CIÊNCIA & TECNOLOGIA
SAÚDE: NOVA TERAPIA ESTIMULA A REGENERAÇÃO DOS NEURÓNIOS APÓS LESÃO NA MEDULA
Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), no Porto, desenvolveram uma terapia que, com base na versão modificada de uma proteína, pode estimular a regeneração dos neurónios do sistema nervoso central, após uma lesão na medula.
Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), no Porto, desenvolveram uma terapia que, com base na versão modificada de uma proteína, pode estimular a regeneração dos neurónios do sistema nervoso central, após uma lesão na medula.
Em comunicado, o i3S explica que o estudo, publicado na revista científica “The Journal of Clinical Investigation”, demonstra que a proteína, intitulada Profilina-1 (que regula a dinâmica do esqueleto celular), “estimula a regeneração de neurónios no sistema nervoso central, após uma lesão ou trauma”.
“Quando [a proteína] está expressa nos neurónios numa quantidade muito elevada, promove o crescimento do axónio [canal de comunicação dos neurónios, que permite o contacto com outros neurónios ou outras células do corpo humano] com efeitos robustos e surpreendentes, mais concretamente, duplica o seu crescimento. Nenhuma outra molécula ou medicamento tem este resultado”, indica o i3S.
Rita Costa, primeira autora do artigo, explica que a terapia proposta, introduzida por via intravenosa (administrada através de uma injeção que contém a proteína na sua versão modificada), é “muito segura, dirigida e abrangente”.
“Como se trata de uma proteína que já é naturalmente expressa no nosso organismo, não corremos o risco de uma rejeição. O que vamos fazer é com que os neurónios produzam maior quantidades desta proteína na sua forma ativa”, refere a investigadora.
E acrescenta, “o veículo que vamos usar para administrar a proteína modificada também já é usado no tratamento de outras doenças do sistema nervoso, como a cegueira hereditária e a atrofia muscular espinal”.
Segundo Rita Costa, a terapia “não influencia outras células”, uma vez que o seu objetivo é “apenas fazer crescer os neurónios” que, por sua vez, “sem ajuda, são incapazes de se regenerarem sozinhos”.
“A terapia é abrangente, porque pode ser testada noutros casos em que a integridade neuronal está comprometida, como neuropatias periféricas”, afirma, dando como exemplo os danos nos neurónios ou a disfunção erétil resultante de intervenções cirúrgicas.
Depois de terem testado a proteína em modelos celulares e num modelo animal, os investigadores pretendem agora testar a terapia em dois estádios diferentes da lesão medular, condição que afeta, todos os anos, mais de 200 mil pessoas em todo o mundo.
“Apesar do progresso considerável no que respeita aos procedimentos médicos, cirúrgicos e de reabilitação, não existem tratamentos eficazes para a recuperação neurológica em caso de lesão medular, o que resulta em incapacidades permanentes nos pacientes”, indica o instituto de investigação.
O trabalho do grupo ‘Nerve Regeneration’ do i3S está a ser desenvolvido há mais de quatro anos, sendo que a investigação já foi premiada pelo programa Resolve, pelo fundo “Morton Cure Paralysis” e pelo Prémio Inovação Bluepharma.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN
Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.
Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.
De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.
Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).
Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).
Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.
Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.
Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
O MANTO DA TERRA É MENOS MISTURADO DO QUE SE PENSAVA – ESTUDO
Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.
Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.
Ambas as ‘ilhas’ foram descobertas no final do século passado. Os investigadores definem-nas como dois “supercontinentes” localizados entre o núcleo e o manto da Terra: um sob África e o outro sob o Oceano Pacífico, ambos a mais de 2000 quilómetros abaixo da superfície da Terra.
“Estas duas grandes ilhas estão rodeadas por uma espécie de ‘cemitério’ de placas tectónicas que foram transportadas para lá por um processo de subducção, em que uma placa submerge sob outra e se afunda da superfície da Terra até uma profundidade de quase 3.000 quilómetros”, realçou Arwen Deuss, sismóloga da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, e uma das autoras do estudo publicado na quarta-feira na revista Nature.
Até agora, os modelos sísmicos utilizavam apenas velocidades de onda para distinguir a composição e as características térmicas de diferentes partes da estrutura interna da Terra.
A investigação atual combinou as velocidades das ondas com uma técnica chamada “observações de atenuação” que permitiu o estudo do interior da Terra em três dimensões, algo “fundamental para compreender a evolução da composição” do manto, apontaram os autores.
A nova técnica permitiu-lhes “obter uma visão do interior do planeta, semelhante à que os médicos obtêm do corpo humano através dos raios X”.
Os resultados indicaram que, quando atingem estas ‘ilhas’ interiores do tamanho de continentes, as ondas abrandam porque a temperatura é mais elevada.
Ao estudar a composição dos minerais no manto, os investigadores descobriram também que o tamanho dos grânulos minerais nestas ‘ilhas’ gigantes é visivelmente maior do que nas placas tectónicas ‘mortas’ que as rodeiam.
“Estes grânulos minerais não crescem de um dia para o outro, o que só pode significar uma coisa: são muito maiores, mais rígidos e, por isso, mais antigos do que os cemitérios de camadas mortas circundantes. Isto indica que as ‘ilhas’ não participam no fluxo no manto terrestre”, explicou outra autora, Sujania Talavera-Soza, da mesma universidade.
“Ao contrário do que nos ensinam os livros de geografia, o manto também não pode ser bem misturado. Há menos fluxo no manto terrestre do que pensamos”, acrescentou Talavera-Soza.
O conhecimento do manto terrestre é essencial para compreender a evolução do planeta e de outros fenómenos à superfície da Terra, como os vulcões e a formação de montanhas.
Para este tipo de investigação, os sismólogos aproveitam as oscilações provocadas por fortes sismos que ocorrem a grandes profundidades, como o que ocorreu na Bolívia em 1994 — 650 quilómetros abaixo da superfície — sem causar danos ou vítimas, e a descrição matemática da força destas oscilações.
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