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ECONOMIA & FINANÇAS

RIQUEZA DAS FAMÍLIAS CRESCEU ENTRE 2017 E 2020 E RÁCIO DE ENDIVIDAMENTO BAIXOU

A riqueza líquida média por família aumentou 19,9% em termos reais e a riqueza líquida mediana aumentou 31,3% entre 2017 e 2020, ao mesmo tempo que se reduziram os rácios de endividamento, revelou esta quarta-feira o INE.

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A riqueza líquida média por família aumentou 19,9% em termos reais e a riqueza líquida mediana aumentou 31,3% entre 2017 e 2020, ao mesmo tempo que se reduziram os rácios de endividamento, revelou esta quarta-feira o INE.

Segundo o Inquérito à Situação Financeira das Famílias de 2020, entre 2017 e 2020 a riqueza líquida média por família aumentou 19,9% em termos reais e a riqueza líquida mediana aumentou 31,3%, para 200,4 mil euros e 101,2 mil euros, respetivamente, explicando o Instituto Nacional de Estatística (INE) que a riqueza líquida de uma família corresponde à diferença entre o valor dos seus ativos e dívidas.

Os dados revelam que a assimetria da distribuição da riqueza se “reduziu ligeiramente”, diz o INE, uma vez que as famílias pertencentes ao conjunto das 10% com maior riqueza líquida detinham 51,2% da riqueza líquida total em 2020, contra 53,9% em 2017.

Tanto os ativos reais como os financeiros distribuem-se de forma muito assimétrica, mas nos ativos reais a assimetria é menos acentuada no caso da residência principal do que no caso dos outros imóveis e restantes ativos reais, em que se destacam os negócios por conta própria.

Segundo o inquérito, as famílias da classe de riqueza mais elevada são proprietárias de 82,4% do valor total dos outros imóveis (que não a residência principal) e restantes ativos reais, e de 44,3% do valor das residências principais.

As dívidas distribuem-se pelas famílias das diferentes classes de riqueza líquida de uma forma menos assimétrica do que os ativos, exceto no caso das hipotecas de outros imóveis que não a residência principal.

Nas hipotecas da residência principal, com exceção da classe de riqueza mais baixa, que detém menos de 6% do valor da dívida, as restantes classes repartem o valor em proporções semelhantes, de cerca de 24%.

As conclusões do inquérito indicam ainda que as famílias portuguesas preferem ser proprietárias da sua residência, porque das famílias que vivem em casa própria (70% das famílias), apenas 2% preferiam ter arrendado, enquanto das famílias que vivem numa casa arrendada, 63,5% preferiam ter comprado e não o fizeram por não terem condições financeiras.

Os rácios de endividamento, que medem a capacidade das famílias para cumprirem o serviço da dívida no curto prazo e a sua vulnerabilidade financeira, registaram uma diminuição entre 2017 e 2020.

No caso do rácio do serviço da dívida sobre o rendimento, que em 2020 foi de 12,9% (14,4% em 2017), o INE explica que a redução reflete sobretudo a diminuição das taxas de juro para níveis historicamente baixos, enquanto no caso do rácio entre a dívida e os ativos diz que a redução reflete em grande parte a valorização dos imóveis.

“As famílias da classe mais baixa de rendimento estão particularmente vulneráveis ao aumento das taxas de juro, uma vez que apresentam um rácio mediano do serviço da dívida no rendimento de cerca de 50%, muito acima do rácio das restantes classes de rendimento”, destaca o INE.

Em 2020, 46,6% das famílias residentes em Portugal tinham algum tipo de dívida, sendo o tipo de dívida mais comum as hipotecas da residência principal (30,5% das famílias).

ECONOMIA & FINANÇAS

SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS

Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.

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Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.

Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).

Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.

Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.

Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.

Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.

Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.

Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.

Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.

Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.

No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.

Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.

O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).

A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.

Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.

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ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES

As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.

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As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.

Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).

“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.

Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.

O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.

No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.

O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.

Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.

A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.

De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.

O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.

O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.

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