INTERNACIONAL
10% DA POPULAÇÃO MUNDIAL CONSOME ALIMENTOS EM MAU ESTADO – DOENÇAS
Uma em cada dez pessoas do mundo adoece todos os anos por consumir alimentos contaminados, que são responsáveis por mais de 200 doenças, indicam dados da ONU.

Uma em cada dez pessoas do mundo adoece todos os anos por consumir alimentos contaminados, que são responsáveis por mais de 200 doenças, indicam dados da ONU.
Por ocasião do Dia Mundial da Segurança Alimentar, que hoje se assinala, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) lançou um guia sobre segurança alimentar, promovendo boas práticas e alertando que a comida insegura mata.
Promovida, além da FAO, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a efeméride, tem este ano o tema “Normas alimentares salvam vidas” e destina-se a inspirar ações que permitam prevenir, detetar e gerir riscos de origem alimentar, contribuindo para a segurança alimentar, a saúde, o crescimento económico e o desenvolvimento sustentável.
No último dia de maio morreram 15 pessoas de uma mesma família na Namíbia, depois de comerem uma papa de cereais, alimento básico para os pobres do país, havendo suspeita de intoxicação alimentar.
A propósito do dia que hoje se assinala a Lusa falou com duas organizações que contribuem para a segurança alimentar e lutam contra o desperdício, numa altura em que, segundo as Nações Unidas, 870 milhões de pessoas passam fome no mundo, onde um terço dos alimentos que se produzem é desperdiçado. Na Europa desperdiçam-se em cada ano 88 milhões de toneladas de alimentos.
Para salvar alimentos do desperdício a empresa “Too Good To Go” (criada na Dinamarca em 2016 depois de um grupo de amigos ver ser deitada fora toda a comida que não tinha sido consumida num restaurante), faz, através de uma aplicação, a ligação entre consumidores e restaurantes, supermercados, mercearias e hotéis, permitindo aos utilizadores comprar a preços mais baixos produtos que não iam ser usados.
Mariana Banazol, diretora de marketing da empresa para a Península Ibérica, disse à lusa que a empresa está em Portugal desde outubro de 2019, tendo já a adesão de 1,5 milhões de utilizadores e de mais de 3.700 estabelecimentos. A “Too Good To Go” está hoje em 17 países, com mais de 80 milhões de utilizadores e 134.000 parceiros.
Em todos a ideia é a mesma: o estabelecimento ganha porque evita o desperdício alimentar e reduz perdas económicas, o consumidor ganha porque compra mais barato, e o planeta ganha porque se evitam impactos ambientais. Porque, lembra, “o desperdício alimentar é responsável por 10% das emissões de gases com efeito de estufa”.
Até hoje, a empresa já evitou, a nível global, que 200 milhões de caixas de produtos fossem parar ao lixo, o equivalente a 500.000 toneladas de dióxido de carbono (CO2). “Tem um impacto ambiental equivalente a 100.000 bilhetes de avião à volta do mundo ou a um duche quente e contínuo durante mais de 2.400 anos”, diz a responsável.
Em Portugal, a “Too Good to Go” já recuperou mais de 2,9 milhões de caixas, evitando o desperdício de mais de 2.900 toneladas de alimentos.
Frisando que o objetivo da empresa é “conseguir um planeta sem desperdício alimentar”, Maria Banazol diz querer mais lojas e utilizadores a juntar-se à causa. E lembra o projeto da empresa chamado “Observar, Cheirar, Provar”, de sensibilização e informação sobre datas de validade, já que a confusão sobre elas é responsável, diz, por 10% do desperdício alimentar na Europa.
Outra aplicação com o mesmo objetivo, esta nascida em França há uma década, é a Phenix. Em Portugal há sete anos, baseia-se também numa aplicação que faz a ligação entre as empresas e os consumidores. Supermercados ou restaurantes, frutarias, padarias ou talhos, floristas ou peixarias, vendem cabazes de produtos em fim de vida a preços mais baixos.
“Dão uma última oportunidade aos produtos mas também estão a divulgar o seu negócio”, disse à Lusa Carlos Hipólito, o responsável em Portugal da empresa, explicando que o cliente ao ir buscar o cabaz que comprou acaba por conhecer a loja em questão.
Além de apoiar as grandes empresas de retalho por exemplo com ferramentas para controlar validade dos produtos a Phenix trabalha com essas empresas e com instituições. São atualmente mais de 1.300, segundo o responsável, que recebem produtos gratuitamente, tendo as empresas, com isso, benefícios fiscais.
São instituições de todo o país que usufruem de produtos que depois, por exemplo, distribuem por famílias carenciadas. E quando esses produtos já não podem ser doados para humanos a Phenix também tornou possível, consoante os casos, o aproveitamento para animais.
