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NACIONAL

PRESIDENTE DO INEM ALERTA PARA DIFICULDADE EM FIXAR MÉDICOS

O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) alertou hoje para a dificuldade em fixar médicos, contando que alguns concursos ficaram mesmo desertos, razão pela qual vê como “essencial” a criação da especialidade de Medicina de Urgência.

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O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) alertou hoje para a dificuldade em fixar médicos, contando que alguns concursos ficaram mesmo desertos, razão pela qual vê como “essencial” a criação da especialidade de Medicina de Urgência.

“Nos últimos anos temos tido grande dificuldade em fixar médicos. Temos tido inclusivamente alguns procedimentos concursais que têm ficado desertos. O que está em causa é claramente existir uma carreira na qual os médicos possam apostar”, disse Luís Meira durante um debate sobre “Reforma dos Serviços de Urgência no Pós-Pandemia” que decorreu no Hospital de São João, no Porto.

Luis Meira adiantou que está a decorrer um procedimento concursal com 30 vagas para médicos do INEM, mas que sobre o sucesso deste “não há, infelizmente, certezas”.

“A progressão na carreira não existe e a especialidade é essencial para melhorar as qualificações e as competências dos médicos que trabalham no serviço de urgência, mas também aqueles que trabalham no pré-hospitalar. Temos um processo concursal para 30 médicos. Espero que a grande maioria das vagas possa ser ocupada, mas gostaria de ter mais certezas”, referiu aos jornalistas já à margem do debate.

Luís Meira apontou que os médicos que “vão continuando no INEM”, fazem-no “claramente por uma paixão à emergência médica”, até porque, sublinhou, “é preciso ter perfil e motivação”.

O presidente do INEM participou neste debate, promovido pelo Porto Canal, ao lado do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, da diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde Porto Oriental, Dulce Pinto, bem como do diretor da Unidade Autónoma de Gestão de Urgência e Medicina Intensiva do Centro Hospitalar Universitário de São João, Nelson Pereira.

Na audiência estava a presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina de Urgência e Emergência, Adelina Pereira, que também defendeu a criação da especialidade de Medicina de Urgência.

“Em Portugal temos muito poucos Serviços de Urgência com equipas próprias, equipas dedicadas e que só fazem urgência, mas têm várias formações diferentes. As equipas dedicadas já são uma mais-valia. Imaginemos o que era ter nos Serviços de Urgência profissionais com formação especifica para dar resposta a situações agudas e a doentes críticos em situações de urgência ou emergência”, disse Adelina Pereira em declarações aos jornalistas, considerando que “a pandemia veio exacerbar” a necessidade da criação desta especialidade, porque dela “advém a qualidade formativa das pessoas dos profissionais e a organização dos serviços”.

“E não foi só a pandemia. Todos os anos temos pequenas crises”, referiu.

Também Nelson Pereira disse que a criação desta especialidade “justifica-se pela ciência, porque é uma área do conhecimento diferente das outras, mas justifica-se também do ponto de vista organizacional”, considerando-a “incontornável”.

“Poderá demorar mais um mês ou menos um mês – eu espero que seja assim, e não um ano ou menos um ano – mas definitivamente caminhamos para lá (…). Isto não significa afastar nenhuma especialidade do Serviço de Urgência. Os Serviços de Urgência têm, infelizmente, espaço para toda a gente”, apontou o médico do Hospital de São João.

Questionado sobre esta matéria, à margem do debate, Miguel Guimarães explicou que a criação de uma especialidade nova depende do que vier a decidir a Assembleia de Representantes, um órgão da Ordem dos Médicos que tem médicos de todo o país.

“O grupo tem tido dificuldades. Não há um consenso entre todas as especialidades. Há especialidades que estão de acordo e outras que não estão de acordo ou querem fazer as coisas de forma diferente”, disse.

Miguel Guimarães apontou que tem “procurado não emitir opinião para não influenciar o trabalho que está a ser feito” e desafiou o Ministério da Saúde a pronunciar-se sobre o tema.

“São eles que podem dizer se a criação de uma especialidade faz sentido para o plano que têm para a reforma do Serviço Nacional de Saúde e dos Serviços de Urgência”, concluiu.

Portugal é atualmente, com Espanha, Alemanha, Chipre e Áustria, um dos cinco países europeus que não têm a especialidade de Medicina de Urgência e Emergência.

NACIONAL

MORTALIDADE INFANTIL REGRESSOU A NÍVEIS PRÉ-PANDEMIA – DGS

A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A informação foi avançada à agência Lusa pela diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, a propósito dos relatórios que a DGS divulga esta quinta-feira sobre a mortalidade infantil e materna no período 2017-2021.

