NACIONAL
SOS ESTUDANTE TAMBÉM POR SKYPE
A linha de apoio SOS Estudante foi pensada para os alunos, mas atende chamadas de pessoas de todas as faixas etárias e agora passa também a estar disponível por ‘skype’, à procura de ouvir a geração mais jovem. Vê mais aqui. Partilha com os teus amigos !
A linha de apoio SOS Estudante foi pensada para os alunos, mas atende chamadas de pessoas de todas as faixas etárias e agora passa também a estar disponível por ‘skype’, à procura de ouvir a geração mais jovem.
Em vésperas de completar 20 anos, a SOS Estudante criou em outubro uma conta no ‘skype’ (software que permite comunicação através da internet por voz, texto ou vídeo), à procura de chegar aos mais jovens, disse à agência Lusa a direção da única linha de apoio emocional do país composta apenas por estudantes.
A opção de criar a conta no ‘skype’ não está relacionada com a gratuitidade das chamadas, mas por a direção constatar que “os jovens preferem falar por mensagens” do que através de uma conversa telefónica, explica a tesoureira da SOS Estudante, Diana Callebaut.
Apesar de no ‘skype’ não ser possível identificar tão facilmente o estado emocional das pessoas, os jovens têm hoje uma maior preferência pelas mensagens de texto, com as conversas por voz a poderem ser consideradas por estes “mais intrusivas”, explica a estudante de medicina.
A iniciativa, lançada a título experimental, ainda não tem tido “grande procura”, mas a publicidade deste novo meio para falar com os voluntários da SOS Estudante também não é muita, sublinha o presidente, Diego Prado.
A linha de apoio, que vai fazer 20 anos em abril de 2017, conta com mais de 600 chamadas por ano, numa média de duração de 20 a 30 minutos cada, atendidas por um dos 24 voluntários que garantem o funcionamento da SOS Estudante entre as 20:00 e a 01:00, todos os dias.
Nas chamadas, os principais problemas relatados estão relacionados com a solidão (24%), relacionamentos (20%), mas também a sexualidade ou a ideação suicidária (08%).
Apesar de a linha ter sido pensada para os estudantes, atualmente a maioria (44%) das pessoas que liga para a SOS Estudante tem mais de 50 anos e a quase totalidade são homens (90%), estima a linha de apoio, que funciona como secção cultural da Associação Académica de Coimbra.
Para participar na linha, os estudantes têm de passar por uma seleção e uma formação de 30 horas, onde aprendem “a escutar” e a aproximarem-se “do problema da pessoa”, afirma à Lusa Diego Prado.
“Chamamos-lhe uma escuta ativa ou empática”, acrescenta Diana Callebaut.
Durante a chamada, não há espaço para conselhos ou julgamentos. “Em vez de orientarmos a pessoa para um caminho, tentamos que a pessoa perceba por ela própria o que quer fazer”, explica.
“Uma boa chamada é quando compreendemos a pessoa e sentimos que a pessoa se sente compreendida”, sublinha Diego Prado.
No entanto, escutar os problemas das pessoas “não é fácil” e a própria linha garante apoio aos voluntários que precisem “de desabafar”, refere.
Ana Luís Garcia, antiga presidente da SOS Estudante, realça que na formação os voluntários aprendem “a escutar e a empatizar com a pessoa que liga. Despimos ao máximo as nossas opiniões e julgamentos para ouvir sem dar qualquer juízo de valor”.
“Somos, acima de tudo, um ouvido. Muito mais um ouvido do que uma voz”, realça a estudante de direito.
A SOS Estudante já está a assinalar os 20 anos de vida, com sessões de cinema e de debate.
Na quarta-feira, é exibido o filme “Três Cores: Azul”, no Aqui Base Tango, e a 07 de dezembro é dinamizado um debate intitulado “A (des)construção da identidade”, na Casa das Artes Bissaya Barreto.
Em 2017, a linha de apoio realiza mais duas sessões de cinema e duas sessões de debate em março e, em abril, acolhe o Encontro Nacional das Linhas de Apoio Emocional.
A linha está acessível através dos números 915246060, 969554545 e 239484020 e através do skype (nome de utilizador: sos.estudante).
LUSA
NACIONAL
25 DE ABRIL: SALÁRIO MÍNIMO, FÉRIAS E DIREITO À GREVE SÃO CONQUISTAS DE ABRIL
A implementação do salário mínimo nacional, o direito a férias, à atividade sindical e à greve foram algumas das conquistas da revolução de 1974 no mundo do trabalho, que passou a ser exercido com mais direitos.
