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NACIONAL

RESERVAS DE SANGUE ESTÃO ABAIXO DOS VALORES DE OUTROS ANOS

As reservas de sangue estão com valores mais baixos do que em períodos homólogos de outros anos, uma situação que o Instituto Português do Sangue da Transplantação (IPST) considera invulgar para esta altura e que atribui à covid-19.

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As reservas de sangue estão com valores mais baixos do que em períodos homólogos de outros anos, uma situação que o Instituto Português do Sangue da Transplantação (IPST) considera invulgar para esta altura e que atribui à covid-19.

“As reservas de sangue e componentes sanguíneos apresentam, nesta altura do ano, valores mais baixos do que em períodos homólogos de anos anteriores”, adiantou o IPST à agência Lusa, salientando, porém, que se trata de uma gestão dinâmica, que depende do número de colheitas realizadas diariamente e das necessidades dos hospitais.

Segundo o instituto, as reservas dos hospitais e no IPST situam-se entre os oito e 39 dias, e entre os três e 39 dias, considerando apenas a reserva de concentrados eritrocitários do instituto, sendo os grupos sanguíneos em que se regista uma maior carência o “A positivo”, o “O positivo”, o “O negativo” e o “A negativo”.

Trata-se de “uma situação invulgar para esta época do ano”, salientou o IPST, ao recordar que existe sazonalidade na dádiva de sangue, sendo tradicionalmente os períodos de maior carência os meses de janeiro e fevereiro, devido às infeções respiratórias, e o mês de agosto, devido ao período de férias dos dadores regulares.

“A atual situação de carência, que surgiu este ano mais cedo, parece explicar-se pelo aumento de infeções respiratórias neste período, nomeadamente infeções por covid-19, e à ausência dos dadores regulares para período de férias”, adiantou o instituto.

Os hospitais portugueses precisam, em média, de 1.100 unidades de sangue por dia para tratar os doentes.

Os componentes sanguíneos têm uma validade limitada (no concentrado eritrocitário é de 42 dias e de cinco a sete dias para as plaquetas), razão pela qual a sua necessidade é permanente, realçou o IPST.

“Diariamente apelamos à população em geral, ao cidadão e aos dadores de sangue, em particular, para a necessidade permanente de sangue”, referiu o instituto, ao realçar que a sustentabilidade desta atividade requer uma presença diária nas redes sociais, uma utilização regular dos meios de comunicação social e a melhor articulação com o movimento associativo.

Entre 2021 e maio de 2024, o IPST enviou aos dadores de sangue regulares aproximadamente 14 milhões de mensagens SMS, cerca de 3,5 milhões por ano, por considerar que esta é a forma mais direta de contacto e o meio que mais fideliza os dadores para realizarem novas dádivas.

As condições essenciais para elegibilidade para a dádiva são ter mais de 18 anos (a primeira dádiva após os 60 anos depende de critério médico), peso igual ou superior a 50 quilos e estar saudável.

Em comunicado, a Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES), perante a atual situação das reservas, apelou a “todas as pessoas saudáveis e aos habituais dadores” dos grupos mais em falta para efetuarem as suas dádivas.

“Esta situação não costuma acontecer tão cedo nesta altura do ano, pensamos que se deve ao aumento das infeções respiratórias que nesta altura do ano não são habituais, nomeadamente casos de Covid”, referiu Alberto Mota, presidente da federação citado no comunicado.

A FEPODABES disse ainda estranhar como o IPST está “neste momento a trabalhar”, ao salientar que “nada comunica aos seus parceiros” sobre a situação das reservas, numa altura em vários hospitais nacionais se têm queixado da redução de dádivas de sangue.

NACIONAL

MORTALIDADE INFANTIL REGRESSOU A NÍVEIS PRÉ-PANDEMIA – DGS

A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A informação foi avançada à agência Lusa pela diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, a propósito dos relatórios que a DGS divulga esta quinta-feira sobre a mortalidade infantil e materna no período 2017-2021.

“Aquilo que nós conseguimos ver, no caso da mortalidade materna, é que nos últimos dois anos, com análises preliminares, nós conseguimos ver até alguma diminuição e, no caso da mortalidade infantil, (…) uma estabilização, mas conseguimos ver que os níveis observados vão para aqueles níveis que eram os níveis pré-pandemia”, afirmou.

