CIÊNCIA & TECNOLOGIA
WHATSAPP GRÁTIS SEM SUBSCRIÇÃO
A aplicação vai abandonar o modelo de subscrição que obrigava os utilizadores a pagar 99 cêntimos por ano, tornando-se assim completamente gratuito. Lê aqui o resto …
A aplicação vai abandonar o modelo de subscrição que obrigava os utilizadores a pagar 99 cêntimos por ano, tornando-se assim completamente gratuito.
Até aqui, os mais de 900 milhões de utilizadores do WhatsApp tinham de pagar anualmente à empresa homónima cerca de 99 cêntimos, uma taxa cujo fim o CEO da aplicação, Jan Koum, anunciou esta segunda-feira, na conferência DLD em Munique.
Em vez de cobrar aos utilizadores uma subscrição anual, o WhatsApp vai focar a monetização da app através da criação de parcerias com empresas, isto é, à semelhança do Messenger, a aplicação vai passar a ser um veículo de comunicação das empresas com os seus clientes para, por exemplo, estes receberem notificações relativas a atrasos nos voos, fazerem reservas de restaurantes ou obterem alertas por uso indevido de um cartão bancário.
“Cerca de mil milhões de pessoas em todo o mundo usam o WhatsApp para estar em contacto com os seus amigos e familiares. Desde um recém-pai na Indonésia a partilhar fotos com a sua família, a um estudante em Espanha a reencontrar-se com os amigos da terra natal, ou um médico no Brasil a manter o contacto com os seus pacientes, as pessoas confiam no WhatsApp por ser rápido, simples e fiável”, lê-se no comunicado entretanto lançado no blogue oficial da empresa.
O WhatsApp quer quer as comunicações com os negócios sejam tão fáceis como as comunicações com familiares e amigos, disse o CEO em Munique.
Contudo, a nova estratégia está ainda em fase embrionária e a empresa está apenas a comunicar as suas intenções para o futuro. Um futuro que passa, todavia, por manter o WhatsApp livre dos habituais anúncios.
Em 2014, o Facebook comprou a empresa responsável pelo WhatsApp por 19 mil milhões de dólares, garantindo manter o serviço independente – uma promessa que tem cumprido.
Koum explica que a rede social de Mark Zuckerberg tem ajudado o WhatsApp a crescer e a tornar-se um melhor produto ao longo dos últimos meses.
A decisão de abandonar o modelo de subscrição foi tomada em conjunto pelas duas empresas e prendeu-se, sobretudo, com o facto de este funcionar como um atrito para o crescimento da app.
“É difícil as pessoas pagarem, especialmente se não têm cartões de crédito ou contas bancárias. Não queremos que pensem que o seu contacto com o mundo pode ser cortado por causa disso”, afirma Koum.
O facto de o WhatsApp pertencer ao Facebook significa, na prática, que a app beneficia da infraestrutura técnica da maior rede social do mundo, incluindo o sistema de distribuição e armazenamento de conteúdo multimédia.
Tratar de fotos e vídeo é especialidade do Facebook, o que, na prática, significa um WhatsApp mais rápido. “Não temos de gerir milhares de máquinas e contratar 20 engenheiros”, acrescentou.
Ao longo das próximas semanas, o WhatsApp vai remover a obrigação de pagar 99 cêntimos por ano, depois de um primeiro ano gratuito, das várias versões da sua app.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
O MANTO DA TERRA É MENOS MISTURADO DO QUE SE PENSAVA – ESTUDO
Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.
Um estudo sismológico indica que as duas enormes ‘ilhas’ existentes sob a superfície da Terra estão a uma temperatura mais elevada do que o material circundante, indicando que o manto da Terra é menos misturado do que se pensava.
Ambas as ‘ilhas’ foram descobertas no final do século passado. Os investigadores definem-nas como dois “supercontinentes” localizados entre o núcleo e o manto da Terra: um sob África e o outro sob o Oceano Pacífico, ambos a mais de 2000 quilómetros abaixo da superfície da Terra.
“Estas duas grandes ilhas estão rodeadas por uma espécie de ‘cemitério’ de placas tectónicas que foram transportadas para lá por um processo de subducção, em que uma placa submerge sob outra e se afunda da superfície da Terra até uma profundidade de quase 3.000 quilómetros”, realçou Arwen Deuss, sismóloga da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, e uma das autoras do estudo publicado na quarta-feira na revista Nature.
