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NACIONAL

POLÉMICA: POLÍCIA JUDICIÁRIA CONTRADIZ IPMA

IPMA fala de 5% de hipóteses de raio ter causado fogo. PJ diz ter provas do contrário e alerta para falta de “validação científica”. Está o “caldo entornado” entre a Polícia

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Num relatório de 120 páginas, entregue esta semana ao Governo, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) revela que não há provas meteorológicas de que o fogo de Pedrógão tenha começado com um raio. Por volta das 14h30 de dia 17 de unho não foi detectada qualquer descarga eléctrica em Escalos Fundeiros, existindo apenas uma probabilidade de 5% de a ignição ter sido causada por uma trovoada seca, lê-se no documento. A conclusão parece contrariar a tese defendida pela Polícia Judiciária (PJ), de que a catástrofe teve “causa acidental de origem natural”, mas fontes da investigação garantem ao Expresso que as convicções “não se alteraram um milímetro” e que foram recolhidas provas forenses para as atestar.

“Não trabalhamos com probabilidades, trabalhamos com factos. Já temos factos e questionamos até as probabilidades apresentadas pelo IPMA”, disse ao Expresso fonte da PJ. Em causa está o sistema de detecção nacional das descargas eléctricas “de apenas quatro sensores, e em que só três estavam operacionais, ficando aquém dos padrões internacionais mínimos exigidos para uma cobertura eficaz e, consequentemente, pondo em causa a validação científica”.

RAIO, CABO, CARVALHO

Contactado pelo Expresso, o IPMA esclarece que o relatório conclui que é pouco provável terem ocorrido descargas nuvem-solo naquela zona, àquela hora, naquele dia, não detectadas pela rede, mas “não exclui na totalidade essa possibilidade, porque há uma margem de erro, reduzida mas existe”, frisa a meteorologista Sandra Correia. Quanto ao sistema, reconhece — tal como consta do relatório — que o sensor de Alverca estava inoperativo (aguarda substituição), mas garante que a rede nacional (Braga, Castelo Branco, Olhão) tira (e tirou) partido de seis detectores adicionais da rede espanhola, principalmente dos três mais próximos da fronteira.

No ponto zero do incêndio, em Escalos Fundeiros, a PJ terá detectado um corte de raspão num dos cabos de média tensão (15 mil volts) que passam na zona. Esse ponto “descarnado mas não cortado”, explica um especialista que esteve no local, será a marca do primeiro impacto da descarga atmosférica. Aí terá feito ricochete, ganhando mais força e caindo depois num carvalho, ‘a árvore’ de que o director-nacional Almeida Rodrigues anunciou a descoberta no dia seguinte à tragédia.

O carvalho foi queimado de cima para baixo. No tronco há um risco vertical a marcar a passagem do raio e, no solo, os torrões de terra viraram areia. Daí a chama alastrou ao mato circundante e teve início a tragédia. Moradores confirmam por volta daquela hora uma breve quebra de luz.

Expresso

NACIONAL

HERNÂNI DIAS PEDE DEMISSÃO E LUÍS MONTENEGRO ACEITA-A

O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.

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O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.

Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que “o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão esta terça-feira apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias”.

“Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo”, acrescenta.

Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril do ano passado.

Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.

Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.

Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.

O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.

O Chega e o BE já pediram a demissão do governante e vários já requereram a sua audição parlamentar.

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NACIONAL

ASAE ENCERRA DOIS ESTABELECIMENTOS E INSTAURA 18 CONTRAORDENAÇÕES

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu dois estabelecimentos comerciais e instaurou 18 processos de contraordenação por falta de equipamentos para deposição de resíduos de tabaco, avançou esta segunda-feira a ASAE.

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A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu dois estabelecimentos comerciais e instaurou 18 processos de contraordenação por falta de equipamentos para deposição de resíduos de tabaco, avançou esta segunda-feira a ASAE.

No âmbito da ação, foram fiscalizados 121 operadores económicos, abrangendo o setor da restauração, edifícios destinados a ocupação não habitacional e instituições de ensino superior.

De acordo com a autoridade, as principais infrações identificadas foram a falta de disponibilização de cinzeiros e equipamentos adequados para a deposição de resíduos indiferenciados e seletivos, bem como o incumprimento dos requisitos gerais de higiene.

No decorrer desta ação, foi suspenso um estabelecimento de restauração no concelho de Lisboa, pela violação dos deveres da entidade exploradora, e um talho no concelho de Ílhavo, pelo incumprimento das normas gerais de higiene.

Foi também apreendido um instrumento de pesagem por não estar em conformidade com os valores de controlo metrológico.

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