ECONOMIA & FINANÇAS
TRÁFEGO AÉREO EM PORTUGAL SUPERA EM 2023 NÍVEIS PRÉ-PANDEMIA
O número de voos controlados pela NAV Portugal no espaço aéreo português superou em 2023, pela primeira vez, os registos do ano pré-pandémico de 2019, com um total de 852.700 voos, anunciou hoje a empresa.
O número de voos controlados pela NAV Portugal no espaço aéreo português superou em 2023, pela primeira vez, os registos do ano pré-pandémico de 2019, com um total de 852.700 voos, anunciou hoje a empresa.
Face a 2022, o total de movimentos controlados pela NAV no ano passado cresceu 11,9%, o equivalente a mais 90.500 voos, estabelecendo um novo recorde de tráfego aéreo gerido pela empresa. Em 2019, ano de referência pré-pandemia, tinham sido controlados 816.300 voos.
“O tráfego no ano passado marca assim a saída definitiva do período de quebras acentuadas no tráfego aéreo resultantes da pandemia, mas também um novo recorde de tráfego gerido pelos profissionais da NAV Portugal”, destaca a empresa de navegação aérea em comunicado.
Citado no documento, o presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal, Pedro Ângelo, afirma que “a superação dos valores de 2019 confirma a retoma acentuada do tráfego após os difíceis anos da pandemia”, destacando que o novo recorde de tráfego aéreo registado no ano passado antecipa “em vários anos as projeções de tráfego da indústria, sem descurar os elevados níveis de segurança e eficiência, fundamentais para a indústria da aviação”.
Segundo a NAV Portugal, o aumento do total de movimentos controlados em 2023 foi particularmente sentida na região de informação de voo (RIV) de Santa Maria, com uma subida de 14%. Já na RIV de Lisboa foram controlados 672.000 voos em 2023, um crescimento de 11,4% em comparação com 2022.
Em todas as 10 torres de controlo da NAV o tráfego (IFR) superou ou igualou os níveis de 2019, destacando-se as torres situadas nas ilhas das Flores, Horta e Madeira, cujo tráfego ficou 40,8%, 33,3% e 31,6% acima dos valores de 2019, respetivamente.
Já em relação às duas torres com maior tráfego, as equipas da NAV Portugal na Torre de Lisboa controlaram no ano passado 226.600 voos, um crescimento de 12,2% em comparação com 2022 e de 2,5% face a 2019, enquanto no Porto a torre de controlo geriu perto de 108.000 movimentos, mais 10,9% em relação a 2022 e mais 5,6% que em 2019.
Em 25 anos de atividade, a NAV conta com um registo de mais de 14 milhões de voos controlados.
A NAV é o prestador de serviços de navegação aérea no espaço aéreo sob responsabilidade de Portugal, que está dividido em duas regiões: A Região de Informação de Voo (RIV) de Lisboa, com 671.000 quilómetros quadrados (km2), abarcando Portugal Continental e o arquipélago da Madeira; e a Região de Informação de Voo de Santa Maria, com 5,18 milhões de km2, que inclui uma vasta área do Oceano Atlântico Norte e o arquipélago dos Açores.
A NAV conta com uma equipa de cerca de 1.000 técnicos qualificados que asseguram a segurança de passageiros e aviões 24 horas por dia, 365 dias por ano.
Além dos centros de controlo de tráfego aéreo de Lisboa e Santa Maria, a NAV gere as Torres de Controlo de Lisboa, Porto, Faro, Funchal, Porto Santo, Santa Maria, Ponta Delgada, Horta, Flores e Cascais.
ECONOMIA & FINANÇAS
SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).
Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.
Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.
Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.
Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.
Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.
Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.
Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.
Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.
No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.
Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.
O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).
A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.
Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.
ECONOMIA & FINANÇAS
ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).
“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.
Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.
O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.
No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.
O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.
Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.
A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.
De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.
O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.
O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.
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