Até agora, os modelos sísmicos utilizavam apenas velocidades de onda para distinguir a composição e as características térmicas de diferentes partes da estrutura interna da Terra.
A investigação atual combinou as velocidades das ondas com uma técnica chamada “observações de atenuação” que permitiu o estudo do interior da Terra em três dimensões, algo “fundamental para compreender a evolução da composição” do manto, apontaram os autores.
A nova técnica permitiu-lhes “obter uma visão do interior do planeta, semelhante à que os médicos obtêm do corpo humano através dos raios X”.
Os resultados indicaram que, quando atingem estas ‘ilhas’ interiores do tamanho de continentes, as ondas abrandam porque a temperatura é mais elevada.
Ao estudar a composição dos minerais no manto, os investigadores descobriram também que o tamanho dos grânulos minerais nestas ‘ilhas’ gigantes é visivelmente maior do que nas placas tectónicas ‘mortas’ que as rodeiam.
“Estes grânulos minerais não crescem de um dia para o outro, o que só pode significar uma coisa: são muito maiores, mais rígidos e, por isso, mais antigos do que os cemitérios de camadas mortas circundantes. Isto indica que as ‘ilhas’ não participam no fluxo no manto terrestre”, explicou outra autora, Sujania Talavera-Soza, da mesma universidade.
“Ao contrário do que nos ensinam os livros de geografia, o manto também não pode ser bem misturado. Há menos fluxo no manto terrestre do que pensamos”, acrescentou Talavera-Soza.
O conhecimento do manto terrestre é essencial para compreender a evolução do planeta e de outros fenómenos à superfície da Terra, como os vulcões e a formação de montanhas.
Para este tipo de investigação, os sismólogos aproveitam as oscilações provocadas por fortes sismos que ocorrem a grandes profundidades, como o que ocorreu na Bolívia em 1994 — 650 quilómetros abaixo da superfície — sem causar danos ou vítimas, e a descrição matemática da força destas oscilações.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
UNIVERSIDADE DE COIMBRA LANÇA LIVRO PARA IDENTIFICAÇÃO DE ABELHAS DE PORTUGAL
A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.
A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lançou um livro técnico para identificação de géneros de abelhas de Portugal.
A obra “Chaves Dicotómicas dos Géneros de Abelhas de Portugal. Hymenoptera: Anthophila”, uma adaptação e tradução de “Key to the Genera of European Bees (Hymenoptera: Anthophila)”, é o primeiro a ser publicado sobre o tema para Portugal e em português, revelou a FCTUC, em nota enviada à agência Lusa.
Produzido no âmbito dos projetos PolinizAÇÃO e EPIC-Bee, em colaboração com a Imprensa da Universidade de Coimbra, o livro já está disponível para ‘download’ gratuito.
“Desenvolvido como uma ferramenta para a identificação de géneros de abelhas, o livro destina-se principalmente a um público académico e técnico, constituindo um marco significativo no campo da entomologia e um contributo valioso para a conservação dos insetos polinizadores”, referiu a FCTUC.
A produção do livro técnico contou com o envolvimento de investigadores do FLOWer Lab do Centro de Ecologia Funcional e do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, nomeadamente Hugo Gaspar, Sílvia Castro e João Loureiro.
“Este livro preenche uma lacuna de décadas na investigação sobre as abelhas selvagens em Portugal, uma vez que atualiza o conhecimento e aproxima-o da comunidade entomológica nacional através da adaptação e tradução para a língua portuguesa”, afirmou o entomólogo e aluno de doutoramento da FCTUC, Hugo Gaspar.
O trabalho “será extremamente útil não só para investigadores que trabalham no estudo e conservação de polinizadores, mas também para estudantes, naturalistas e para todos os que tiverem interesse em aprender sobre a identificação de abelhas”, acrescentou.
A obra contou também com a colaboração do investigador da Universidade do Porto, José Grosso-Silva, e da equipa de investigadores ligada ao Laboratório de Zoologia da Universidade de Mons (Bélgica), através dos projetos europeus Spring, Orbit e Epic-Bee.
A FCTUC declarou que este lançamento reforça o compromisso da Universidade de Coimbra em promover a ciência e desenvolver ferramentas de apoio à investigação científica e ao conhecimento sobre biodiversidade.
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