REGIÕES
RUI MOREIRA ESCLARECE “A QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE NÃO DEPENDE DA AUTARQUIA”
O presidente da Câmara do Porto alertou que, apesar do município passar a assumir competências na saúde, aprovadas por maioria pela Assembleia Municipal, a qualidade dos serviços não depende da autarquia, nem a eventual falta de médicos.
O presidente da Câmara do Porto alertou que, apesar do município passar a assumir competências na saúde, aprovadas por maioria pela Assembleia Municipal, a qualidade dos serviços não depende da autarquia, nem a eventual falta de médicos.
“Aqualidade dos serviços de saúde não depende de nós (…) Quando não houver médicos a culpa não é da câmara”, afirmou o presidente Rui Moreira durante a Assembleia Municipal do Porto, que decorreu na segunda-feira à noite.
Aos deputados municipais, que aprovaram, com os votos contra do BE e CDU, o auto de transferência de competências na área da saúde, Moreira afirmou não ter sido a descentralização que gostava, admitindo que a única que foi do seu agrado foi a dos transportes públicos.
“Se era esta a descentralização que gostaria? Não. A única que foi uma verdadeira descentralização foi a dos transportes públicos porque dominamos a oferta. Aqui não dominamos a oferta”, referiu, dizendo, no entanto, que “apesar de tudo”, foi possível assegurar “a neutralidade” orçamental.
Apesar do município não assegurar a qualidade dos serviços de saúde, competência que se mantém na esfera do Estado, Rui Moreira afirmou que a autarquia vai “manter os edifícios em melhores condições”, à semelhança do que tem feito nas escolas.
O autarca destacou ainda a construção de raiz do centro de saúde em Azevedo Campanhã, com recurso ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e a flexibilização dos horários de funcionamento.
Sobre esta matéria, Rui Sá, da CDU, considerou que também nesta área se tentam “aligeirar responsabilidades da administração central”, criticando o estado de conservação dos 19 edifícios que passam a ser geridos pelo município, mas também as 18 viaturas transferidas, cuja “média de idade são os 15 anos e 164 mil quilómetros”.
Em resposta ao deputado, o presidente da Câmara esclareceu que vai ser submetida uma candidatura ao PRR para a aquisição de 23 novas viaturas elétricas.
Pelo PSD, Rodrigo Passos destacou que, apesar do “processo moroso, doloroso e com muitos erros”, a negociação na área da saúde “chegou ao melhor destino possível tendo em conta as circunstâncias”.
Já a socialista Helena Maia afirmou que a descentralização na saúde “traz uma série de vantagens”, entre as quais, “maior autonomia e definição de políticas de saúde”, “promoção de inovação e criatividade na gestão da saúde” e inclusão de “melhores práticas para atender às necessidades da população”.
Para Susana Constante Pereira, do BE, “a aceitação” desta descentralização, como proposta pela maioria, “demonstra que teria sido possível fazer diferente nas outras áreas”, defendendo ser necessário esclarecer a população sobre o que realmente está a ser transferido para o município.
Paulo Vieira de Castro (PAN) destacou que, no início do próximo ano, “será iniciado pela primeira vez um processo de descentralização de competências sem sobressaltos” e suportado do respetivo envelope financeiro.
O auto de transferência de competências na área da saúde, cujos encargos serão superiores a 5,2 milhões de euros, produz efeitos a 01 de janeiro de 2024.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
REGIÕES
OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.
A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.
Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.
O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.
O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.
Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).
O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.
Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.
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