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PELOS MENOS 1,5 MILHÕES DE CRIANÇAS SUBNUTRIDAS EM ÁFRICA NÃO RECEBEM TRATAMENTO ADEQUADO – UNICEF

Pelo menos 1,5 milhões de crianças subnutridas em toda a África Austral e Oriental, incluindo em países como Angola e Moçambique, não estão a receber o tratamento adequado que permita salvar as suas vidas, alertou hoje a Unicef.

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Pelo menos 1,5 milhões de crianças subnutridas em toda a África Austral e Oriental, incluindo em países como Angola e Moçambique, não estão a receber o tratamento adequado que permita salvar as suas vidas, alertou hoje a Unicef.

“O número representa quase metade dos 3,6 milhões de crianças com necessidades urgentes estimadas, que não estão a ser atendidas a tempo de salvar as suas vidas ou de as impedir de sofrerem danos permanentes no desenvolvimento”, acrescenta o Fundo das Nações Unidas para a Infância numa declaração divulgada hoje.

Apesar de uma melhoria gradual no tratamento da subnutrição nestas regiões de África, “os impactos da pandemia da covid-19, combinados com choques climáticos e conflitos contínuos, continuam a empurrar as crianças e famílias para a beira do abismo”, sublinha-se na declaração.

Além disso, “a consistente falta de financiamento mantém-se como obstáculo à resposta humanitária da Unicef”, alerta a organização, que avalia as suas necessidades urgentes na ordem dos 255 milhões de dólares (224,7 milhões de euros), para aumentar a sua resposta nutricional de emergência nos países prioritários das duas sub-regiões de África em 2022.

Ainda assim, em Angola, onde as pessoas enfrentam as consequências da pior seca registada em 40 anos, a Unicef afirma que, em conjunto com os seus parceiros, conseguiu aumentar a resposta nutricional de emergência nas províncias mais afetadas (Cuanza Sul, Benguela, Huambo, Namibe, Huíla e Cunene), com aproximadamente 75 por cento de mais crianças tratadas por subnutrição grave em 2021, por comparação com 2020.

Em Moçambique, por outro lado “a insegurança continua a ter um impacto negativo na nutrição infantil”, sublinha a organização.

Em 2021, aproximadamente 38.000 crianças receberam tratamento direcionado à subnutrição, número que representa um aumento de aproximadamente 10.000 crianças em relação a 2020.

“São urgentemente necessários mais fundos para assegurar a manutenção destes serviços para além do mês de abril deste ano” no país lusófono, alerta a Unicef.

“Nada é mais devastador do que ver crianças a sofrer de subnutrição severa, quando sabemos que isto poderia ter sido evitado e as crianças tratadas”, afirmou Mohamed M. Fall, diretor regional da Unicef para a África Oriental e Austral, citado na declaração.

“Graças ao apoio dos nossos doadores e parceiros, alcançámos alguns resultados notáveis e histórias de sucesso, mas os impactos da covid-19, as alterações climáticas e os conflitos estão a criar a tempestade perfeita em que as necessidades estão rapidamente a ultrapassar os recursos, e o tempo de agir é agora”, acrescentou o responsável.

As famílias em ambas as sub-regiões de África estão a enfrentar múltiplas crises, que se refletem em insegurança alimentar crescente, deterioração económica e surtos de doenças.

“Milhões estão a ser obrigados a reduzir a quantidade ou qualidade dos alimentos que consomem para sobreviver. Em muitos casos, as famílias são obrigadas a fazer ambas as coisas”, descreve a Unicef.

“Estamos perante uma tragédia nutricional iminente, que pode – e deve ser evitada. Com acesso sem obstáculos e financiamento previsível para chegar às crianças necessitadas, a Unicef e os seus parceiros podem salvar as vidas de quase todas as crianças afetadas por subnutrição severa nas regiões”, garante a agência da ONU.

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BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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