REGIÕES
AÇORES: PRODUTORES DE LEITE E DE CARNE DA ILHA TERCEIRA SAÍRAM À RUA EM PROTESTO
Cerca de uma centena e meia de carrinhas e tratores agrícolas interromperam hoje o trânsito em Angra do Heroísmo, nos Açores, numa marcha lenta em protesto pelo preço pago ao produtor pelo leite e pela carne.
Cerca de uma centena e meia de carrinhas e tratores agrícolas interromperam hoje o trânsito em Angra do Heroísmo, nos Açores, numa marcha lenta em protesto pelo preço pago ao produtor pelo leite e pela carne.
“Tem de haver uma sensibilidade de perceber que suportamos baixas do preço de leite até um certo ponto. Neste momento, não conseguimos suportar mais”, afirmou, em declarações aos jornalistas, o presidente da Associação Agrícola da Ilha Terceira (AAIT), José António Azevedo.
A manifestação, que durou várias horas, saiu zona industrial de Angra do Heroísmo, por volta das 11:00 (12:00 em Lisboa) e percorreu a periferia da cidade, em ritmo lento, com um buzinão.
Ao todo, contavam-se perto de uma centena e meia de viaturas. Os tratores agrícolas deixaram as pastagens e saíram à rua, com tanques e atrelados, decorados com cartazes.
“O futuro dos agricultores está em risco”, “exigimos um preço justo à produção” e “é ridículo vender leite mais barato que água” eram algumas das palavras de ordem que se podiam ler.
Os motivos do descontentamento foram explicados à porta da fábrica de leite de maior dimensão ilha.
“Queremos um preço justo à produção. Queremos uma valorização daquilo que produzimos. Está aqui em causa a economia da região e da ilha Terceira. Está em causa a integração dos jovens no setor. Ninguém quer integrar um setor que não seja rentável”, sublinhou José António Azevedo.
O preço base do litro de leite à produção na ilha Terceira é de 25 cêntimos, incluindo o aumento de cerca de um cêntimo anunciado no início do mês pela União das Cooperativas de Laticínios Terceirense (Unicol).
Os produtores alegam que o valor não compensa o aumento dos fatores de produção (combustíveis, rações, cereais, entre outros) “na ordem dos 25 a 30%”.
“Até o próprio leite na prateleira está mais caro. Ao produtor é que os aumentos são residuais. Aumentos de 3,5%? Como é que se faz face a compras na ordem dos 25 a 30% de inflação, de janeiro até setembro?”, questionou o presidente da AAIT, alegando que não houve um “acompanhamento real”, tanto no preço do leite como da carne.
Para José António Azevedo, a adesão ao protesto comprova a “indignação” dos produtores de leite e de carne da ilha Terceira.
“Não tem os produtores todos da ilha Terceira, mas tem uma grande massa”, frisou, ressalvando que os produtores têm “muito receio da indústria”, por haver praticamente um “monopólio”.
Questionado sobre se a indústria tinha entrado em contacto com os produtores, na sequência do anúncio da manifestação, José António Azevedo disse que não houve até agora tentativa de diálogo.
“A indústria da ilha Terceira não fala com as associações agrícolas, infelizmente, e também não fala abertamente com os produtores de leite da ilha Terceira, apenas com os seus delegados”, apontou.
O presidente da Associação de Jovens Agricultores Terceirenses (AJAT), Anselmo Pires, defendeu que, “face aos custos que já aumentaram e àqueles que se adivinham”, o aumento deve ser no mínimo “de cinco cêntimos no preço do leite e cerca de 10 cêntimos no quilo da carne”.
“A produção está esmagada”, frisou, alegando que “as grandes superfícies comerciais que esmagam as indústrias” em Portugal, que por sua vez esmagam a produção, numa “guerra comercial”.
O produtor agrícola considerou que tem de haver diálogo com todas as partes e que o Governo Regional “também tem de ser chamado nesta equação”.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
REGIÕES
OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.
A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.
Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.
O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.
O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.
Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).
O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.
Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.
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