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INTERNACIONAL

PORTUGAL ENTRE OS 91 PAÍSES QUE CONDENAM O USO DE COMIDA COMO ‘ARMA’

Mais de 90 países, incluindo Portugal, assinaram hoje um comunicado conjunto que condena “o uso de comida como uma arma de guerra”, realçando que 345 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar grave, geralmente causada ou exacerbada por conflitos armados.

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Mais de 90 países, incluindo Portugal, assinaram hoje um comunicado conjunto que condena “o uso de comida como uma arma de guerra”, realçando que 345 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar grave, geralmente causada ou exacerbada por conflitos armados.

Esta iniciativa, liderada pelos Estados Unidos, junta 91 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) numa “demonstração de solidariedade e comprometimento”, que pretende “acabar com o uso de alimentos como uma arma de guerra”.

“O comunicado conjunto de hoje nasceu da determinação dos Estados Unidos de usar novamente a sua presidência do Conselho de Segurança da ONU para chamar a atenção para a insegurança alimentar induzida por conflitos”, destacou o Departamento de Estado norte-americano, em comunicado.

Os países sublinharam, na declaração conjunta, que a comunidade internacional “há muito tempo que enfrenta [o uso] da fome de civis como uma tática de guerra”, comprometendo-se a “tomar medidas para acabar com o uso de alimentos como uma arma de guerra e a fome dos civis como uma tática de guerra”.

“Reafirmamos a principal responsabilidade dos estados de proteger a população por todo o seu território e a necessidade de todas as partes em conflitos armados de respeitarem os princípios humanitários da humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência no fornecimento de assistência humanitária”, pode ler-se.

O secretário de Estado norte-americano, Antony J. Blinken, defendeu, durante um debate de alto nível do Conselho de Segurança da ONU sobre fome e insegurança alimentar global induzida por conflitos, que é possível ajudar “os que estão em necessidade urgente”.

“Podemos garantir que as pessoas em todo o mundo sejam alimentadas regularmente. Se fizermos isso, se construirmos um mundo mais saudável, mais estável e mais pacífico para todos, teremos pelo menos começar a cumprir a responsabilidade confiada a nós, confiada a este conselho, confiada a essa instituição”, frisou Blinken, citado na nota de imprensa.

Também a representante dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, lembrou que num “mundo abundante com comida, ninguém deve morrer de fome”.

“Esta é uma questão humanitária, é uma questão moral, e essa é uma questão de segurança. E devemos abordar o promotor mais insidioso da fome e da insegurança alimentar: o conflito”, frisou a embaixadora.

Além dos EUA e Portugal estão entre os signatários países como a Austrália, Cabo Verde, Canadá, Alemanha, França, Espanha e Reino Unido.

INTERNACIONAL

BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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