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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

PORTO: INVESTIGADORES QUEREM “APERFEIÇOAR O DIAGNÓSTICO” DO CANCRO

Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, querem treinar algoritmos para “aperfeiçoar o diagnóstico” de doenças como o cancro, foi hoje revelado.

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Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, querem treinar algoritmos para “aperfeiçoar o diagnóstico” de doenças como o cancro, foi hoje revelado.

Em comunicado, o instituto do Porto esclarece que o estudo, publicado na revista Medical Image Analysis, explora a importância de usar os algoritmos para “analisar o contexto do núcleo das células como forma de tornar os diagnósticos mais eficazes”.

O núcleo das células contém informações cruciais que ajudam no diagnóstico de doenças, bem como na previsão da sua progressão e planeamento de tratamentos adequados, especialmente em contextos como o cancro.

A análise destes núcleos já é feita visualmente por patologistas e automaticamente através de algoritmos de processamento de imagens, mas a investigação agora publicada “vem introduzir uma abordagem mais profunda”.

A investigação, desenvolvida pelo investigador João Nunes, do INESC TEC, em colaboração com a investigadora do IMP Diagnostics, Diana Montezuma Felizardo, vem “dar mais um passo na área da aprendizagem automática em áreas de aplicação como a medicina”.

Citada no comunicado, a investigadora Diana Montezuma, salienta que a análise dos núcleos das células “é crucial, pois as alterações da sua forma, tamanho e estrutura podem indicar a presença de doenças, nomeadamente cancro”.

Já João Nunes esclarece que a investigação “aborda os diferentes mecanismos de atenção e contexto para a deteção de núcleos celulares como forma de colmatar as principais dificuldades da tarefa”.

Uma das vantagens destes mecanismos passa pela capacidade de “suprimir informação ruidosa ou irrelevante”.

Segundo os investigadores, a segmentação manual destas imagens é “uma tarefa trabalhosa e demorada”, sendo os algoritmos usados para “reduzir a carga de trabalho dos patologistas e melhorar a extração de características interpretáveis clinicamente”.

“Os algoritmos atuais enfrentam dificuldades em lidar com variabilidades nas características morfológicas e cromáticas dos núcleos”, salienta o instituto, acrescentando que os investigadores aperfeiçoaram os algoritmos para garantir que prestam atenção ao que está ao redor e às características importantes das células.

“A melhoria das técnicas, baseadas em ‘machine learning’, de deteção e classificação dos núcleos poderá ter, assim, várias implicações clínicas”, afirma a investigadora, salientando que o aspeto e a forma dos núcleos de algumas células tumorais são usados para determinar o grau de alguns tipos de cancro, como o da mama.

“Uma melhor segmentação dos núcleos permitirá caracterizar melhor as células tumorais (e outras células do microambiente tumoral), contribuindo assim para uma maior acuidade diagnóstica e prognóstica dos doentes”, acrescenta.

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O MANTO DA TERRA É MENOS MISTURADO DO QUE SE PENSAVA – ESTUDO

Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

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Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.

Ambas as ‘ilhas’ foram descobertas no final do século passado. Os investigadores definem-nas como dois “supercontinentes” localizados entre o núcleo e o manto da Terra: um sob África e o outro sob o Oceano Pacífico, ambos a mais de 2000 quilómetros abaixo da superfície da Terra.

“Estas duas grandes ilhas estão rodeadas por uma espécie de ‘cemitério’ de placas tectónicas que foram transportadas para lá por um processo de subducção, em que uma placa submerge sob outra e se afunda da superfície da Terra até uma profundidade de quase 3.000 quilómetros”, realçou Arwen Deuss, sismóloga da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, e uma das autoras do estudo publicado na quarta-feira na revista Nature.

Até agora, os modelos sísmicos utilizavam apenas velocidades de onda para distinguir a composição e as características térmicas de diferentes partes da estrutura interna da Terra.

