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BRUXELAS AUTORIZA O USO DO ANTIVIRAL REMDESIVIR NO TRATAMENTO AO COVID-19

A Comissão Europeia deu hoje ‘luz verde’ à comercialização do antiviral Remdesivir, que se torna assim o primeiro medicamento autorizado ao nível da União Europeia para tratamento da covid-19.

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A Comissão Europeia deu hoje ‘luz verde’ à comercialização do antiviral Remdesivir, que se torna assim o primeiro medicamento autorizado ao nível da União Europeia para tratamento da covid-19.

A autorização do executivo comunitário, concedida ao abrigo de um procedimento acelerado e de forma condicional, surge após uma recomendação da Agência Europeia de Medicamentos, de 25 de junho, que aprovou o recurso a este medicamento para o tratamento da covid-19 em adultos e adolescentes a partir dos 12 anos com pneumonia e que requerem oxigénio suplementar, e que em Portugal já tem sido utilizado em doentes graves.

Apontando que “a proteção da saúde pública é uma prioridade fundamental da Comissão”, Bruxelas indica que, “como tal, os dados sobre o Remdesivir foram avaliados num período de tempo excecionalmente curto”, o que permitiu que a autorização fosse concedida rapidamente no contexto da crise do coronavírus, “no prazo de uma semana após a recomendação da EMA, em comparação com os habituais 67 dias”.

“A autorização de hoje de um primeiro medicamento para tratar a covid-19 é um importante passo em frente na luta contra este vírus. Estamos a conceder esta autorização menos de um mês após o pedido ter sido apresentado, mostrando claramente a determinação da UE em responder rapidamente sempre que novos tratamentos se tornem disponíveis. Não deixaremos pedra sobre pedra nos nossos esforços para assegurar tratamentos ou vacinas eficazes contra o coronavírus”, comentou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides.

Um dia após a recomendação da Agência Europeia do Medicamento, o Governo português disse esperar que a Comissão Europeia autorizasse já esta semana a utilização do Remdesivir para casos de covid-19, como veio a suceder, tendo a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, indicado na ocasião que os hospitais ativaram o programa de acesso precoce e têm usado o Remdesivir “para doentes graves”.

Na passada quarta-feira, o Infarmed assegurou que Portugal tem ‘stock’ disponível e reserva para uso imediato do medicamento Remdesivir e que o laboratório não antecipa constrangimentos no seu acesso aos doentes portugueses.

“Podemos informar que existe ‘stock’ disponível do medicamento Remdesivir, de acordo com as alocações que têm vindo a ser feitas ao nosso país, constituindo uma primeira reserva que garante o acesso imediato ao medicamento”, destacou, em comunicado, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.

O Infarmed revelou ainda que, após contacto com o laboratório titular do medicamento Remdesivir, este confirmou que “antecipa que não venha a existir qualquer constrangimento no acesso ao tratamento por parte dos doentes portugueses, tendo a garantia de acompanhamento conjunto da situação”.

Na mesma nota, o Infarmed esclareceu que este medicamento “esteve sempre disponível em Portugal, mesmo antes de ter a referida autorização condicional, através de pedidos de Autorização de Utilização Excecional, assim os médicos assistentes o entendessem”.

Também na quarta-feira, a Comissão Europeia indicou que está a negociar com a empresa produtora a compra e reserva do medicamento Remdesivir, depois das notícias de que os Estados Unidos compraram à empresa Gilead Sciences praticamente toda a reserva para três meses do medicamento, o primeiro aprovado também naquele país para o tratamento de covid-19.

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BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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