REGIÕES
PEDRÓGÃO GRANDE: 62 MORTOS EM INCÊNDIO
Um violento e perigoso incêndio provou 57 mortos e 59 feridos em Pedrógão Grande (Leiria). É o incêndio mais mortífero de que há memória em Portugal. O que aconteceu afinal ? Está tudo aqui.
Um novo balanço do incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, dá conta de 62 mortos, disse hoje o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.
“Infelizmente o número de mortos aumentou para 57, o que mexe um pouco com todos nós”, afirmou o governante no balanço do incêndio florestal feito às 10:00, junto ao posto de comando
Visivelmente emocionado, Jorge Gomes apontou os locais em que foram encontradas as vítimas mortais, na Estrada Nacional 236.1, que faz a ligação ao Itinerário Complementar (IC) 8.
“Foram encontradas 30 pessoas em viaturas e 17 fora das viaturas ou nas margens da estrada e em ambiente rural foram encontradas 10 vítimas mortais”, disse.
O governante explicou ainda que o fogo se mantém com quatro frentes activas, duas “com grande violência”, e indicou que no terreno estão cerca de 700 operacionais, apoiados por cerca de 250 viaturas.
Neste momento, na Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande está instalado um ponto de acolhimento e de informação onde estão elementos da Segurança Social que prestam “toda a ajuda, apoio e esclarecimentos possíveis”.
O secretário de Estado da Administração Interna sublinhou ainda que não há agora nenhuma localidade em risco.
O incêndio deflagrou ao início da tarde de sábado no concelho de Pedrógão Grande e alastrou-se aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera.
O primeiro-ministro, António Costa, afirmou que o incêndio terá sido causado por trovoadas secas, salientando, no entanto, que “é prematuro tirar ilações” sobre o que aconteceu.
O que é que aconteceu, afinal? A pergunta que todos fazem:
Foi como se esperava um noite que parecia nunca mais acabar. Depois de duas horas de reunião no Comando Nacional de Operações de Socorro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Oeiras, o primeiro-ministro António Costa voltou a falar aos jornalistas para dar conta que o incêndio em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, terá sido causado por trovoadas secas e que as vítimas estavam todas numa única estrada ou nas suas imediações. Em declarações aos jornalistas, António Costa, considerou que “é prematuro tirar ilações” sobre o que aconteceu.
Questionado sobre o que terá causado tantas vítimas mortais, respondeu: “Neste momento é obviamente prematuro tirar ilações sobre o que terá acontecido naquele local. Algo de muito especial aconteceu, seguramente, pela dimensão das vítimas que teve. Neste momento, a Polícia Judiciária (PJ) está já no local, a quem compete a investigação, com o apoio da Guarda Nacional Republicana (GNR).
O primeiro-ministro adiantou que também o Instituto nacional de Medicina Legal foi acionado e disse que “há que fazer a identificação, e há também que ver as causas”. António Costa referiu que “todas as vítimas mortais estavam concentradas numa via de circulação ou nas suas imediações”.
“Quando admito que possa haver mais vítimas, deve-se ao facto de haver habitações na zona onde este fenómeno se concentrou, ao facto de desconhecermos quantos ocupantes tinham as viaturas, e já terem sido encontrados corpos aparentemente de pessoas que tentaram fugir das viaturas. Como não sabemos o número de ocupantes, não podemos garantir que não haja outras pessoas que venham a ser encontradas já fora das viaturas, nas suas proximidades”, explicou.
“Durante o dia houve um total de 156 incêndios em todo o país. Neste momento, onze ainda estão ativos e dois suscitam particulares preocupações. Esta situação de vítimas humanas não foi generalizada nos incêndios, ocorreu num único incêndio e num único local”, enquadrou. Segundo o primeiro-ministro, “os meios que têm estado empenhados têm respondido à generalidade das situações”.
“Houve uma situação meteorológica particular a partir das 14 horas, numa extensão entre Coimbra e o norte do Alentejo, com a sucessão de trovoadas secas que terão estado na origem destes incêndios, e que terão gerado fenómenos meteorológicos de grande concentração e violência, como este que vitimou o conjunto destas pessoas”, acrescentou.