A investigação atual combinou as velocidades das ondas com uma técnica chamada “observações de atenuação” que permitiu o estudo do interior da Terra em três dimensões, algo “fundamental para compreender a evolução da composição” do manto, apontaram os autores.

A nova técnica permitiu-lhes “obter uma visão do interior do planeta, semelhante à que os médicos obtêm do corpo humano através dos raios X”.

Os resultados indicaram que, quando atingem estas ‘ilhas’ interiores do tamanho de continentes, as ondas abrandam porque a temperatura é mais elevada.

Ao estudar a composição dos minerais no manto, os investigadores descobriram também que o tamanho dos grânulos minerais nestas ‘ilhas’ gigantes é visivelmente maior do que nas placas tectónicas ‘mortas’ que as rodeiam.

“Estes grânulos minerais não crescem de um dia para o outro, o que só pode significar uma coisa: são muito maiores, mais rígidos e, por isso, mais antigos do que os cemitérios de camadas mortas circundantes. Isto indica que as ‘ilhas’ não participam no fluxo no manto terrestre”, explicou outra autora, Sujania Talavera-Soza, da mesma universidade.

“Ao contrário do que nos ensinam os livros de geografia, o manto também não pode ser bem misturado. Há menos fluxo no manto terrestre do que pensamos”, acrescentou Talavera-Soza.

O conhecimento do manto terrestre é essencial para compreender a evolução do planeta e de outros fenómenos à superfície da Terra, como os vulcões e a formação de montanhas.

Para este tipo de investigação, os sismólogos aproveitam as oscilações provocadas por fortes sismos que ocorrem a grandes profundidades, como o que ocorreu na Bolívia em 1994 — 650 quilómetros abaixo da superfície — sem causar danos ou vítimas, e a descrição matemática da força destas oscilações.

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UNIVERSIDADE DE COIMBRA LANÇA LIVRO PARA IDENTIFICAÇÃO DE ABELHAS DE PORTUGAL

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

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A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.

A obra “Chaves Dicotómicas dos Géneros de Abelhas de Portugal. Hymenoptera: Anthophila”, uma adaptação e tradução de “Key to the Genera of European Bees (Hymenoptera: Anthophila)”, é o primeiro a ser publicado sobre o tema para Portugal e em português, revelou a FCTUC, em nota enviada à agência Lusa.

Produzido no âmbito dos projetos PolinizAÇÃO e EPIC-Bee, em colaboração com a Imprensa da Universidade de Coimbra, o livro já está disponível para ‘download’ gratuito.

“Desenvolvido como uma ferramenta para a identificação de géneros de abelhas, o livro destina-se principalmente a um público académico e técnico, constituindo um marco significativo no campo da entomologia e um contributo valioso para a conservação dos insetos polinizadores”, referiu a FCTUC.

A produção do livro técnico contou com o envolvimento de investigadores do FLOWer Lab do Centro de Ecologia Funcional e do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, nomeadamente Hugo Gaspar, Sílvia Castro e João Loureiro.

“Este livro preenche uma lacuna de décadas na investigação sobre as abelhas selvagens em Portugal, uma vez que atualiza o conhecimento e aproxima-o da comunidade entomológica nacional através da adaptação e tradução para a língua portuguesa”, afirmou o entomólogo e aluno de doutoramento da FCTUC, Hugo Gaspar.

O trabalho “será extremamente útil não só para investigadores que trabalham no estudo e conservação de polinizadores, mas também para estudantes, naturalistas e para todos os que tiverem interesse em aprender sobre a identificação de abelhas”, acrescentou.

A obra contou também com a colaboração do investigador da Universidade do Porto, José Grosso-Silva, e da equipa de investigadores ligada ao Laboratório de Zoologia da Universidade de Mons (Bélgica), através dos projetos europeus Spring, Orbit e Epic-Bee.

A FCTUC declarou que este lançamento reforça o compromisso da Universidade de Coimbra em promover a ciência e desenvolver ferramentas de apoio à investigação científica e ao conhecimento sobre biodiversidade.

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