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NACIONAL

PORTUGAL PODE ESTAR COM MAIS DE 2.000 CASOS DIÁRIOS DE COVID-19, MUITO ACIMA DOS 735 OFICIAIS

Os últimos dados oficiais indicam que Portugal regista uma média de 735 infeções diárias pelo coronavírus SARS-CoV-2, mas o epidemiologista Manuel Carmo Gomes alerta que o número real de casos pode ser cerca de três vezes superior.

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Os últimos dados oficiais indicam que Portugal regista uma média de 735 infeções diárias pelo coronavírus SARS-CoV-2, mas o epidemiologista Manuel Carmo Gomes alerta que o número real de casos pode ser cerca de três vezes superior.

“No que respeita ao número de novos casos, devemos estar acima de 2.000 por dia, no mínimo”, disse à agência o Lusa o professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

O último relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), divulgado na quinta-feira, estima que o número médio de casos a cinco dias está nas 735 infeções diárias a nível nacional, baixando para as 619 no continente.

Para Manuel Carmo Gomes, desde que a linha SNS 24 deixou de prescrever testes de despiste da covid-19, na sequência do fim da situação de alerta em Portugal em 01 de outubro, os dados de incidência no país “estão longe de representar a realidade”.

“Presentemente apenas conhecemos resultados de testes realizados em meio hospitalar e de pessoas que se deram ao trabalho de obter receita médica para se testar”, alertou o especialista, para quem essa redução dos despistes das infeções está a comprometer a monitorização atempada da pandemia em Portugal.

Perante as alterações na testagem, o “guia” sobre a situação da covid-19 no país passou a ser os números de hospitalizados e de mortes, indicadores que “chegam a ter semanas de atraso em relação ao número de casos”, explicou o epidemiologista.

Além disso, o desconhecimento de “quantos casos ocorrem de uma doença diminui a perceção do risco” entre a população, sublinhou ainda Carmo Gomes.

“Uma doença infecciosa que se propaga silenciosamente tira partido da ausência de medidas que poderiam retardar o seu avanço e, quando finalmente nos apercebemos que a carga de doença na população é já elevada, torna-se mais difícil reverter a sua propagação”, salientou ainda o professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

O epidemiologista admite que o número de infeções possa estar ainda a subir em Portugal, tendo em conta que se verifica uma “leve tendência crescente” de pessoas hospitalizadas devido à covid-19.

“Durante setembro e parte de outubro tivemos menos de 400 camas ocupadas em enfermaria covid-19. Agora estamos com quase 500 camas”, alertou Manuel Carmo Gomes, ao adiantar que as mortes se mantiveram “muito tempo em cinco e seis por dia, mas nos últimos dias a média subiu para 7,6 óbitos”.

“Esperemos que esta tendência não se confirme, mas temos de aguardar mais uns dias para saber”, disse.

Um dos fatores de incerteza sobre a evolução da covid-19 tem a ver com o facto de, nos últimos meses, a variante Ómicron se ter desdobrado em numerosas subvariantes, que “têm em comum possuir mutações que lhes permitem fugir aos nossos anticorpos”, disse o especialista.

“Para já não existe evidência (prova) de que sejam mais patogénicas do que as primeiras Ómicron (BA.1, BA.2 e BA.5), mas ainda sabemos muito pouco sobre o seu significado clínico”, salientou Carmo Gomes.

O especialista adiantou que as próximas semanas serão decisivas para perceber se a circulação destas novas subvariantes, combinadas com a chegada do tempo frio a Portugal, vai contribuir para uma eventual subida dos casos e de hospitalizações.

França foi o primeiro país europeu onde a “BQ.1 ultrapassou a fasquia dos 50% entre os casos e, para já, não existe evidência de maior patogenicidade”, sublinhou o epidemiologista.

“Sem dúvida que todos os que se preocupam com a dinâmica da covid e a saúde pública, gostariam de voltar a ter notificações que sejam mais representativas do verdadeiro número de casos”, afirmou Manuel Carmo Gomes.