A implementação do salário mínimo nacional, o direito a férias, à atividade sindical e à greve foram algumas das conquistas da revolução de 1974 no mundo do trabalho, que passou a ser exercido com mais direitos.
O salário mínimo nacional, que hoje é de 820 euros, foi implementado pela primeira vez há cinquenta anos e o seu valor real nessa altura era de 629 euros, se descontada a inflação acumulada e considerando o índice de preços ao consumidor, segundo um retrato da Pordata, divulgado no âmbito do 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974.
O documento elaborado pela base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, assinala que, a partir da revolução, o trabalho passou a ser exercido com mais direitos, após anos de desinvestimento na educação durante a ditadura, com os reduzidos anos de escolaridade obrigatória, e a pobreza que levavam muitas crianças a trabalhar desde cedo.
De acordo com os Censos de 1960, eram mais de 168 mil as crianças a trabalhar e, nos Censos de 1970, registaram-se cerca de 91 mil crianças, entre os 10 e os 14 anos, indica a Pordata.
A entrada da mulher no mercado de trabalho foi outra das grandes transformações que ocorreram com a revolução. Segundo a Pordata, em 1970, apenas 25% das mulheres com 15 ou mais anos trabalhavam e, em 2021, esse valor atingiu os 46%.
O documento destaca ainda “a profunda alteração na distribuição dos trabalhadores pelos grandes setores económicos”.
Em 50 anos, o peso da mão-de-obra na agricultura e pescas (setor primário) diminuiu consideravelmente, assim como na indústria (setor secundário) e, em contrapartida, cresceu o emprego nos serviços e o trabalho terciarizou-se.
No ano da revolução, 35% da população empregada trabalhava no setor primário, 34% no setor secundário e 31% no terciário, valores que em 2023 passaram a ser de 3%, 25% e 72%, respetivamente.
Os dados mostram ainda que só nas décadas de 1970 e 1980 se concretizou “um efetivo sistema de Segurança Social, no sentido do alargamento da proteção social ao conjunto da população e à melhoria da cobertura das prestações sociais”.
Entre 1974 e 2022, de acordo com a Pordata, as pensões de velhice atribuídas pela Segurança Social aumentaram de 441 mil para cerca de 2 milhões.
“Também se registaram importantes avanços na criação de medidas de proteção à infância e à família, ou às situações de maior vulnerabilidade, como o desemprego ou a pobreza”, indica o documento.
Exemplos destas medidas são o Complemento Social para Idosos (CSI) ou o Rendimento Social de Inserção (RSI).
A importância da proteção social é visível pelo aumento das despesas das prestações sociais da Segurança Social, que mais do que duplicaram, de 5% para 12% do Produto Interno Bruto (PIB), entre 1977 e 2022.
NACIONAL
25 DE ABRIL: A HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO
O dia 25 de Abril de 1974 será para sempre o “Dia da Liberdade”. Afinal o que se passou exactamente nesse dia ? Para compreenderes temos aqui um resumo do que realmente se passou nesse dia e da importância que representa para Portugal e para os Portugueses. Vê mais aqui. Partilha com os teus amigos !
A Revolução de 25 de Abril, também referida como Revolução dos Cravos, refere-se a um período da história de Portugal resultante de um movimento social, ocorrido a 25 de Abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933, e iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de Abril de 1976, com uma forte orientação socialista na sua origem.
Esta ação foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), que era composto na sua maior parte por capitães que tinham participado na Guerra Colonial e que tiveram o apoio de oficiais milicianos. Este movimento surgiu por volta de 1973, baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas como a luta pelo prestígio das forças armadas, acabando por atingir o regime político em vigor. Com reduzido poderio militar e com uma adesão em massa da população ao movimento, a resistência do regime foi praticamente inexistente e infrutífera, registando-se apenas 4 civis mortos e 45 feridos em Lisboa pelas balas da DGS.
O movimento confiou a direção do País à Junta de Salvação Nacional, que assumiu os poderes dos órgãos do Estado. A 15 de Maio de 1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República. O cargo de primeiro-ministro seria atribuído a Adelino da Palma Carlos. Seguiu-se um período de grande agitação social, política e militar conhecido como o PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado por manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações e confrontos militares que, terminaram com o 25 de Novembro de 1975.
Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de Abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da nova República. Na sequência destes eventos foi instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de Abril, denominado como “Dia da Liberdade”.
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