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PORTO: INVESTIGADORES ESTUDAM IMPACTO DA PANDEMIA NA VIOLÊNCIA DE GÉNERO

Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) vão caracterizar o impacto da covid-19 em mulheres vítimas de violência de género no Porto, com o objetivo de criar ferramentas de intervenção para os contextos de crise.

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Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) vão caracterizar o impacto da covid-19 em mulheres vítimas de violência de género no Porto, com o objetivo de criar ferramentas de intervenção para os contextos de crise.

Em declarações à Lusa, José Caldas, investigador do ISPUP, explicou hoje que o estudo surge depois de Portugal, durante o período em que vigoraram as medidas de confinamento obrigatório, ter registado uma descida (-33%) nas participações por violência de género.

“Em Portugal, contrariamente a outros países, o número de participações baixou. Algo estranho porque em Espanha, que não é muito diferente de nós a nível social e na forma de estar e viver, e em Itália, os números aumentaram. Só Portugal é que tinha realmente baixado”, afirmou, acrescentando que os dados contrastam com a subida de 60% no número de casos na Europa.

Nesse sentido, os investigadores vão, através de uma metodologia de diagnóstico cartográfico, identificar e caracterizar o impacto da pandemia da covid-19 na violência de género no Porto, especialmente nas freguesias mais vulneráveis da cidade.

Para isso, vão fazer, tendo por base inquéritos arquivados entre 01 de janeiro a 30 de junho, o levantamento de dados do Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto (DIAP).

Paralelamente, vão ouvir as vítimas que pediram apoio social nas freguesias com mais casos de violência de género e as assistentes sociais que lá trabalham e que “são os primeiros elementos de um grande exército na luta contra a violência de género”.

“Queremos ver como foi o comportamento da população vulnerável nas freguesias do Porto. Este é um ótimo momento para trazermos a nu o que se passa na cidade”, referiu José Caldas.

Se nos primeiros quatro meses do projeto (que tem a duração de 10 meses), os investigadores vão fazer o levantamento de dados, nos restantes vão criar ferramentas de intervenção para contextos de crise, nomeadamente, ações formativas para técnicos e funcionários da autarquia, bem como ações para o empoderamento para as vítimas.

“Este projeto não assenta só no levantamento social e cartográfico da situação, mas na formação dos técnicos para uma melhor sensibilização na forma de atuar”, concluiu.

Além de investigadores do ISPUP, a equipa integra membros da Universidade de Vigo, da Universidade Rey Juan Carlos, do Instituto Universitário da Maia (ISMAI) e da Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ.

Com um financiamento de 27.149 euros, o projeto, que arranca em agosto, é uma das 16 investigações apoiadas pelo programa ‘GENDER RESEARCH 4 COVID-19’ da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

Em Portugal, morreram 1.662 pessoas das 46.818 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO

O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

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O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.

“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.

E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.

A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.

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OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA

O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.

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O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.

Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.

A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.

Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.

O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.

O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.

Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).

O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.

Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.

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