“Aquilo que nós conseguimos ver, no caso da mortalidade materna, é que nos últimos dois anos, com análises preliminares, nós conseguimos ver até alguma diminuição e, no caso da mortalidade infantil, (…) uma estabilização, mas conseguimos ver que os níveis observados vão para aqueles níveis que eram os níveis pré-pandemia”, afirmou.

No caso da mortalidade materna, segundo explicou, o relatório incorpora o trabalho desenvolvido pela comissão criada em 2020 para analisar este fenómeno e também os dados recolhidos através do Sistema de Informação de Certificados de Óbito (SICO).

Sobre o trabalho da comissão criada em 2020 para estudar a mortalidade materna, cujo trabalho nunca foi tornado público, Rita Sá Machado explicou essa opção com o facto de tal documento conter “dados muito sensíveis” que poderiam permitir identificação de pessoas.

Quanto a distância entre o período abrangido pelos relatórios divulgados esta quinta-feira pela DGS e os números mais recentes já divulgados, por exemplo, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a responsável explicou: “São dois trabalhos distintos: num estamos a falar daquilo que são indicadores simples, olhando para tendências, se os indicadores vão aumentando ou diminuindo. Uma outra coisa foi o que trabalhámos de uma forma detalhada, olhando com uma dimensão mais profunda, com recomendações específicas”.

Os dados divulgados esta quita-feira indicam que após 2015 manteve-se o aumento do numero de mortes maternas, variando entre sete e 17. O valor máximo observado no período em análise verificou-se em 2020, coincidente com a pandemia de covid-19 (17 mortes).

Admite ainda que a aplicação dos respetivos mecanismos de melhoria pode justificar o aumento do número de mortes maternas e do Rácio de Mortalidade Materna (RMM) a partir de 2014, “pelo aumento da sensibilidade e pela diminuição de fenómenos de subnotificação”.

Segundo o relatório, a maioria (51,7%) das mortes maternas no quinquénio 2017-2021 ocorreu em mulheres em menos de 35 anos, apesar do Rácio de Mortes Maternas (que reflete a capacidade do sistema de saúde prestar os cuidados eficazes na prevenção e complicações que ocorrem) é superior nas mulheres com mais de 40 anos de idade.

O documento destaca igualmente a prevalência de carga de doença identificada antes da gravidez, considerando este indicador “de grande relevância”, uma vez que abrange 63% dos casos.

O diagnóstico da obesidade foi o mais prevalente, seguido da hipertensão arterial. Em 33,3% dos casos de morte materna foi identificado um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 25kg/m2 (excesso de peso e obesidade).

A diretora-geral de Saúde sublinha que estas alterações sociodemográficas da população e a carga de doença estão a ter efeitos nas mães e, por isso, defende um acompanhamento das diretrizes emanadas pela DGS e da “própria prestação e organização dos serviços de saúde” para acompanhamento destas mães.

Nas conclusões do relatório, a DGS refere que embora a maioria das mortes maternas ocorra em mulheres portuguesas, o rácio de mortalidade materna (RMM) nas mulheres estrangeiras é superior.

Esta situação leva a responsável da DGS a considerar necessário “um melhor conhecimento dos próprios profissionais que estão no atendimento, para que o processo de atendimento seja mais célebre a algumas destas mulheres [estrangeiras]”.

A este propósito, a DGS recomenda no relatório a elaboração e divulgação de uma circular conjunta sobre procedimentos no atendimento de grávidas de nacionalidade estrangeira.

Questionada sobre se uma possível alteração na Lei de Bases da Saúde que restrinja acesso a cidadãos estrangeiros a casos urgentes ou se o ato for pago, Rita Sá Machado recorda:”uma grávida, quer no seu acompanhamento, quer em qualquer problema que tenha durante a gravidez, é sempre olhado como questões de urgência ou emergência”.

No relatório sobre a mortalidade materna, a DGS recomenda ainda que se assegure que uma grávida não vigiada tem uma consulta num prazo de uma semana após o pedido da unidade de saúde, seja qual for o trimestre da gravidez.

A melhoria da vigilância da saúde das grávidas em condições de risco e com necessidade de vigilância acrescida, garantindo de é encaminhada dos cuidados de saúde primários para consulta específica e ser atendida no praz máximo de duas semanas, são outras das recomendações.

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HERNÂNI DIAS PEDE DEMISSÃO E LUÍS MONTENEGRO ACEITA-A

O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.

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O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.

Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que “o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão esta terça-feira apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias”.

“Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo”, acrescenta.

Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril do ano passado.

Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.

Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.

Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.

O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.

O Chega e o BE já pediram a demissão do governante e vários já requereram a sua audição parlamentar.

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