No caso da mortalidade materna, segundo explicou, o relatório incorpora o trabalho desenvolvido pela comissão criada em 2020 para analisar este fenómeno e também os dados recolhidos através do Sistema de Informação de Certificados de Óbito (SICO).

Sobre o trabalho da comissão criada em 2020 para estudar a mortalidade materna, cujo trabalho nunca foi tornado público, Rita Sá Machado explicou essa opção com o facto de tal documento conter “dados muito sensíveis” que poderiam permitir identificação de pessoas.

Quanto a distância entre o período abrangido pelos relatórios divulgados esta quinta-feira pela DGS e os números mais recentes já divulgados, por exemplo, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a responsável explicou: “São dois trabalhos distintos: num estamos a falar daquilo que são indicadores simples, olhando para tendências, se os indicadores vão aumentando ou diminuindo. Uma outra coisa foi o que trabalhámos de uma forma detalhada, olhando com uma dimensão mais profunda, com recomendações específicas”.

Os dados divulgados esta quita-feira indicam que após 2015 manteve-se o aumento do numero de mortes maternas, variando entre sete e 17. O valor máximo observado no período em análise verificou-se em 2020, coincidente com a pandemia de covid-19 (17 mortes).

Admite ainda que a aplicação dos respetivos mecanismos de melhoria pode justificar o aumento do número de mortes maternas e do Rácio de Mortalidade Materna (RMM) a partir de 2014, “pelo aumento da sensibilidade e pela diminuição de fenómenos de subnotificação”.

Segundo o relatório, a maioria (51,7%) das mortes maternas no quinquénio 2017-2021 ocorreu em mulheres em menos de 35 anos, apesar do Rácio de Mortes Maternas (que reflete a capacidade do sistema de saúde prestar os cuidados eficazes na prevenção e complicações que ocorrem) é superior nas mulheres com mais de 40 anos de idade.

O documento destaca igualmente a prevalência de carga de doença identificada antes da gravidez, considerando este indicador “de grande relevância”, uma vez que abrange 63% dos casos.

O diagnóstico da obesidade foi o mais prevalente, seguido da hipertensão arterial. Em 33,3% dos casos de morte materna foi identificado um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 25kg/m2 (excesso de peso e obesidade).

A diretora-geral de Saúde sublinha que estas alterações sociodemográficas da população e a carga de doença estão a ter efeitos nas mães e, por isso, defende um acompanhamento das diretrizes emanadas pela DGS e da “própria prestação e organização dos serviços de saúde” para acompanhamento destas mães.

Nas conclusões do relatório, a DGS refere que embora a maioria das mortes maternas ocorra em mulheres portuguesas, o rácio de mortalidade materna (RMM) nas mulheres estrangeiras é superior.

Esta situação leva a responsável da DGS a considerar necessário “um melhor conhecimento dos próprios profissionais que estão no atendimento, para que o processo de atendimento seja mais célebre a algumas destas mulheres [estrangeiras]”.

A este propósito, a DGS recomenda no relatório a elaboração e divulgação de uma circular conjunta sobre procedimentos no atendimento de grávidas de nacionalidade estrangeira.

Questionada sobre se uma possível alteração na Lei de Bases da Saúde que restrinja acesso a cidadãos estrangeiros a casos urgentes ou se o ato for pago, Rita Sá Machado recorda:”uma grávida, quer no seu acompanhamento, quer em qualquer problema que tenha durante a gravidez, é sempre olhado como questões de urgência ou emergência”.

No relatório sobre a mortalidade materna, a DGS recomenda ainda que se assegure que uma grávida não vigiada tem uma consulta num prazo de uma semana após o pedido da unidade de saúde, seja qual for o trimestre da gravidez.

A melhoria da vigilância da saúde das grávidas em condições de risco e com necessidade de vigilância acrescida, garantindo de é encaminhada dos cuidados de saúde primários para consulta específica e ser atendida no praz máximo de duas semanas, são outras das recomendações.

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NACIONAL

HERNÂNI DIAS PEDE DEMISSÃO E LUÍS MONTENEGRO ACEITA-A

O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.

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O primeiro-ministro aceitou esta terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.

Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que “o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão esta terça-feira apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias”.

“Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo”, acrescenta.

Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril do ano passado.

Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.

Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.

Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.

O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.

O Chega e o BE já pediram a demissão do governante e vários já requereram a sua audição parlamentar.

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