Esta ligação entre grandes empresas e instituições é hoje o grosso do trabalho da Phenix. Carlos Hipólito lamenta que outros países não permitam, como Portugal, benefícios fiscais nestas doações.
Por eles existirem, afirma, a Phenix e os parceiros apoiaram no ano passado mais de 100 mil famílias (através das instituições) e foram doados bens equivalentes a 30 milhões de euros. “”Falamos de nove mil toneladas de alimentos doados, falamos de mais de 18 milhões de refeições, falamos de 63 mil toneladas de CO2 evitadas”, diz.
O Dia Mundial da Segurança Alimentar visa chamar a atenção e inspirar ações para ajudar a prevenir, detetar e gerir os riscos alimentares.
A ONU estima que morram anualmente 600 milhões de pessoas por consumirem alimentos não seguros.

DESTAQUE
TAXA DE VACINAÇÃO PODERÁ EVITAR NO FUTURO ATÉ 30% DE HOSPITALIZAÇÕES
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) estimou hoje que uma elevada taxa de adesão à vacina da covid-19 das pessoas com mais de 60 anos pode prevenir entre 21% e 32% de hospitalizações.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) estimou hoje que uma elevada taxa de adesão à vacina da covid-19 das pessoas com mais de 60 anos pode prevenir entre 21% e 32% de hospitalizações.
Numa conferência de imprensa conjunta com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), a diretora do ECDC, Andrea Ammon, disse que os modelos do centro europeu mostram que “uma campanha de vacinação contra a covid-19 no outono, com uma elevada taxa de adesão à vacina e dirigida a indivíduos com 60 anos ou mais, poderia evitar cerca de 21% a 32% de todas as hospitalizações relacionadas com a doença até fevereiro de 2024”, nos países da União Europeia e do Espaço Económico Europeu (UE/EEE).
“Em breve teremos a chegada do outono e do inverno, durante os quais prevemos um ressurgimento da gripe e do vírus sincicial respiratório (RSV)”, disse, salientando ainda que tem havido aumentos da transmissão da covid-19 na UE/EEE, antecipando “que irão circular conjuntamente nos próximos meses”.
Questionada sobre as calendarizações das campanhas de vacinação, Andrea Ammon salientou que estas dependem da situação epidemiológica de cada país, ressalvando que as vacinas adaptadas às novas estirpes da covid-19, da gripe e do RSV já estão no mercado e devem ser administradas “o mais cedo possível”.
“A melhor altura é agora, o período de vacinação está a começar, mas as campanhas nos Estados-membros dependem da circulação dos vírus, da situação epidemiológica”, referiu.
A responsável do ECDC adiantou também que o centro tem “recebido os dados da vigilância dos vírus”, mas apelou ao aumento da realização de testes, nomeadamente em ambiente hospitalar.
No que respeita especificamente ao SARS-CoV-2, o vírus que causa a covid-19, a EMA recomendou a autorização de duas vacinas adaptadas às estirpes mais recentes, dos laboratórios Pfizer (Cominarty) e Moderna (Spikevax) e de novos medicamentos.
DESTAQUE
CIBERSEGURANÇA: IDENTIFICADOS 961 ATAQUES ‘PRÓ-RUSSOS’ CONTRA PAÍSES NATO
O VisionWare Threat Intelligence Centre (VTIC) detetou 961 ataques cibernéticos cometidos por piratas informáticos pró-russos a países e organizações ocidentais entre outubro de 2022 e março de 2023, indica hoje um relatório oficial enviado à agência Lusa.

O VisionWare Threat Intelligence Centre (VTIC) detetou 961 ataques cibernéticos cometidos por piratas informáticos pró-russos a países e organizações ocidentais entre outubro de 2022 e março de 2023, indica hoje um relatório oficial enviado à agência Lusa.
Intitulado ‘A Ação dos Grupos Cibernéticos Pró-Rússia Contra os Estados-Membros da NATO’, o relatório é elaborado pela VTIC, um centro de operações e análise de ameaças cibernéticas que alerta as instituições públicas e privadas, a nível global, sobre os perigos da cibercriminalidade e da desinformação.
O centro produz relatórios geopolíticos relacionados com as ameaças em estudo, monitoriza atores de risco, notifica em tempo real, sempre que dados das instituições ficarem comprometidos, elabora relatórios de análise e estudo perante as principais ameaças e atores, divididos por tempo e setor de risco.
