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ARTE & CULTURA

VILA DO CONDE: FESTIVAL CURTAS-METRAGENS COM MAIS DE 200 FILMES DE 12 A 21 DE JULHO

A 32.ª edição do festival internacional de cinema Curtas Vila do Conde, dedicado sobretudo a curtas metragens, vai exibir 239 filmes de 12 a 21 de julho com três obras portuguesas que passaram em Cannes entre os destaques.

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A 32.ª edição do festival internacional de cinema Curtas Vila do Conde, dedicado sobretudo a curtas metragens, vai exibir 239 filmes de 12 a 21 de julho com três obras portuguesas que passaram em Cannes entre os destaques.

As honras da sessão de abertura cabem a um cineconcerto de João Gonzalez, que revisita a filmografia anterior, incluindo “Ice Merchants”, a curta de animação de 2022 premiada em Cannes e a primeira obra cinemática portuguesa nomeada aos Óscares, pelas 20:00 de sexta-feira.

O realizador tem passado pelo Curtas desde 2017, com “The Voyager”, um dos filmes que serão exibidos nesta sessão, ao lado de “Nestor”, “Le ravissement de Frank N. Stein”, “Father and Daughter” e “Goodbye Jérôme”, com uma banda sonora alternativa tocada ao vivo pelo próprio cineasta.

Daí, o festival embarca para 83 sessões que mostrarão os 239 filmes do programa oficial, de 45 países, a que se juntam três aulas, nove conversas e outros destaques da programação paralela.

As competições voltam a estar divididas pelas categorias Nacional, Internacional, Experimental, Take One!, My Generation, Curtinhas e Vídeos Musicais.

O festival tem trazido, em média, cerca de 25 mil espectadores por edição, segundo a organização, e este ano apresenta vários regressos nas várias secções, bem como primeiras obras e participações de valores emergentes do cinema internacional e nacional.

Na competição nacional estão trabalhos de Isadora Neves Marques, Inês Lima e Daniel Soares, depois da estreia mundial no festival de Cannes, com Patrícia Neves Gomes, Maria Trigo Teixeira e Margarida Assis entre as estreias.

De regresso estão Margarida Vila-Nova e também a dupla Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, com a curta “Percebes”, já premiada no festival de animação de Annecy, um dos maiores do género.

Na secção internacional, Corina Schwingruber Ilic marca presença pela quarta vez, com “Been There”, numa lista que inclui duas obras premiadas em Roterdão, “Few Can See”, de Frank Sweeney, e “Workers’ Wings”, de Ilir Hasanaj, além de “Making Babies”, de Eric K. Boulianne, distinguido em Locarno, e “The Man Who Could Not Remain Silent”, de Nebojsa Slijepcevic, em Cannes.

Elena López Riera, que venceu o grande prémio do Curtas em 2019 e teve um programa a si dedicado no ano seguinte neste festival, regressa com o documentário “Las Novias del Sur”.

O júri das competições internacional e nacional é composto pela cineasta espanhola Laura Ferrés, a programadora Jing Haase, a montadora Laure Saintmarc, o programador Miguel Ribeiro e a também programadora Caroline Maleville.

Numa das atividades do certame, uma performance musical junta a banda HHY & The Macumbas ao coletivo Lunar Ring, onde os ambientes visuais serão gerados através de imagens criadas, no momento, por inteligência artificial.

“[A IA] faz parte do presente e teremos de viver com ela no futuro. Vamos ter de aprender utilizar e dosear esta tecnologia. Fará parte das nossas vidas e também da criação na área do cinema. Vamos crescer, apreender, refletir e perceber se fará, ou não, parte da vida deste festival”, partilhou Nuno Rodrigues, um dos fundadores e organizadores do Curtas, durante a apresentação do festival.

A secção Stereo, dedicada à ligação do cinema à música, contará ainda com a estreia nacional de “A Pedra Sonhar Dar Flor”, do realizador Rodrigo Areias, baseado na obra de Raúl Brandão e musicado ao vivo por Dada Garbeck, no domingo.

Fora do Teatro Municipal de Vila do Conde, no caso na Casa de Xisto, nota para a atuação de Lula Pena, no dia 17, dois dias antes de, já no teatro, os músicos Filipe Melo e João Pereira se juntarem à atriz Beatriz Batarda para uma criação em torno de “La Jetée”, de Chris Marker.

A Solar — Galeria de Arte Cinemática inaugura no sábado a exposição “Efforts of Nature IV”, do artista e escritor londrino Morgan Quaintance, um dos autores em destaque no festival.

A par de Quaintance, nota para o foco no trabalho da espanhola Laura Ferrés, a retrospetiva integral do trabalho de Alberto Vázquez e a estreia nacional da longa do grego Yorgos Zois, “Arcadia”.

No campo dos convidados, o principal destaque vai para a presença do francês Bertrand Mandico, realizador que tem aqui um foco com grande parte das suas curtas em exibição, bem como uma carta branca para programar filmes que o influenciaram – a seleção vai de Federico Fellini a Tony Hill e Bogdan Dziworski.

A par de três longas metragens exibidas com a participação da atriz, Elina Löwensohn estará também em Vila do Conde para uma conversa com o realizador, em formato entrevista.

