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PORTO: LUÍS, UM SEM-ABRIGO DEIXOU A RUA E JÁ VIVE NUMA CASA

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A maioria dos sem-abrigo no Porto, homens a quem a vida tirou morada certa, vive entre paredes do centro histórico e a esperança das equipas de rua, que tentam trocar um “cartão” por um lugar que possam chamar casa.

É à noite, quando o Porto vai dormir, que as ruas se tornam abrigo de quem tudo perdeu. Ao bater das 20h00, já depois das lojas fecharem, soleiras de portas e até pequenos espaços entre edifícios transformam-se em ‘casas’.

Luís Barreto e Cunha tem várias. Umas vezes escolhe morar num cartão na Rua das Flores, outras junto à Rua da Galeria de Paris, paredes meias com a ‘movida’ do Porto. É assim há oito meses, desde que perdeu o trabalho de empregado de mesa de 1ª.

Sem direito a subsídio de desemprego, Luís, que chegou a trabalhar em alguns dos grandes hotéis da cidade, perdeu, primeiro, o apartamento onde morava e, logo depois, o ânimo a cada tentativa falhada de recomeçar.

Sem documentos, Luís não tem ainda Rendimento de Inserção Social (RSI). Não arruma carros ou faz outros biscates que lhe permitam subsistir, limita-se a pedir. Por “não querer incomodar”, escreveu um cartaz onde resume a sua estória: “Nunca diga nunca! Foi o que eu pensei, um belo dia, e aqui estou eu, na rua, sem-abrigo”.

“Não gosto de incomodar as pessoas. Eu ponho-me no lugar delas. Vão tomar um copo e não é só o Luís, ou o João, são muitos a pedir”, disse.

Aos 62 anos, fala seis línguas, fez vida em outros países e cidades e acabou no Porto, junto dos pais. Tem um filho de 38 anos, de quem recusa ajuda por não quer ser um fardo. Dorme onde pode e onde não incomoda, e até já perdeu uma habitação, ainda que temporária, para não abandonar quem, na rua, é a sua família.

“Foi por solidariedade, não podia abandoná-los”, afirmou falando do seu amigo Pedro e do seu cão Kiko.

O papel das equipas de rua é este: não desistir de ninguém, mesmo quando ajudar parece impossível. Susana Martinho, coordena a Equipa de Rua da SAOM – Serviços de Assistência Organizações de Maria, uma entidade parceira do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA) do Porto.

A equipa, composta por apenas duas pessoas a tempo inteiro, integra duas psicólogas, duas enfermeiras e uma psiquiatra. Recursos parcos para fazer face às necessidades, reconhece Susana.

“Aquilo que nós sentimos como maior dificuldade é conseguirmos ter vaga para integrar em centro de alojamento. Existem respostas, e nós vamos conseguindo integrar, mas às vezes é difícil conciliar o conhecimento da vaga, com encontrar o utente. Isso é desesperante para a equipa”, afirmou.

A psicóloga de formação diz que é preciso adaptar as respostas a cada utente. Há os que, como Luís, só precisam de “um empurrãozinho”, mas há também quem precisa de fazer um percurso de “avanços e recuos”.

“Inevitavelmente, existem pessoas que se encontram extremamente deprimidas, que não se conseguem mobilizar e que nós temos que ir quebrando e partindo muita pedra para conseguir [por exemplo] trazê-las aqui a tomar um banho, ou encaminhá-las para uma resposta de alimentação”, salientou.

Susana não tem dúvidas de que este é um trabalho de proximidade, que obriga a muitos encontros com estes utentes. A confiança é o primeiro pilar a ser trabalhado para que o sucesso possa ser alcançado.

“Agarramo-nos a isso”, disse, mas nem sempre é assim.

“Já não é a primeira vez que conseguimos integrar um utente e ele dormiu lá apenas duas noites”, acrescentou.

António Moreira é um caso de sucesso. Na sua vida, é certo, teve inúmeros avanços e recuos que o levaram à rua. Voltou há 15 dias ao caminho certo. Está num quarto a que agora chama casa, “graças à Dra. Susana”.

A dependência do álcool não tem facilitado o percurso. Tem uma filha “agente da PSP e psicóloga” que até fala na televisão, um genro que é comissário de uma esquadra em Lisboa e, ainda assim, uma vida que o levou de instituição em instituição. Estava há dois meses na rua.

“Estive por volta de um ano numa comunidade em Mafra, a Comunidade Vida e Paz. Depois, acabou o prazo e vim para o Porto para uma associação que não tinha condições nenhumas, se calhar ainda tinha menos condições do que na rua. Em 2002 apanhei uma multa, não paguei e fui parar a Custóias (prisão). Quando saí, voltei à instituição, mas não correu bem”, conta António.

Aos 60 anos, e com 25 de trabalho no antigo Mercado do Bom Sucesso, António diz que a rua lhe ensinou que há boas e más pessoas e que há quem não queira ser ajudado. Mesmo entre os sem-abrigo, impera a lei do mais forte: rouba-se o pouco que outros têm, para passar a ter alguma coisa.

No concelho estão sinalizadas 560 pessoas em situação de sem-abrigo, das quais 420 em alojamentos temporários e 140 a viver na rua.

Hoje partilham espaço com os turistas, convivendo lado a lado em ruas que fazem parte do roteiro incontornável do Porto, como os Clérigos, Sá Bandeira ou a Rua das Flores, entre muitas outras de reconhecida centralidade na cidade.

Segundo a equipa de rua da SAOM, o fenómeno começa, contudo, a chegar a outras zonas. O Bairro Pinheiro Torres, nas imediações do Bairro do Aleixo, cujo processo de desmontagem das torres está concluído, é também agora um local de pernoita.

