ECONOMIA & FINANÇAS
CRISE: UM TERÇO DOS RESTAURANTES NÃO REABRIU – COVID-19
Cerca de um terço das empresas de restauração não retomou a atividade suspensa devido à covid-19 e quase metade tem registado uma faturação média inferior a 10%, revelou hoje a associação representativa do setor.
Cerca de um terço das empresas de restauração não retomou a atividade suspensa devido à covid-19 e quase metade tem registado uma faturação média inferior a 10%, revelou hoje a associação representativa do setor.
A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) cita os resultados de um inquérito feito, entre 31 de maio e 03 de junho, com respostas válidas de 1.510 empresas, de restauração, bebidas e alojamento turístico, para reafirmar a necessidade de se adotarem medidas de apoio.
Segundo o levantamento feito, na data em que podiam reabrir, em 18 de maio, 36% das empresas de restauração não o fizeram, a mesma percentagem de estabelecimentos que pondera avançar para a insolvência.
Das empresas que voltaram a abrir portas, 45% respondeu no inquérito não conseguir ter uma faturação média acima dos 10%.
De acordo com as conclusões do inquérito, 62 em cada 100 empresas do setor afirmam não conseguir pagar os salários deste mês sem o recurso ao ‘lay-off’ e 21% ainda não tinha recebido o apoio da Segurança Social referente ao primeiro pedido.
Dos inquiridos, 16% não conseguiu pagar salários em maio e 18% não vai conseguir manter os postos de trabalho até ao final do ano.
Um terço das empresas de restauração e bebidas que recorreram a apoios financeiros e têm o processo aprovado disseram não ter ainda o dinheiro disponível e 28% das empresas não conseguiu concorrer ao programa Adaptar or as candidaturas já estarem encerradas.
Este programa visa apoiar empresas nos custos com novas regras de higiene e segurança.
Os resultados do levantamento feito pela AHRESP indicam que sete em cada 10 alojamentos turísticos encerraram devido ao novo coronavírus e quase metade não consegue perspetivar qualquer volume de faturação nos meses de junho a setembro.
Segundo as respostas obtidas, 18% das empresas pondera avançar para insolvência.
Metade dos responsáveis dos empreendimentos de alojamento que vão prorrogar o ‘lay-off’ até junho afirma não conseguir pagar salários neste mês se não tiverem esse apoio.
Nesta área de atividade, 32% das empresas referem não ter conseguido pagar salários em maio e 14% do alojamento turístico não vai conseguir manter os postos de trabalho até ao final do ano, de acordo com o questionário feito.
“É urgente que sejam atendidas as medidas que foram apresentadas ao Governo no passado dia 18 de maio”, alerta a AHRESP, em comunicado.
A associação pede que o Programa de Capitalização para Empresas do Canal HORECA seja tido em conta para “obter a viabilidade das empresas e salvaguardar a manutenção dos postos de trabalho”.
A AHRESP pede ao Governo um novo regime de ‘lay-off’ simplificado, para a manutenção do emprego, a aplicação da taxa reduzida de IVA para os serviços de alimentação e bebidas (6% no Continente, 5% na Madeira, 4% nos Açores), a isenção da Taxa Social Única devida pelo empregador e a redução das rendas não habitacionais.
Em Portugal, morreram 1.447 pessoas das 33.261 confirmadas como infetadas com o novo coronavírus, e há 20.079 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
Para o país, o Fundo Monetário Internacional prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.
Já Bruxelas estima para Portugal uma contração da economia de 6,8%, menos grave do que a média europeia, mas projeta uma retoma em 2021 de 5,8% do PIB, abaixo da média da UE (6,1%) e da zona euro (6,3%).
ECONOMIA & FINANÇAS
SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).
Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.
Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.
Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.
Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.
Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.
Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.
Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.
Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.
No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.
Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.
O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).
A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.
Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.
ECONOMIA & FINANÇAS
ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).
“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.
Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.
O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.
No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.
O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.
Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.
A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.
De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.
O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.
O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.
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