REGIÕES
SIRESP: “OBSOLETO” E “ULTRAPASSADO”
O SIRESP está “baseado em tecnologia ultrapassada” e “obsoleta”, tendo sido “notório a falha” deste sistema de comunicações e das redes móveis no incêndio de Pedrógão Grande, segundo o relatório da comissão independente hoje divulgado.
O SIRESP está “baseado em tecnologia ultrapassada” e “obsoleta”, tendo sido “notório a falha” deste sistema de comunicações e das redes móveis no incêndio de Pedrógão Grande, segundo o relatório da comissão independente hoje divulgado.
“A rede SIRESP [Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal] foi objeto de críticas relativas à sua eficácia. A destruição pelo fogo de algumas das suas ligações e a inexistência de soluções de redundância com a mesma qualidade colocaram dúvidas relativas à solidez da rede”, refere o relatório da comissão técnica independente para analisar os fogos de junho na região Centro e hoje entregue na Assembleia da República.
O documento explica que, nos “mega-incêndios” de Pedrógão Grande e de Góis, “as falhas de comunicações do SIRESP foram sendo colmatadas transitoriamente com o recurso às redes móveis públicas e ROB” (Rede Operacional dos Bombeiros), que permitiram “superar pontualmente as ineficiências da rede SIRESP”.
No entanto, as falhas na rede SIRESP, associadas às falhas das comunicações móveis, são notórias nomeadamente no fogo de Pedrogão Grande, tendo estas “inúmeras passagens” ficado registadas na fita do tempo relativa a esta ocorrência.
Na região de Pedrógão Grande, cinco antenas deixaram de estar conectadas com a rede, permitindo apenas comunicações locais, tendo esta inibição contribuído “para congestionar as outras antenas”, refere o relatório.
Embora esta situação seja desvalorizada pela empresa SIRESP, a comissão independente reconhece que “esta solução não pode ser admitida numa rede que necessita de garantir comunicações entre os diversos pontos de decisão, muitos deles distantes centenas de quilómetros, destinada a mobilizar recursos, a definir atuações de meios aéreos ou de estabelecer estratégias de evacuação de pessoas”.
O relatório salienta que “a rede SIRESP está baseada em tecnologia ultrapassada”, que representou, quando foi introduzida, “um enorme avanço em relação à fragmentação passada, mas não acompanhou a evolução vertiginosa que as tecnologias de comunicação sofreram nos últimos anos”.
A comissão nomeada para analisar os fogos de junho na região Centro destaca também que a rede SIRESP está baseada em tecnologia “que pode ser considerada obsoleta, não tendo evoluindo para as novas tecnologias”.
O documento refere igualmente que a utilização de antenas móveis, no âmbito da solução tecnológica adotada pelo SIRESP, poderá contribuir para superar eventuais destruições de ligações e de repor as condições operacionais da rede, mas não se consegue prever a dimensão das destruições de forma a colmatá-las todas com antenas móveis.
Nesse sentido, o relatório sugere que os sistemas de comunicação de emergência em Portugal poderiam e deveriam “evoluir para sistemas de tecnologia avançada que incorpore capacidades 3G e 4G”.
Os peritos consideram ainda que Portugal “não deve continuar a basear as suascomunicações em sistemas que, como se viu, são vulneráveis às catástrofes que pretende socorrer” e que o sistema de registo e controlo de informações da Autoridade Nacional de Proteção Civil evolua para “um sistema desmaterializado, registando de forma automática as comunicações e as informações e evitando perturbações que a operação manual pode introduzir”.
O fogo que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho só foi extinto uma semana depois, tal como o incêndio que teve início em Góis (distrito de Coimbra). Os dois fogos, que consumiram perto de 50 mil hectares em conjunto, mobilizaram mais de mil operacionais no combate às chamas.
O incêndio que deflagrou Pedrógão Grande, tendo alastrado a vários municípios vizinhos, causou 64 mortos e mais de 200 feridos.
Veja aqui o relatório integral da Comissão Técnica Independente criada para investigar os incêndios de Pedrógão grande, Góis, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos. Download: AQUI.
REGIÕES
VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).
O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.
Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.
O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.
Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.
O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.
A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.
No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.
Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.
O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
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