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PAUL MCCARTNEY PEDE AO GOVERNO PARA PROTEGER ARTISTAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

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O ex-Beatle Paul McCartney apelou hoje ao Governo britânico para reforçar a proteção dos artistas contra a inteligência artificial (IA), numa altura em que o executivo considera uma reforma da lei dos direitos de autor.

Numa entrevista à BBC, o cantor e compositor britânico, de 82 anos, alertou que os músicos podem ser “despojados” das suas criações e voltou a criticar o projeto do Governo trabalhista que prevê alterações à legislação sobre direitos de autor.

Entre as propostas está “uma exceção aos direitos de autor” para treinar modelos de IA com fins comerciais, cujo projeto ofereceria aos criadores a possibilidade de “reservar os seus direitos”.

Paul McCartney, que manteve uma carreia praticamente a solo após a dissolução oficial dos Beatles, em 1970, sustenta que, com essa reforma, os artistas perderão o controlo sobre as suas obras.

“Os jovens podem escrever uma bela canção, mas podem acabar por não ser os proprietários dela”, disse.

Pior ainda, “qualquer pessoa poderá apropriar-se dessa canção”, denunciou.

“A verdade é que o dinheiro irá para algum lado. Alguém será pago. Não deverá ser o tipo que escreveu ‘Yesterday’?”, um dos temas mais conhecidos dos The Beatles, composto por Paul McCartney (creditada a Lennon/McCartney), gravada em 1965 para o álbum “Help!”, questionou.

“Se apresentarem um projeto de lei, assegurem-se de que protegem os pensadores e os artistas, caso contrário, não terão o seu apoio. Somos o povo, vocês são o Governo. É suposto que nos protejam. Esse é o vosso trabalho”, reforçou McCartney.

O Governo britânico anunciou que aproveitará o período de consulta pública, que decorre até 25 de fevereiro, para explorar os principais pontos do debate, incluindo a forma como os criadores poderão obter licenças e ser remunerados pela utilização das suas obras.

Questionada sobre estas propostas numa entrevista à BBC, a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, garantiu que “quer apoiar os artistas” e fará “tudo para que os direitos de autor sejam respeitados”.

Em novembro de 2023, McCartney e Ringo Starr, os membros sobreviventes dos Beatles (George Harrison morreu em novembro de 2001), usaram a IA para extrair a voz de John Lennon, assassinado em 1980 em Nova Iorque, de uma canção inacabada com várias décadas, intitulada “Now and Then”.

“Eu acho que a IA é fantástica e pode fazer muitas coisas incríveis”, admitiu Paul McCartney.

“No entanto, a IA não deve despojar os criadores. Isso não faz sentido”, concluiu.

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PORTO: SERRALVES RECEBE 37 OBRAS CONTEMPORÂNEAS DA COLEÇÃO DUERCKHEIM

A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

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A Fundação de Serralves, no Porto, assinou um acordo para receber em depósito 37 obras de 19 artistas provenientes da Coleção Duerckheim, que prevê ainda a doação de uma peça de Anselm Kiefer à instituição portuguesa.

Em comunicado, a Fundação de Serralves anunciou que vai receber, neste âmbito, o depósito de peças de Darren Almond, Georg Baselitz, Isaak Brodsky, Roman Buxbaum, Jake e Dinos Chapman, Theaster Gates, Gilbert & George, Antony Gormley, Damien Hirst, Zhang Huan, Stefan Hunstein, Anselm Kiefer, Michael Landy, Mamedov, Haralampi Oroschakoff, Sam Taylor-Wood, Matthias Wähner, Cerith Wyn Evans e Remy Zaugg.

O acordo inclui a doação de “Dat rosa miel apibus”, de Anselm Kiefer.

“É com grande alegria que Serralves recebe em depósito esta extraordinária coleção reunida ao longo de décadas de dedicação à arte pelo Conde Duerckheim. Este é um momento de grande importância para Serralves, e o acordo representa o reconhecimento da capacidade da Fundação para atrair e acolher as maiores coleções internacionais de arte contemporânea”, disse a presidente do conselho de administração da fundação, Ana Pinho, citada no mesmo comunicado.

De acordo com Serralves, o acordo foi possível graças à influência de Nuno Luzio, que deu a ideia ao Conde Christian Duerckheim, algo saudado por ambas as partes.

“Tendo estado fora de Portugal durante mais de 20 anos, Nuno Luzio demonstra o poder da diáspora portuguesa e o bem maior que podem fazer pelo seu país”, afirmou Ana Pinho.

Nascido em 1944 na região alemã da Saxónia, o industrial Christian Duerckheim viveu em Londres na década de 1960 e tornou-se num dos “mais significativos colecionadores da Europa”, como escreveu o jornal britânico The Guardian, em 2013, aquando de uma doação de 34 desenhos de artistas alemães modernos e de mais 60 trabalhos ao British Museum.

Em 2011, Duerckheim vendeu cerca de 80 obras através da leiloeira Sotheby’s por um valor recorde de mais de 100 milhões de libras, segundo notícias publicadas então pela imprensa especializada.

Na altura, ao New York Times, Christian Duerckheim afirmou que sempre quis ver a arte do seu tempo, enquanto alguém interessado em história que ficou obcecado com a arte do seu próprio país depois de ver uma obra de Georg Baselitz em 1970.

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