / ou que vivem em abrigos ou em outras acomodações de emergência: é o caso da Áustria, do Chile, de França, da Hungria, da Irlanda, de Itália, do Japão, da Letónia, da Lituânia, de Portugal, da Eslovénia, de Espanha e dos Estado Unidos.

Outros países aplicam uma definição mais ampla, que também inclui pessoas que são acolhidas por amigos e familiares: é o caso da Austrália, do Canadá, da República Checa, da Finlândia, da Alemanha, da Grécia, do Luxemburgo, da Nova Zelândia, da Noruega e da Suécia.

Além disso, existem também diferentes definições dentro de cada país, dependendo das autoridades que recolhem informação, produzido diferentes estimativas de sem-abrigo, no mesmo território.

Segundo a OCDE, a forma como o fenómeno é medido afeta quem é deixado de fora do sistema de controlo e ajuda.

O documento analisa algumas estratégias nacionais e conclui que as soluções devem ser adaptadas às diversas necessidades.

Além das medidas preventivas, as abordagens ‘Habitação em Primeiro Lugar’ ou “Housing first”, que permite a disponibilização imediata de um local para viver, juntamente com a prestação integrada de serviços, podem ser medidas eficazes para os chamados sem-abrigo crónicos.

Já o apoio de emergência, incluindo a rápida recolocação, pode ajudar os sem-abrigo em transição, defende a OCDE.

No território de Portugal continental há cerca de 4.400 pessoas sem teto ou sem casa, segundo um inquérito realizado entre fevereiro e maio no quadro da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo.

Segundo um resumo dos resultados deste inquérito divulgado em 2018, existiam 3.396 pessoas sem teto ou sem casa”, das quais “1.443 pessoas sem teto, isto é, a viver na rua, em espaços públicos, abrigos de emergência ou locais precários”, e “1.953 pessoas sem casa”, isto é, “a viver em equipamento onde a pernoita é limitada”.

De acordo com o mesmo documento “cerca de 45% do total das pessoas sem teto foram identificadas na Área Metropolitana de Lisboa (AML), com 644 pessoas”.

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BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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