INTERNACIONAL
TURISMO: UM “TRUQUE” DE BURLA À MODA INGLESA
É um truque que fez estalar o verniz entre Espanha e Inglaterra. Vários turistas ingleses simulam problemas gástricos para receberem avultadas indemnizações dos hotéis, num esquema que já custou mais de 60 milhões de euros.
É um truque que fez estalar o verniz entre Espanha e Inglaterra. Vários turistas ingleses simulam problemas gástricos para receberem avultadas indemnizações dos hotéis, num esquema que já custou mais de 60 milhões de euros.
A Confederação Espanhola de Hotéis e Alojamentos Turísticos denunciou esta situação no seu site oficial, em maio. “A paciência da indústria hoteleira espanhola está a chegar ao fim”, pode ler-se na nota. Estima-se que cerca de 90% das reclamações feitas pelos turistas que chegam de Inglaterra são fraudulentas e comportam elevados custos para os hotéis.
Segundo o “El Pais”, os requisitos para apresentar este tipo de reclamação são praticamente nulos. Não é preciso nenhum relatório médico e os queixosos têm até três anos para reclamar. Para evitar os avultados custos judiciais inerentes a este tipo de processo, os operadores turísticos optam por reembolsar os turistas. Em 2016, o número de queixas aumentou cerca de 700 por cento, sendo que a maioria foi feita já em solo britânico, de forma a evitar qualquer contacto com médicos espanhóis.
No passado mês de junho, a polícia de Maiorca deteve mesmo um casal por alegadamente estar relacionado com uma empresa de advogados que promove este tipo de queixas. Nas redes sociais, há mesmo imagens de carrinhas que são colocadas junto aos hotéis para facilitar a apresentação de reclamações.
Governo inglês atento à polémica:
O caso não passou ao lado do governo britânico, que está preocupado com a possibilidade dos preços dos quartos para turistas ingleses aumentarem, devido às falsas reclamações. Espanha faz parte dos países que recebem mais turistas britânicos no verão, tal como Portugal, onde já este ano um grupo de pessoas, que voou desde Inglaterra até ao Algarve, provocou desacatos nas ruas de Albufeira e no aeroporto de Faro.
No domingo, o ministro da justiça, David Lidington, reagiu através de uma nota publicada pelo seu gabinete: “A nossa mensagem para todos aqueles que fazem reclamações falsas de doenças é clara. Os seus atos são prejudiciais e não os vamos tolerar”.
Esta posição vai na mesma linha da tomada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. “Houve um aumento de casos de turistas que estão a ser encorajados a submeterem queixas de doenças gástricas no seu período de férias. Só deve fazer uma reclamação deste tipo se sofreu genuinamente alguma lesão ou doença”, pode ler-se no site oficial deste ministério, liderado por Boris Johnson.
No entanto, a primeira-ministra, Theresa May, citada na edição de domingo do “The Mail”, explicava que “os veraneantes que respeitam as normas não devem pagar mais do que merecido”, em resposta às ameaças de aumento de preços feitas por várias cadeias hoteleiras espanholas.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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