NACIONAL
PORTUGAL É O CAMPEÃO EUROPEU DOS INCÊNDIOS – REVELAÇÃO DA WWF
Portugal é “o campeão europeu” dos incêndios, onde todos os anos arde mais de 3% da floresta, uma situação que se deve ao abandono rural, cessação de atividades agrícolas tradicionais e ausência de políticas, revelou hoje um relatório ibérico.
Portugal é “o campeão europeu” dos incêndios, onde todos os anos arde mais de 3% da floresta, uma situação que se deve ao abandono rural, cessação de atividades agrícolas tradicionais e ausência de políticas, revelou hoje um relatório ibérico.
O relatório “Um Planeta em Chamas”, que foi hoje lançado em Portugal pela ANP/WWF (Associação Natureza Portugal/Fundo Mundial para a Natureza), traça a situação dos incêndios florestais em Portugal e Espanha e apresenta propostas para a prevenção dos fogos.
“Portugal é o país europeu mais castigado pelos incêndios. Nos últimos 30 anos é o que mais sinistros enfrentou e aquele em que mais hectares foram queimados”, lê-se no documento, dando conta que, em média, ocorrem no país, por ano, cerca de 17.000 sinistros, mais 35% do que em Espanha.
O relatório da WWF sobre os incêndios florestais na Península Ibérica frisa também que são queimados cerca de 120.000 hectares em média por ano em Portugal, mais 20% do que em Espanha, apesar de ter menos 80% de superfície florestal.
“Este valor significa que todos os anos Portugal vê arder mais de 3% da sua superfície florestal, em comparação com 0,4% em Espanha. Portugal é o primeiro país da Europa e o quarto do mundo que perdeu a maior massa florestal desde o início do século XXI, em grande parte devido aos incêndios florestais que assolam o país todos os verões”, precisa o documento.
A WWF sustenta que “ano após ano, a área ardida não para de crescer” em Portugal, justificando esta situação com “um sem fim de fatores, desde o abandono rural, cessação de atividades agrícolas tradicionais, à ausência de políticas sérias de gestão do território e gestão florestal responsável”.
O relatório frisa que Espanha e Portugal “são e serão países de incêndios extremos que muito provavelmente viverão cenários muito perigosos de intensidade semelhante”.
A WWF refere que, nos últimos anos, centenas de pessoas perderam a vida em incêndios em países como Portugal, Grécia, Itália e Espanha, mas que dificilmente chegarão a ter a extensão e duração dos da Austrália.
No entanto, sublinha que, se continuarmos com esta dinâmica, os incêndios, em especial os que afetam a área de interface urbano rural, vão colocar “cada vez mais em sério risco a vida das pessoas”.
Segundo a WWF, os incêndios já não representam apenas danos ao património ambiental e rural, sendo também “um grave risco para a vida das pessoas e um lastro para os cofres públicos” ao deixar milhares de desalojados e danos materiais não quantificáveis.
A associação considera que o Governo português deve colocar em marcha o Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais.
O relatório “Um Planeta em Chamas” destaca que, a nível global, a problemática dos grandes incêndios está “intrinsecamente ligada com as alterações climáticas” e evidencia o desequilíbrio existente entre medidas de prevenção e de extinção e como estas “sistematicamente se revelam insuficientes para resolver este problema ambiental”.
O mesmo documento reforça igualmente que para combater os grandes incêndios é essencial apostar na prevenção, valorização das áreas rurais, tornando as paisagens mais resilientes e na mudança de comportamentos da população em geral.
“2019 fica marcado na história do planeta como o ano dos incêndios, e se as causas diferem de país para país, as condições perfeitas para este tipo de fenómeno são consequência de uma crise comum: as alterações climáticas. Os últimos 20 anos foram os mais quentes de que há registo, e se esta tendência se mantiver, os incêndios também se manterão”, concluiu o relatório, que faz ainda uma relação entre os fogos e a pandemia de covid-19.
“A pandemia covid-19 tem uma clara relação com a desflorestação e a perda de biodiversidade. Os incêndios, como principal ferramenta para a destruição de florestas, podem ser a receita perfeita para a propagação de agentes patogénicos. A proteção das florestas em todo o mundo é a vacina mais eficaz e sustentável”, precisa.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 477 mil mortos, incluindo 1.543 em Portugal.
NACIONAL
CCPJ: NOVOS ELEITOS APÓS MANDATO “IMPOPULAR” DE LICÍNIA GIRÃO
A Lista A elegeu esta quarta-feira quatro representantes dos jornalistas na Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ), com 143 votos, tendo-se ainda registado 22 votos brancos.