Com a decisão do Governo de não renovar a situação de alerta, cessou a vigência de diversas leis, decretos-leis e resoluções aprovadas no âmbito da pandemia, alterações que influenciaram a “vigilância de base populacional e consequente interpretação dos indicadores” da covid-19, reconheceram recentemente a Direção-Geral da Saúde e o INSA.

Na prática, além do isolamento deixar de ser obrigatório, os testes à covid-19 deixaram de ser prescritos através do SNS24 e passaram a ser comparticipados mediante prescrição médica, à semelhança de outras análises e meios complementares de diagnóstico.

Na quinta-feira, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou que vai decorrer no próximo dia 11 uma reunião de peritos para fazer um ponto de situação da covid-19 em Portugal.

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ASAE ENCERRA DOIS ESTABELECIMENTOS E INSTAURA 18 CONTRAORDENAÇÕES

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu dois estabelecimentos comerciais e instaurou 18 processos de contraordenação por falta de equipamentos para deposição de resíduos de tabaco, avançou esta segunda-feira a ASAE.

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A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) suspendeu dois estabelecimentos comerciais e instaurou 18 processos de contraordenação por falta de equipamentos para deposição de resíduos de tabaco, avançou esta segunda-feira a ASAE.

No âmbito da ação, foram fiscalizados 121 operadores económicos, abrangendo o setor da restauração, edifícios destinados a ocupação não habitacional e instituições de ensino superior.

De acordo com a autoridade, as principais infrações identificadas foram a falta de disponibilização de cinzeiros e equipamentos adequados para a deposição de resíduos indiferenciados e seletivos, bem como o incumprimento dos requisitos gerais de higiene.

No decorrer desta ação, foi suspenso um estabelecimento de restauração no concelho de Lisboa, pela violação dos deveres da entidade exploradora, e um talho no concelho de Ílhavo, pelo incumprimento das normas gerais de higiene.

Foi também apreendido um instrumento de pesagem por não estar em conformidade com os valores de controlo metrológico.

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RELATÓRIO DE SEGURANÇA INTERNA DE 2024 SEM DADOS DE NACIONALIDADE E GÉNERO

O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024 está a ser elaborado e não vai incluir dados sobre criminosos e vítimas por nacionalidade, idade ou género, indicou o Sistema de Segurança Interna, avançando que uma eventual alteração será efetuada no próximo ano.

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O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024 está a ser elaborado e não vai incluir dados sobre criminosos e vítimas por nacionalidade, idade ou género, indicou o Sistema de Segurança Interna, avançando que uma eventual alteração será efetuada no próximo ano.

“O Relatório Anual de Segurança Interna 2024, encontra-se em fase de execução, não se prevendo alterações relativamente ao modelo e conteúdo. Deste modo, os dados respeitantes a crimes praticados por estrangeiros, vão continuar a poder ser consultados no capítulo relativo à Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais”, refere o Sistema de Segurança Interna, numa resposta enviada à Lusa.

A 15 de janeiro, num debate quinzenal na Assembleia da República, o primeiro-ministro manifestou abertura a uma proposta do presidente da Iniciativa Liberal para que o Relatório Anual de Segurança Interna inclua no futuro dados sobre criminosos e vítimas por nacionalidade, idade ou género.

Na resolução entregue no parlamento, a IL defende que o RASI passe a divulgar a nacionalidade e o género dos criminosos e das vítimas, argumentando que esses dados contribuiriam para combater a desinformação.

O Sistema de Segurança Interna acrescenta ainda que “qualquer eventual alteração que este relatório possa vir a sofrer, apenas deverá ter lugar no próximo ano”.

O RASI, que reúne as estatísticas da criminalidade das forças e serviços de segurança, é da responsabilidade do Sistema de Segurança Interna e é entregue anualmente na Assembleia da República até 31 de março.

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