ARTE & CULTURA
STEFAN BLUNIER VAI SER MAESTRO DA SINFÓNICA DO PORTO A PARTIR DE JANEIRO DE 2021
O maestro suíço Stefan Blunier é o novo titular da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, anunciou hoje aquela instituição, assumindo a titularidade do agrupamento em janeiro de 2021.
O maestro suíço Stefan Blunier é o novo titular da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, anunciou hoje aquela instituição, assumindo a titularidade do agrupamento em janeiro de 2021.
O maestro de 55 anos, que tem sido convidado para dirigir a orquestra desde 2012, sucede a outro suíço, Baldur Brönnimann, que ocupava o cargo desde 2015.
“A escolha de Blunier resulta do excelente trabalho que tem desenvolvido com a orquestra, na qualidade de maestro convidado, desde 2012”, lê-se em comunicado da Casa da Música.
O diretor artístico da Casa da Música, António Jorge Pacheco, destacou, também em comunicado, a “óbvia empatia com os músicos e com o próprio projeto artístico da Casa” desde as primeiras colaborações.
“Ao longo dos últimos anos, intensificou a sua colaboração com a Orquestra Sinfónica, tendo revelado as suas extraordinárias capacidades musicais e o seu à vontade em repertórios muito variados, desde os clássicos aos românticos, passando por excelentes prestações nas mais exigentes obras contemporâneas”, acrescentou.
António Jorge Pacheco deixou ainda uma palavra para Brönnimann, cujo mandato termina no final do ano, e que teve “um papel determinante no desenvolvimento artístico da orquestra”, seguindo-se agora uma “escolha óbvia, quer para a direção artística quer para os próprios músicos”.
O novo diretor musical da Sinfónica explicou, citado pela Casa da Música, que as colaborações anteriores com os músicos que integram o agrupamento deixaram-no “impressionado não apenas pelas qualidades, mas principalmente pela motivação e entusiasmo com que tocam”.
“Estou convencido de que juntos alcançaremos muito. Para além dos músicos, a equipa que trabalha ‘nos bastidores’, liderada por António Jorge Pacheco, é também um excelente parceiro na concretização de uma programação já enriquecedora e inovadora”, reforçou.
O maestro natural de Berna afirmou ainda ver esta como uma “nova jornada emocionante” que será vivida “numa cidade tão única e maravilhosa”, no que será o terceiro cargo de diretor principal de um grupo, o primeiro após ter sido diretor geral de música em Bona, entre 2008 e 2016.
Ali, assumiu a batuta da Orquestra Beethoven de Bona e da Ópera de Bona, levando o grupo a várias digressões internacionais, da China aos Estados Unidos, e a um trabalho discográfico que mereceu vários prémios, tanto com a ópera como em gravações de Respighi, Schoenberg, Franz Schmidt, Bruckner ou Beethoven, com a sinfónica.
Nascido em 1964, Blunier estudou piano, trompa, composição e direção de orquestra em Berna e na Escola Superior Folkwang, em Essen, cidade alemã em que fundou o Ensemble para Nova Música, antes de se tornar diretor musical e maestro titular em Darmstadt, cargo que ocupou entre 2001 e 2008.
Antes, já tinha sido maestro associado em Mannheim, numa carreira marcada por vários trabalhos aclamados enquanto maestro convidado ao longo das últimas duas décadas.
Como maestro convidado, trabalhou com grande parte das sinfónicas alemãs, mas também a Sinfónica da BBC Escócia, a Sinfónica da Irlanda, vários grupos japoneses, de Osaka a Tóquio ou a Orquestra da Rádio Norueguesa.
No campo da ópera, trabalhou nas principais cidades alemãs, de Berlim a Leipzig, Estugarda, Munique ou Hamburgo, mas também Oslo, Londres ou Montpellier, mantendo um interesse em reportório do final do século XIX e início do século XX.
Ainda assim, tem trabalhado também obras contemporâneas e chefiou, por exemplo, a estreia alemã de “L’amour de loin”, ópera de 2000 da finlandesa Kaija Saariaho, então durante o período tutelar em Darmstadt.
ARTE & CULTURA
PAUL MCCARTNEY PEDE AO GOVERNO PARA PROTEGER ARTISTAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.
O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.
Numa entrevista à BBC, o cantor e compositor britânico, de 82 anos, alertou que os músicos podem ser “despojados” das suas criações e voltou a criticar o projeto do Governo trabalhista que prevê alterações à legislação sobre direitos de autor.
