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VITÓRIA DE SETÚBAL: INVESTIGAÇÃO DA FPF PODE DITAR A DESPROMOÇÃO

Depois da reportagem: VITÓRIA DE SETÚBAL: OS ESTRANHOS NEGÓCIOS SADINOS, a Federação Portuguesa de Futebol, atenta aos fortes indícios revelados, instaurou um processo de inquérito por despacho do próprio José Manuel Meirim, Presidente do Conselho de Disciplina. O processo segue agora para a comissão de instrutores que analisará as relações contratuais entre o Vitória Futebol Clube (VFC) e o atleta Kgaogelo Sekgota (Kigi).

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Depois da reportagem VITÓRIA DE SETÚBAL: OS ESTRANHOS NEGÓCIOS SADINOS a Federação Portuguesa de Futebol, atenta aos fortes indícios revelados, instaurou um processo de inquérito por despacho do próprio José Manuel Meirim, Presidente do Conselho de Disciplina. O processo segue agora para a comissão de instrutores que analisará as relações contratuais entre o Vitória Futebol Clube (VFC) e o atleta Kgaogelo Sekgota (Kigi).

Também o Sindicato dos Jogadores de Futebol Profissional, diz estar analisar o caso, embora não tendo prestado por enquanto quaisquer declarações.

O Vitória Futebol Clube é alvo de fortes críticas de empresários, atletas e funcionários por alegadas dívidas em incumprimento após três PER (processos especiais de revitalização).

O caso “Kigi” é mais uma polémica no denso turbilhão de acusações dirigidas ao clube sadino. São os próprios agentes do atleta que acusam directamente o Vitória Futebol Clube de terem “falsificado” documentos, denunciando um “sofisticado sistema” que, segundo os agentes do atleta, envolverá o próprio Vítor Hugo Valente, Rodolfo Vaz e José Condeças, directores da VFC SAD como responsáveis.

A Rádio Regional que teve acesso aos documentos alvo da investigação, apurou que o Vitória de Setúbal é agora investigado por violação dos artigos 91 e 134 do Regulamento de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.

O QUE DIZ O ARTIGO 91 e 134:

O Regulamento Disciplinar da Federação Portuguesa de Futebol, aplicável à jurisdição portuguesa não deixa dúvidas, sanciona com “derrota” (perda de pontos) dos jogos em que haja utilização de jogadores com inscrições irregulares;

“O clube que, nos procedimentos relativos à celebração, alteração ou extinção de contrato ou compromisso desportivo, ou em relação a qualquer documento desportivo oficialmente relevante, designadamente documentos e prestação de declarações em atos de inscrição de agentes desportivos, atue simuladamente ou em fraude ao estabelecido na Lei, regulamentos desportivos ou contratação coletiva, ou preste falsas declarações em processo de registo, nomeadamente por conferir estatuto diverso do acordado, é sancionado com derrota nos jogos em que os agentes desportivos em causa tenham constado da ficha técnica e cumulativamente com multa entre 10 e 20 UC”, lê-se no Regulamento Disciplinar da FPF.

Já o artigo 134 vai punir os dirigentes de clubes que recorram a falsificação ou adulteração de documentos perante da Federação Portuguesa de Futebol, como se pode ler;

O dirigente de clube que preste falsas declarações, falsifique documento ou apresente documento sabendo que o mesmo é falsificado junto da FPF ou que atue simuladamente ou em fraude ao estabelecido na Lei, regulamentos desportivos ou contratação coletiva, é sancionado com suspensão de 6 meses a 3 anos e cumulativamente com multa entre 10 e 20 UC.”, lê-se no Regulamento Disciplinar da FPF.

O CASO KGAOGELO SEKGOTA (KIGI):

O atleta Kgaogelo Sekgota (Kigi) é um jovem nascido em 1997 na África do Sul. Em 2018, veio da Lituânia para Portugal atrás do sonho de ser um grande futebolista depois de jogar no Stumbras FC (um clube da Lituânia). Talento não lhe falta, é na velocidade e “tecnicidade” que ele promete destacar-se. Representado até 1 de Julho pela filial Portuguesa da Soccer Features Limited.

São os próprios agentes do clube que acusam directamente o Vitória Futebol Clube de terem “falsificado” a inscrição do atleta, denunciando um “sofisticado sistema” que, segundo os agentes do atleta, envolverá o próprio Vítor Hugo Valente, Rodolfo Vaz e José Condeças, directores da VFC SAD como responsáveis.

A Rádio Regional teve acesso a dois contratos de trabalho entre o atleta “Kigi” e o Vitória Futebol Clube, mas estranho é que existe um terceiro contrato, diferente dos anteriores, sendo que os agentes não reconhecem esse contrato como verdadeiro.

Dos documentos que a Rádio Regional dispõe, há dois contratos com os seguintes termos:

CONTRATO DE TRABALHO DESPORTIVO: Assinado em 15-10-2018, válido entre 15-10-2018 e 30-06-2020; para a categoria SUB-23. Como se pode ver no contrato a que a Rádio Regional teve acesso;

CONTRATO DE TRABALHO ENTRE CLUBES E JOGADORES SUB-23: Assinado em 16-01-2019, válido entre 16/01/2019 e 30/06/2019; para a categoria SUB-23. Como se pode ver no contrato a que a Rádio Regional teve acesso;

Mas fonte da Rádio Regional assegura que existe um terceiro contrato, também na posse da Rádio Regional:

CONTRATO DE TRABALHO ENTRE CLUBES E JOGADORES PROFISSIONAIS: assinado a 16 de Janeiro de 2019 e válido entre 16-01-2019 e 30-06-2021. Analisado ao detalhe, percebe-se que um contrato assinado em 16/01/2019 tem assinatura reconhecida em 18/10/2018, e dele não consta uma da partes contratuais (os agentes do atleta, que também desconhecem o documento que constará nos registos de inscrição do jogador), o que faz levantar sérias e fundadas dúvidas.

A Rádio Regional sabe que tanto a Federação Portuguesa de Futebol como a Liga Portuguesa de Futebol estão a investigar o caso, mas ambas, contactadas pelo Rádio Regional, optaram por não prestar declarações.

Esse mesmo atleta foi usado em alguns jogos, entre os quais, em 12 de maio de 2019. contra o Desportivo de Chaves, jornada 33 da Primeira Liga 2018/2019. O atleta Kgaogelo Sekgote “Kigi” figurou com a camisola número 26, como suplente mas entrou em jogo aos 68 minutos. O jogo, realizado em Chaves, terminou com a vitória do Vitória Futebol Clube por 1-2 com golos de Allef aos 6 minutos e Fréderic Mendy aos 15 minutos e com o Chaves a reduzir aos 68 minutos por golo de Bruno Gallo.

Na fotografia, Kigi, o reforço do VFC anunciado em Janeiro de 2019, no jogo frente ao Chaves, cuja vitória pertenceu aos sadinos.

Até à hora da publicação desta reportagem, o presidente do VFC, Vítor Hugo Valente, declinou todos os pedidos de esclarecimentos sobre estes e outros casos, que a Rádio Regional vai continuar a investigar

 

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