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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

O INESC TEC LEVA A INTERNET DE BANDA LARGA PARA ALTO MAR

Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, desenvolveram uma solução que permite levar a internet de banda larga aos navios que operam em alto mar, afirmou hoje o responsável.

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Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, desenvolveram uma solução que permite levar a internet de banda larga aos navios que operam em alto mar, afirmou hoje o responsável.

Em declarações à Lusa, Rui Campos, responsável pelo projeto, explicou que a equipa “procurou desenvolver uma solução de comunicações de internet de banda larga que permitisse levar serviços e aplicações usados em terra para o ambiente marinho”, e assim “trazer a inclusão digital” para junto dessas comunidades.

O projeto, intitulado MareCom e liderado pela empresa de engenharia portuguesa Wavecom, consiste numa caixa de comunicações, que pode ser instalada em embarcações e estações de comunicações costeiras, juntamente com antenas.

O equipamento foi testado na Base Naval de Lisboa, no dia 03 de outubro, numa vídeo conferência com terra a partir de uma embarcação da Marinha Portuguesa que navegava no estuário do Tejo.

“O INESC TEC desenvolveu uma componente de hardware, que consiste nas antenas multissetoriais que definem a orientação da embarcação mais próxima, e duas componentes de software, uma relacionada com a gestão de acesso das embarcações à terra e outra que permite que as embarcações consigam estabelecer uma rede entre si, ajudando-se mutuamente”, explicou o investigador.

Rui Campos acredita que esta solução, que surge como alternativa às comunicações via satélite atualmente utilizadas, “pode completar diferentes serviços e ter aplicações em cenários bastante distintos”.

“Este sistema pode permitir que um navio da Marinha, que vai fazer uma operação de busca e salvamento, possa fazer uma videoconferência com terra, podendo consultar os médicos em terra para prestar auxílios às vítimas, através de um serviço de telemedicina”, exemplificou.

Segundo o investigador, esta solução, que poderá atingir alcances de 25 a 30 milhas da costa, é também capaz de auxiliar as comunidades piscatórias no contacto com a terra, ao permitir que “anunciem o tipo e a quantidade de peixe que pescaram”.

“Esta solução tem inúmeras vantagens, nomeadamente no acesso a aplicações e serviços que possam melhorar a eficácia e a eficiência das operações que são desenvolvidas no mar”, acrescentou.

O projeto MareCom, onde participa também o Centro de Investigação Naval (CINAV) da Marinha Portuguesa e da Ubiwhere, foi financiado pelo Compete 2020 e pelo Lisboa 2020.

LUSA

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

O MANTO DA TERRA É MENOS MISTURADO DO QUE SE PENSAVA – ESTUDO

Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

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Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

Ambas as ‘ilhas’ foram descobertas no final do século passado. Os investigadores definem-nas como dois “supercontinentes” localizados entre o núcleo e o manto da Terra: um sob África e o outro sob o Oceano Pacífico, ambos a mais de 2000 quilómetros abaixo da superfície da Terra.

“Estas duas grandes ilhas estão rodeadas por uma espécie de ‘cemitério’ de placas tectónicas que foram transportadas para lá por um processo de subducção, em que uma placa submerge sob outra e se afunda da superfície da Terra até uma profundidade de quase 3.000 quilómetros”, realçou Arwen Deuss, sismóloga da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, e uma das autoras do estudo publicado na quarta-feira na revista Nature.

Até agora, os modelos sísmicos utilizavam apenas velocidades de onda para distinguir a composição e as características térmicas de diferentes partes da estrutura interna da Terra.

A investigação atual combinou as velocidades das ondas com uma técnica chamada “observações de atenuação” que permitiu o estudo do interior da Terra em três dimensões, algo “fundamental para compreender a evolução da composição” do manto, apontaram os autores.

A nova técnica permitiu-lhes “obter uma visão do interior do planeta, semelhante à que os médicos obtêm do corpo humano através dos raios X”.

Os resultados indicaram que, quando atingem estas ‘ilhas’ interiores do tamanho de continentes, as ondas abrandam porque a temperatura é mais elevada.

Ao estudar a composição dos minerais no manto, os investigadores descobriram também que o tamanho dos grânulos minerais nestas ‘ilhas’ gigantes é visivelmente maior do que nas placas tectónicas ‘mortas’ que as rodeiam.

“Estes grânulos minerais não crescem de um dia para o outro, o que só pode significar uma coisa: são muito maiores, mais rígidos e, por isso, mais antigos do que os cemitérios de camadas mortas circundantes. Isto indica que as ‘ilhas’ não participam no fluxo no manto terrestre”, explicou outra autora, Sujania Talavera-Soza, da mesma universidade.

“Ao contrário do que nos ensinam os livros de geografia, o manto também não pode ser bem misturado. Há menos fluxo no manto terrestre do que pensamos”, acrescentou Talavera-Soza.

O conhecimento do manto terrestre é essencial para compreender a evolução do planeta e de outros fenómenos à superfície da Terra, como os vulcões e a formação de montanhas.

Para este tipo de investigação, os sismólogos aproveitam as oscilações provocadas por fortes sismos que ocorrem a grandes profundidades, como o que ocorreu na Bolívia em 1994 — 650 quilómetros abaixo da superfície — sem causar danos ou vítimas, e a descrição matemática da força destas oscilações.

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DE COIMBRA LANÇA LIVRO PARA IDENTIFICAÇÃO DE ABELHAS DE PORTUGAL

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

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A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

A obra “Chaves Dicotómicas dos Géneros de Abelhas de Portugal. Hymenoptera: Anthophila”, uma adaptação e tradução de “Key to the Genera of European Bees (Hymenoptera: Anthophila)”, é o primeiro a ser publicado sobre o tema para Portugal e em português, revelou a FCTUC, em nota enviada à agência Lusa.

Produzido no âmbito dos projetos PolinizAÇÃO e EPIC-Bee, em colaboração com a Imprensa da Universidade de Coimbra, o livro já está disponível para ‘download’ gratuito.

“Desenvolvido como uma ferramenta para a identificação de géneros de abelhas, o livro destina-se principalmente a um público académico e técnico, constituindo um marco significativo no campo da entomologia e um contributo valioso para a conservação dos insetos polinizadores”, referiu a FCTUC.

A produção do livro técnico contou com o envolvimento de investigadores do FLOWer Lab do Centro de Ecologia Funcional e do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, nomeadamente Hugo Gaspar, Sílvia Castro e João Loureiro.

“Este livro preenche uma lacuna de décadas na investigação sobre as abelhas selvagens em Portugal, uma vez que atualiza o conhecimento e aproxima-o da comunidade entomológica nacional através da adaptação e tradução para a língua portuguesa”, afirmou o entomólogo e aluno de doutoramento da FCTUC, Hugo Gaspar.

O trabalho “será extremamente útil não só para investigadores que trabalham no estudo e conservação de polinizadores, mas também para estudantes, naturalistas e para todos os que tiverem interesse em aprender sobre a identificação de abelhas”, acrescentou.

A obra contou também com a colaboração do investigador da Universidade do Porto, José Grosso-Silva, e da equipa de investigadores ligada ao Laboratório de Zoologia da Universidade de Mons (Bélgica), através dos projetos europeus Spring, Orbit e Epic-Bee.

A FCTUC declarou que este lançamento reforça o compromisso da Universidade de Coimbra em promover a ciência e desenvolver ferramentas de apoio à investigação científica e ao conhecimento sobre biodiversidade.

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