A Lista A elegeu esta quarta-feira quatro representantes dos jornalistas na Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ), com 143 votos, tendo-se ainda registado 22 votos brancos.
Em comunicado, a CCPJ divulgou terem sido eleitos para o exercício efetivo do mandato para o próximo triénio os jornalistas Alexandra Correia (Visão), Paulo Agostinho (Lusa), Mariana Oliveira (Público) e Alexandra Inácio (JN).
A Lista A, a única que se apresentou a votos e que conta com o apoio do Sindicato dos Jornalistas, avançou com várias linhas programáticas sob o mote: “Credibilidade do jornalismo / Independência dos jornalistas”.
“A lista A quer ser representativa da classe e é composta por jornalistas ligados a diversos órgãos de comunicação social, com percursos profissionais que refletem a diversidade dos meios e de diferentes grupos empresariais de comunicação social”, lê-se na apresentação da lista, que integrou jornalistas que se estreiam na CCPJ.
A eleição dos representantes dos jornalistas decorreu através de voto eletrónico, entre o dia 20 e esta quarta-feira, e presencialmente, ao longo desta quarta-feira.
As entidades empregadoras nomeiam mais quatro jornalistas para um plenário, que vai eleger o presidente do organismo.
Em outubro, três membros da CCPJ renunciaram aos cargos em divergência com a presidente do órgão, Licínia Girão, segundo exposições ao plenário da entidade a que a Lusa teve acesso.
Depois de Anabela Natário e Isabel Magalhães terem renunciado ao cargo em 24 de outubro, Miguel Alexandre Ganhão apresentou no final do mês de outubro do ano passado a renúncia após reunião do plenário da CCPJ.
Estes três membros foram eleitos pelos jornalistas para o plenário do órgão.
“Não podemos aceitar mais a má gestão da CCPJ nem fazer de conta que nada se passa neste organismo, onde tentámos sempre trilhar o caminho para o qual fomos eleitas pelos nossos pares” e “é precisamente em nome do respeito à instituição, de modo a prevenir o futuro, que nos propusemos explicar neste documento a nossa decisão”, afirmam Anabela Natário e Isabel Magalhães, numa exposição datada de 24 de outubro.
Por sua vez, Miguel Alexandre Ganhão considerou que “o mandato da CCPJ nos últimos tempos tem sido um enorme equívoco”, explicando as razões da sua renúncia.
“Como não se antevê que até ao fim do mandato desta CCPJ seja mudada a orientação desta comissão, e estando eu de acordo com muitos dos reparos feitos pelas vogais Anabela Natário e Isabel Magalhães, não me resta outra alternativa que não seja a renúncia ao meu mandato com efeitos imediatos”, rematou.
NACIONAL
POLÍCIA JUDICIÁRIA INVESTIGA CARTAS COM PÓ SUSPEITO ENVIADAS A VÁRIAS INSTITUIÇÕES
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou hoje que está a investigar, após um pedido da PSP, a origem de várias cartas com um pó suspeito no interior enviadas a instituições e órgãos de soberania.
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou hoje que está a investigar, após um pedido da PSP, a origem de várias cartas com um pó suspeito no interior enviadas a instituições e órgãos de soberania.
A PJ referiu em comunicado que “face aos factos, encontra-se a investigar, em estreita articulação com a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Guarda Nacional Republicana (GNR), a origem dos vários subscritos enviados, com idêntica missiva e conteúdo”.
Fonte policial adiantou à Agência Lusa que as cartas foram enviadas à Assembleia da República, presidência do Conselho de Ministros, Campus XXI (a designação da nova sede do Governo), Ministério da Administração Interna e Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
“A investigação destina-se a identificar a origem e autoria das cartas, bem como a natureza da substância incluída nas mesmas”, adiantou a PJ no comunicado.
A direção nacional da PSP informou também em comunicado que “hoje, pelas 14:40, respondeu a diversas chamadas de remessa de envelopes suspeitos, designadamente para alguns órgãos de soberania e entidades públicas”.
A PSP adiantou que, através do Centro de Inativação de Explosivos e Segurança em Subsolo da Unidade Especial de Polícia e do Comando Metropolitano de Lisboa, “reagiu de imediato com equipas especializadas, treinadas e capacitadas para este tipo de ameaça, tendo tido a colaboração da Guarda Nacional Republicana, da Polícia Judiciária e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM)”.
Não houve danos materiais nem lesões pessoais a registar, sublinhou a PSP.
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