Rui Esteves: Não é possível haver “uma varinha mágica”
O comandante operacional da Proteção Civil nacional, Rui Esteves, disse hoje que os meios de combate a incêndios enviados para Pedrógão Grande no sábado foram os adequados, mas as trovoadas secas eram imprevisíveis.
“Claramente os meios foram os adequados, tanto os meios terrestres como os meios aéreos. Aquilo que não foi adequado foi a incidência de várias ocorrências provocadas pelas trovoadas secas e claramente o vento forte”, que fizeram com que o incêndio “rapidamente” avançasse quilómetros em pouco tempo, disse Rui Esteves aos jornalistas, na Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Oeiras, no distrito de Lisboa.
Rui Esteves sublinhou que, dada a dimensão que ganhou o fogo, os meios agora no terreno “não são os suficientes” e daí estarem a caminho cinco “grupos de combate a incêndios florestais” dos distritos de Évora, Setúbal e Lisboa. Por outro lado, chegam hoje de manhã a Portugal dois aviões espanhóis para ajudar nas operações.
O comandante disse que num fogo com esta dimensão não é possível haver “uma varinha mágica” e dizer quando estará extinto, até porque não é possível controlar a meteorologia e hoje pode repetir-se o fenómeno das trovoadas secas e o vento forte.
“A não conseguirmos durante a noite – e a nossa determinação é que seja durante a noite […] – é que amanhã [hoje] durante o dia se termine esse incêndio”, afirmou, ao lado do primeiro-ministro, que esteve esta madrugada nas instalações da Protecção Civil.
Rui Esteves disse ainda que “não há viaturas perdidas” dos bombeiros neste incêndio.
“Quem está no terreno tem todas as condições, e condições morais, para continuar esse trabalho. Pela formação, pela capacidade e pelo conhecimento que tem, não temos dúvidas disso”, acrescentou, depois de referir os cinco bombeiros feridos, quatro deles com gravidade.
Rui Esteves garantiu, por outro lado, que não houve quebra de comunicações entre os operacionais no terreno e que a EDP está a transportar geradores para as zonas “onde pode haver fragilidade” das antenas de telecomunicações.
Além disso, a eléctrica “já contratualizou geradores para repor a normalidade logo que possível” no abastecimento de energia nas zonas afectadas pelo incêndio, acrescentou Rui Esteves.
Trovoadas secas podem repetir-se:
De acordo com a informação que recebeu da Protecção Civil, o primeiro-ministro advertiu que as trovoadas secas que ocorreram no sábado poderão repetir-se hoje. António Costa referiu que a meteorologia prevê que hoje, domingo, “sensivelmente no mesmo período, e na mesma área, entre Coimbra e o norte do Alentejo, possam voltar a ocorrer novas trovoadas secas”.
“É provável que, nas mesmas regiões e no mesmo período horário, possamos ter um fenómeno idêntico”, advertiu, pedindo “cuidados redobrados relativamente a todos aqueles comportamentos de risco de incêndio”.
“Podemos estar sujeitos a ter uma nova ocorrência desse género”, salientou o chefe do Governo, insistindo para que haja “o maior cuidado possível” no período em relação ao qual existe “o alerta de que possa repetir-se este fenómeno”.
No momento próprio, será decretado o luto nacional
“Queria, naturalmente, manifestar pesar por estes falecimentos, em particular às famílias que estejam enlutadas nesta tragédia, que nos comove, naturalmente, e que nos choca a todos pela sua dimensão”, declarou ainda António Costa.
Em resposta aos jornalistas, o primeiro-ministro adiantou que “com certeza que o luto nacional será decretado, no momento próprio”, mas considerou que “não será seguramente o momento próprio enquanto não estiverem apuradas totalmente as circunstâncias e as consequências”.
Questionado se irá ao local deste incêndio no distrito de Leiria, que começou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, respondeu: “Se for necessário, irei”.