A análise do relatório incide na atividade cibercriminosa levada a cabo pelos grupos ‘KillNet’ e ‘NoName057(16)’, tendo sido verificada pela VisionWare, uma empresa 100% portuguesa, fundada em 2005, especializada em segurança de informação, cibersegurança, tecnologias de informação e investigação forense, ‘compliance’, privacidade, formação e ‘intelligence’.
Em declarações à Lusa, Bruno Castro, fundador e CEO da VisionWare, admitiu não haver confirmações de que o ‘hacktivismo” pró-russo seja patrocinado pelo Estado, pelo que uma eventual participação do Kremlin “é pouco clara”.
“Não há material que permita concluir que os grupos têm filiação ao Kremlin (ou ao GRU e FSB). No entanto, há uma estratégia ofensiva muito bem coordenada, de acordo com os interesses do governo russo”, frisou.
Segundo o relatório, foram analisadas, no total, 8.347 mensagens na rede social Telegram: 6.805 referentes aos ‘Killnet’ e 1.542 referentes aos ‘NoName057(16)’.
Durante o período analisado, o setor mais atacado pelos grupos em questão foram os ligados aos “Organismos Estatais, Banca e Defesa”, com um total de 371 ataques. Janeiro de 2023 foi o mês com maior frequência de ataques, 333, o equivalente a aproximadamente 35% do total.
Portugal foi vítima de dois ataques providenciados pelos ‘KillNet’, que atingiram os portais da Direção Geral de Saúde (DGS) e da Faculdade de Farmácia.
Nos dois trimestres analisados, 41% dos ataques ‘Killnet’ foram nos Estados Unidos. Entre os países que mais foram alvo de ataques por parte dos ‘NoName057(16)’, destacam-se a Estónia, a Letónia e a Lituânia — que sofreram 33,9% dos ataques efetuados por este grupo — e a Polónia.
No período de tempo analisado, entre os dois grupos de ‘hacktivistas’, a Polónia, em particular, sofreu um total de 123 ataques e a União Europeia (UE) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) foram alvo de 17.
Questionado sobre o que se avizinha para os grupos de “hacktivismo” pró-russos, Bruno Castro disse prever que continuarão a reagir aos assuntos da atualidade, observando as relações da Rússia com países terceiros.
“Este estudo, baseado na análise pormenorizada dos fenómenos diários que monitorizamos destes grupos, sugere que os alvos irão para além da Ucrânia. Por exemplo, os ‘KillNet’ reivindicaram a responsabilidade por ataques DDoS em grande escala contra os principais aeroportos dos Estados Unidos em outubro de 2022. Estes ataques não afetaram os voos, mas perturbaram ou atrasaram os serviços aeroportuários”, sustentou,
“Todos estes ataques DDoS dão prejuízos reputacionais e/ou financeiros, muitos deles, mais elevados do que calculamos. O relatório que apresentamos elucida para o desenvolvimento das capacidades, recursos e poder disruptivo destes grupos para atacar Estados e contribuir para a destabilização de sociedades”, alertou Bruno Castro.
Sob o mote ‘Challenging an Unsafe World’, a VisionWare, credenciada pela NATO, visa contribuir para o sucesso dos seus clientes, em estreita relação de parceria, “num mundo que é marcado pelas constantes inovações tecnológicas”, refere a VisionWare.
Os resultados do relatório, segundo a VisionWare, “ganham particular importância com o mais recente lançamento da Estratégia Cibernética do Departamento de Defesa de 2023 dos Estados Unidos, que se baseia na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, sendo uma das prioridades globais da estratégia cibernética norte-americana.
Nesse sentido, refere a VisionWare, o crescente cenário de guerra cibernética entre atores estatais e não-estatais representa “um dos desafios mais complexos e urgentes enfrentados na era digital”.
“Nesta nova forma de conflito, os atores utilizam habilidades cibernéticas para alcançar os seus objetivos políticos, estratégicos e ideológicos.
Os ataques cibernéticos lançados por atores estatais surgem de países com recursos significativos que podem realizar operações cibernéticas altamente sofisticadas, atacando infraestruturas críticas, sistemas de defesa e redes governamentais.
“Estes grupos, como ‘hacktivistas’, recorrem frequentemente a ataques DDoS, ‘defacing’ de ‘websites’, divulgação de informação e sabotagem digital para promover causas políticas e sociais”, refere a empresa portuguesa, o mesmo sucedendo com os ataques cibernéticos não estatais.
No entanto, “a natureza descentralizada e muitas vezes anónima” dificulta a atribuição de responsabilidade pelas suas ações.
“A guerra cibernética não se limita a ataques entre países rivais, incluindo também ações de grupos ‘hacktivistas’, cibercriminosos e extremistas, que operam com diversas motivações e maioritariamente sem vínculos oficiais a governos”, termina a VisionWare.
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