DESPORTO
SPORTING CP X GIL VICENTE FC: ANÁLISE DE JOSÉ AUGUSTO SANTOS
Sporting motivado por se isolar no 1º lugar entrou forte, mas só no final da primeira e no início da segunda parte resolveu o jogo. Com uma pontinha de sorte no golo do empate perto do intervalo e uma excelente dinâmica que o seu trio mais ofensivo, Pedro Gonçalves, Viktor Gyokeres e Marcus Edwards imprimiu e que a organização defensiva do Gil Vicente não teve “pedalada” para contrariar.
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Sporting motivado por se isolar no 1º lugar entrou forte, mas só no final da primeira e no início da segunda parte resolveu o jogo. Com uma pontinha de sorte no golo do empate perto do intervalo e uma excelente dinâmica que o seu trio mais ofensivo, Pedro Gonçalves, Viktor Gyokeres e Marcus Edwards imprimiu e que a organização defensiva do Gil Vicente não teve “pedalada” para contrariar.
O Sporting apresentou a sua estrutura habitual de 3 centrais, Diomande, Coates e Gonçalo Inácio, com Nuno Santos e Ricardo Esgaio, nos corredores laterais, a dar largura e profundidade ao seu jogo ofensivo, dominou o período inicial, pressionou o último reduto gilista, mas à exceção do golo anulado a Gyokeres não criou grandes oportunidades para marcar.
O Gil Vicente com um bloco baixo tentou impedir o Sporting de criar oportunidades e aos poucos tentou retirar a bola à equipa leonina com a capacidade de circulação de Pedro Tiba, que não teve o acompanhamento de jogadores dotados tecnicamente como Fujimoto e Maxime Dominguez, o que retirou capacidade e critério na manutenção da posse e na saída para as transições. Murilo nunca foi bem solicitado e o jovem e promissor ponta-de-lança Miguel Monteiro foi presa fácil para Coates.
Apesar do domínio sportinguista o Gil foi ficando mais confortável com bola e na sequência de um lance de bola parada inaugurou o marcador pelo seu melhor jogador o capitão Rúben Fernandes na sequência de um livre lateral bem executado por Murilo. O Sporting acusou o golo sofrido e numa fase importante do jogo em que demonstrou algum nervosismo, também provocado pelo público, acabou por chegar ao empate com alguma sorte no remate de Nuno Santos que não levava a direção da baliza, a bola desviou em Pedro Tiba e tornou impossível a defesa de Andrew. Esse golo foi extremamente importante para a equipa leonina.
Ruben Amorim ao intervalo trocou os 2 jogadores dos corredores laterais que até estavam a fazer um bom jogo e desta vez a entrada de Geny Catamo não teve o impacto habitual. A entrada fulgurante e subida de rendimento de Pedro Gonçalves a combinar bem com os dois colegas de ataque que já na primeira parte tinham estado em bom plano, acabou por desbaratar por completo a organização defensiva do Gil com os seus jogadores a não terem velocidade para contrariar a movimentação dos atacantes leoninos. Gyokeres marca 2 golos em 10 minutos.
O 3-1 é a melhor jogada do desafio com a solicitação de Edwards a Pedro Gonçalves que com um passe de morte assiste o ponta de lança sueco que apareceu no sítio certo a finalizar e a decidir o jogo. Depois geriu a vantagem com o único atrativo dessa fase do jogo a ser os duelos do avançado sueco com os defesas gilistas e a sua tentativa de marcar o hat-trick.
Os dois técnicos foram alterando a equipa com Ruben Amorim a gerir jogadores e a vantagem no marcador e Vítor Campelos à procura de outro tipo de soluções e características ofensivas na tentativa de marcar um golo e reentrar na discussão do resultado, mas nenhuma das alterações surtiu efeito.
O melhor do jogo foi Gyokeres pelos 2 golos que marcou, pelo que correu, jogou e fez jogar. Marcus Edwards também esteve em bom plano, com a sua movimentação e imprevisibilidade e Pedro Gonçalves melhorou muito na segunda parte, o passe para o 3º golo é sublime.
No Gil só Rúben Fernandes e Pedro Tiba se exibiram em bom plano. A equipa caiu muito de rendimento em relação à fase inicial da época e as alterações de Vítor Campelos, nos últimos jogos, nomeadamente as saídas do 11 inicial de Gabriel Pereira, Buta e Martim Neto, depois da derrota em Famalicão e a lesão de Depú fragilizaram a equipa.
Claúdio Pereira teve um critério largo que favoreceu a dinâmica do jogo. Os responsáveis gilistas pediram falta no primeiro e segundo golo sem razão.
Os jogadores que atuam no campeonato português terão de se adaptar a esta forma de gerir os jogos porque este género de contactos no futebol europeu não é assinalado falta. Este critério favorece o tempo útil de jogo, um problema do campeonato português e adapta as equipas ao contexto que encontram quando participam nas competições europeias.
José Augusto Santos, Comentador Desportivo e Treinador de Futebol Nível IV UEFA Pro.
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