O consumo de droga é também apontado como justificação para a situação de sem-abrigo e desde que o Bairro do Aleixo desapareceu, o consumo e o tráfico de droga mudou-se para os bairros vizinhos que ganharam, eles próprios, novos moradores.

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LISBOA: ASSEMBLEIA MUNICIPAL VENDE TERRENOS PARA HABITAÇÃO ACESSÍVEL

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou esta terça-feira a alienação pela câmara de um terreno em Benfica à junta de freguesia, por 1,8 milhões de euros, para construir habitação acessível, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

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A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou esta terça-feira a alienação pela câmara de um terreno em Benfica à junta de freguesia, por 1,8 milhões de euros, para construir habitação acessível, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A proposta foi aprovada com os votos contra de Iniciativa Liberal (IL) e Chega, a abstenção de PEV, PCP e PAN, e os votos a favor de BE, Livre, uma deputada do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), PS, PSD, MPT, PPM, Aliança e CDS-PP.

Subscrita pelo presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), a proposta prevê a alienação de uma parcela de terreno municipal, com a área total de 2.677 metros quadrados (m2), na Estrada do Calhariz de Benfica, pelo valor de 1.800.500 euros, à Junta de Freguesia de Benfica, presidida por Ricardo Marques (PS).

Em causa está a construção de 50 fogos de habitação acessível naquele terreno, projeto apresentado pela Junta de Freguesia de Benfica, que apresentou candidatura ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) para acesso a financiamento do PRR.

Contra a proposta, a deputada da IL Angélique da Teresa alertou para a “enorme impreparação” desta iniciativa, considerando que poder ser encarada como uma delegação de competências na área da habitação, “uma delegação de confusão”, que poderá gerar problemas futuros quanto à gestão do património.

Bruno Mascarenhas, do Chega, defendeu que “a promoção imobiliária não deve competir a uma junta de freguesia, a promoção imobiliária deve-se dar oportunidade aos privados de a favor”, criticando “este entendimento entre o PS e o PSD”.

No mandato 2021-2025, existem 13 grupos municipais que integram este órgão deliberativo da cidade de Lisboa: PS (27 deputados), PSD (17), CDS-PP (sete), PCP (cinco), BE (quatro), IL (três), Chega (três), PEV (dois), PAN (um), Livre (um), PPM (um), MPT (um) e Aliança (um), e dois deputados independentes do movimento Cidadãos por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), num total de 75 eleitos.

No âmbito da câmara, a proposta foi aprovada em 27 de março, com a abstenção do PCP e os votos a favor dos restantes, nomeadamente da liderança PSD/CDS-PP, PS, Cidadãos Por Lisboa (eleitos pelo PS/Livre), Livre e BE.

O executivo da Câmara de Lisboa é composto por 17 membros, dos quais sete eleitos da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) — que são os únicos com pelouros atribuídos e governam sem maioria absoluta —, três do PS, dois do PCP, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do BE.

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MOGADOURO: PROTOLO COM CENTRO HÍPICO PARA ATIVIDADES EQUESTRES

O município de Mogadouro e a Associação Centro Hípico assinaram um protocolo de colaboração para o fomento das várias atividades equestres, contando com 30 alunos inscritos, neste concelho, foi hoje divulgado.

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O município de Mogadouro e a Associação Centro Hípico assinaram um protocolo de colaboração para o fomento das várias atividades equestres, contando com 30 alunos inscritos, neste concelho, foi hoje divulgado.

Este Centro Hípico, certificado pela Federação Equestre Portuguesa, é o primeiro da região do Planalto Mirandês e vai funcionar no Espaço de Promoção e Valorização das Associações e Raças Autóctones (EPVARA) com capacidade para 500 pessoas sentadas, numa arena com cerca 1.618 metros quadrados de área útil.

A vereadora do município de Mogadouro, Márcia Barros, disse à Lusa que o espaço exterior do EPVARA foi cedido à Associação Centro Hípico de Mogadouro, um edificado já existente e cuja atividade era diminuta e que poderá passar a abarcar a hipoterapia, além do ensino da equitação, em diferentes formatos.

“O município de Mogadouro, através do associativismo, apoia esta iniciativa de forma a promover uma modalidade desportiva que, pela sua arte e contacto com o cavalo – animal cuja nobreza é inquestionável, potencia a formação equilibrada do indivíduo e alarga ainda mais o leque de opções a nível de atividades culturais e desportivas”, indicou a autarca.

João Moreira, membro da Associação Centro Hípico de Mogadouro, avançou que a ideia de criar um centro hípico nesta vila transmontana surgiu no ano de 2018 aquando da fundação da associação.

“Com a inauguração do EPVARA em outubro de 2023, surgiu um espaço onde o Centro Hípico poderia tornar-se uma realidade. A associação propôs um protocolo de parceria com o município que foi imediatamente bem recebido e encarado com todo o entusiasmo”, descreveu o também cavaleiro.

O Centro Hípico de Mogadouro encontra-se federado na Federação Equestre Portuguesa.

No plano de atividades estão incluídas aulas de equitação, já há cerca de 30 alunos inscritos, passeios a cavalo e de charrete, galas e participação em diversas iniciativas equestres.

Para já os cavalos são transportados para o local nos dias das atividades, prometendo a autarquia de Mogadouro a instalação de alojamentos para os cavalos para que possam permanecer no local, onde se encontra instalado o Centro Equestre.

O município de Mogadouro investiu 1,3 milhões de euros no EPVARA destinado à promoção das raças autóctones destinadas às atividades ligadas à agropecuária e mercados de gado, e agora ganha novas competências.

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