Entre as propostas está “uma exceção aos direitos de autor” para treinar modelos de IA com fins comerciais, cujo projeto ofereceria aos criadores a possibilidade de “reservar os seus direitos”.
Paul McCartney, que manteve uma carreia praticamente a solo após a dissolução oficial dos Beatles, em 1970, sustenta que, com essa reforma, os artistas perderão o controlo sobre as suas obras.
“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os proprietários dela”, disse.
Pior ainda, “qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, denunciou.
“A verdade é que o dinheiro irá para algum lado. Alguém será pago. Não deverá ser o tipo que escreveu ‘Yesterday’?”, um dos temas mais conhecidos dos The Beatles, composto por Paul McCartney (creditada a Lennon/McCartney), gravada em 1965 para o álbum “Help!”, questionou.
“Se apresentarem um projeto de lei, assegurem-se de que protegem os pensadores e os artistas, caso contrário, não terão o seu apoio. Somos o povo, vocês são o Governo. É suposto que nos protejam. Esse é o vosso trabalho”, reforçou McCartney.
O Governo britânico anunciou que aproveitará o período de consulta pública, que decorre até 25 de fevereiro, para explorar os principais pontos do debate, incluindo a forma como os criadores poderão obter licenças e ser remunerados pela utilização das suas obras.
Questionada sobre estas propostas numa entrevista à BBC, a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, garantiu que “quer apoiar os artistas” e fará “tudo para que os direitos de autor sejam respeitados”.
Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros sobreviventes dos Beatles (George Harrison morreu em novembro de 2001), usaram a IA para extrair a voz de John Lennon, assassinado em 1980 em Nova Iorque, de uma canção inacabada com várias décadas, intitulada “Now and Then”.
“Eu acho que a IA é fantástica e pode fazer muitas coisas incríveis”, admitiu Paul McCartney.
“No entanto, a IA não deve despojar os criadores. Isso não faz sentido”, concluiu.
ARTE & CULTURA
PORTO: SERRALVES RECEBE 37 OBRAS CONTEMPORÂNEAS DA COLEÇÃO DUERCKHEIM
A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.
A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.
Em comunicado, a Fundação de Serralves anunciou que vai receber, neste âmbito, o depósito de peças de Darren Almond, Georg Baselitz, Isaak Brodsky, Roman Buxbaum, Jake e Dinos Chapman, Theaster Gates, Gilbert & George, Antony Gormley, Damien Hirst, Zhang Huan, Stefan Hunstein, Anselm Kiefer, Michael Landy, Mamedov, Haralampi Oroschakoff, Sam Taylor-Wood, Matthias Wähner, Cerith Wyn Evans e Remy Zaugg.
O acordo inclui a doação de “Dat rosa miel apibus”, de Anselm Kiefer.
“É com grande alegria que Serralves recebe em depósito esta extraordinária coleção reunida ao longo de décadas de dedicação à arte pelo Conde Duerckheim. Este é um momento de grande importância para Serralves, e o acordo representa o reconhecimento da capacidade da Fundação para atrair e acolher as maiores coleções internacionais de arte contemporânea”, disse a presidente do conselho de administração da fundação, Ana Pinho, citada no mesmo comunicado.
De acordo com Serralves, o acordo foi possível graças à influência de Nuno Luzio, que deu a ideia ao Conde Christian Duerckheim, algo saudado por ambas as partes.
“Tendo estado fora de Portugal durante mais de 20 anos, Nuno Luzio demonstra o poder da diáspora portuguesa e o bem maior que podem fazer pelo seu país”, afirmou Ana Pinho.
Nascido em 1944 na região alemã da Saxónia, o industrial Christian Duerckheim viveu em Londres na década de 1960 e tornou-se num dos “mais significativos colecionadores da Europa”, como escreveu o jornal britânico The Guardian, em 2013, aquando de uma doação de 34 desenhos de artistas alemães modernos e de mais 60 trabalhos ao British Museum.
Em 2011, Duerckheim vendeu cerca de 80 obras através da leiloeira Sotheby’s por um valor recorde de mais de 100 milhões de libras, segundo notícias publicadas então pela imprensa especializada.
Na altura, ao New York Times, Christian Duerckheim afirmou que sempre quis ver a arte do seu tempo, enquanto alguém interessado em história que ficou obcecado com a arte do seu próprio país depois de ver uma obra de Georg Baselitz em 1970.
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