Polícia Judiciária afasta origem criminosa de incêndio
O director nacional da Polícia Judiciária (PJ) afirmou hoje à Lusa que o incêndio que deflagrou no sábado no concelho de Pedrógão Grande teve origem numa trovoada seca, afastando qualquer indício de origem criminosa.
“A PJ, em perfeita articulação com a GNR, conseguiu determinar a origem do incêndio e tudo aponta muito claramente para que sejam causas naturais. Inclusivamente encontrámos a árvore que foi atingida por um raio”, disse Almeida Rodrigues.
“Conseguimos determinar que a origem do incêndio foi provocada por trovoadas secas”, tendo sido a partir daí que o fogo se propagou, explicou o director nacional da PJ.
REGIÕES
MATOSINHOS: ESCOLA GONÇALVES ZARCO EVACUADA DEVIDO A QUEDA DE ÁRVORE
A chuva intensa e o vento forte que se fizeram sentir no Grande Porto ao início da manhã provocaram inundações e diversas quedas de árvores, designadamente em Matosinhos, onde por precaução a Escola Secundária Gonçalves Zarco foi evacuada.
A chuva intensa e o vento forte que se fizeram sentir no Grande Porto ao início da manhã provocaram inundações e diversas quedas de árvores, designadamente em Matosinhos, onde por precaução a Escola Secundária Gonçalves Zarco foi evacuada.
Em declarações à Lusa, fonte das Relações Públicas do Comando Metropolitano da PSP do Porto disse que uma árvore caiu sobre a vedação daquela escola e provocou danos em viaturas estacionadas.
Segundo a fonte, não há vítimas, mas, uma vez que a escola é rodeada por árvores, foi decidido evacuar o estabelecimento de ensino como medida de precaução.
Ainda em Matosinhos, cerca das 08:20, uma árvore caiu sobre a linha do metro, junto à estação de Pedro Hispano, obrigando à interrupção da circulação até cerca das 08:40.
Neste concelho, há ainda a registar inundações, nomeadamente da via pública, e a queda de telhas sobre viaturas estacionadas.
No concelho do Porto, além de inundações, registou-se a queda de um telhado, na rua Silva Porto, na freguesia da Paranhos, que obrigou ao corte da via durante os trabalhos de remoção.
Neste caso, registaram-se também danos numa viatura estacionada.
A circulação na Linha ferroviária de Guimarães, entre as estações de Santo Tirso e Guimarães, encontra-se suspensa devido à queda de uma árvore, divulgou a empresa de transporte.
Numa nota na sua página oficial do Facebook, publicada pelas 09:30, a CP — Comboios de Portugal alerta para a situação ocorrida, sem dar mais pormenores.
REGIÕES
MATOSINHOS: HOMEM DETIDO DE VIOLAR MULHER EM “ENCONTRO SEXUAL”
Um homem de 36 anos foi detido por suspeita de violação de uma mulher, em Matosinhos, no domingo, depois de um “conflito motivado por ter sido ultrapassado o tempo contratado” para práticas sexuais entre ambos, foi anunciado esta quarta-feira.
Um homem de 36 anos foi detido por suspeita de violação de uma mulher, em Matosinhos, no domingo, depois de um “conflito motivado por ter sido ultrapassado o tempo contratado” para práticas sexuais entre ambos, foi anunciado esta quarta-feira.
Em comunicado, a Polícia Judiciária explica que a vítima tem cerca de 30 anos e “dedica-se à prostituição, anunciando os seus serviços em plataforma online”.
Segundo o texto, “no dia dos factos, no decurso de práticas sexuais entre ambos, gerou-se um conflito motivado por ter sido ultrapassado o tempo contratado e o suspeito não querer pagar esse excesso”.
No decorrer do conflito, lê-se, o detido “acabou por mostrar-se extremamente violento, agredindo física e verbalmente a vítima, partindo o recheio da habitação e forçando-a a práticas sexuais através de agressões e do uso da força física”.
O detido vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação.
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