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CRISE: AUSÊNCIA DE FESTIVAIS GERA PERDAS DE RECEITAS NA ECONOMIA REGIONAL

A ausência de alguns dos principais festivais de música em Portugal, devido à pandemia de covid-19, gerou perdas de vários milhões de euros nas regiões que os costumam receber, disseram à Lusa cinco municípios.

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A ausência de alguns dos principais festivais de música em Portugal, devido à pandemia de covid-19, gerou perdas de vários milhões de euros nas regiões que os costumam receber, disseram à Lusa cinco municípios.

A pandemia de covid-19 levou ao cancelamento, adiamento ou remodelação de eventos que, ano após ano, atraíam centenas de milhares de pessoas a diversos pontos do país, ao longo de vários dias.

A Norte, os presidentes das câmaras municipais de Paredes de Coura e de Caminha estimaram à Lusa perdas de cerca de sete milhões de euros com a não realização dos festivais previstos este mês e adiados para 2021.

“Se contabilizarmos que cada pessoa que frequenta o festival tem um gasto médio diário de 50 euros (que é uma quantia conservadora) teremos um impacto económico para a região perto dos cinco milhões de euros. Isto é uma perspetiva que peca por defeito porque alguns milhares de jovens chegam a Paredes Coura duas semanas antes. O que indicia que este valor pode atingir outras proporções se atendermos ao facto que a estadia de muitas pessoas varia entre os quatro a 16 dias”, disse à agência Lusa o presidente da câmara de Paredes de Coura, Vítor Paulo Pereira.

O festival de Paredes de Coura estaria a decorrer por estes dias, mas foi adiado para 2021, à semelhança do de Vilar de Mouros, no concelho de Caminha, que deveria decorrer entre os dias 27 e 29 deste mês.

O presidente da câmara de Caminha, Miguel Alves, calculou uma perda de receitas da ordem dos dois milhões de euros, mas sublinhou “ser difícil estimar o impacto real” da não realização do evento de música.

“O problema maior está no impacto indireto para a economia. Só no ano passado, a propósito do festival, foram produzidas 966 notícias, 24 horas em direto nas rádios e 14 horas em direto nas televisões. Isso representa um valor de 17,7 milhões de euros em retorno de comunicação nos ‘media’ para o concelho de Caminha”, destacou o socialista.

Mesmo sem aquele que é considerado o pai dos festivais portugueses, nascido em 1965, Miguel Alves referiu que, “este verão, há muita gente em Caminha, bem mais do que as melhores expetativas”, considerando que este movimento “cobre grande parte da perda estimada”.

Em Vilar de Mouros, “não existe parque de campismo, mas tem estado muita gente na praia fluvial onde, este verão, se registou mais vezes lotação máxima, tendo sido necessário içar a bandeira vermelha”. “Isso já aconteceu por 11 vezes até agora”, reforçou.

Em Paredes de Coura, segundo o socialista Vítor Paulo Pereira, o impacto atinge sobretudo o “alojamento, restauração e distribuição”, mas a não realização do evento afeta “todos os negócios”.

O autarca estima que “no caso dos cafés, bares e dos restaurantes” aquele movimento representava “50 a 60% da faturação anual”.

Há mais de 20 anos na Zambujeira do Mar, no concelho de Odemira (Beja), o Festival Sudoeste já faz parte da paisagem e, após 23 edições, este foi o primeiro ano em que os milhares de jovens não invadiram a Herdade da Casa Branca.

O impacto económico do cancelamento de um dos festivais mais visíveis do panorama musical português neste território “não é fácil de quantificar”, dizem os responsáveis locais tendo em conta que, ao contrário do esperado, o verão “até está a ser positivo” para o setor do turismo.

“Não é fácil quantificar o impacto e aquilo que podemos avaliar resulta das conversas que temos tido com os empresários locais que conseguiram reinventar a sua oferta. A perceção que temos é que a procura não se ressentiu, os alojamentos estão lotados, as praias têm tido muita gente e os restaurantes estão a funcionar muito bem”, disse à agência Lusa o vice-presidente da Câmara de Odemira, Ricardo Cardoso.

Um estudo divulgado no ano passado pela Câmara Municipal de Odemira sobre o evento de 2017 dava conta de que o festival tinha tido um impacto económico direto naquele concelho do litoral alentejano de dois milhões de euros (considerando gastos fora do recinto) e de 3,8 milhões de euros (considerando gastos dentro e fora do recinto).

“É evidente que o festival Sudoeste tem um impacto direto muito importante mas também tem um impacto indireto muito relevante, quiçá se a procura que estamos a viver agora não tem a ver com a notoriedade que o festival deu a esta costa e as pessoas quiseram procurar praias com menos gente e restaurantes com menos filas”, frisou.

Já o cancelamento do Festival do Crato, no distrito de Portalegre, devido à pandemia de covid-19, poderá ter provocado perdas na economia local até um milhão de euros, segundo fonte do município.

“Relativamente à economia local nós estimamos que possa existir perdas diretas e indiretas entre os 500 mil euros e um milhão de euros”, lamentou o presidente do município do Crato, Joaquim Diogo, em declarações á agência Lusa.

O autarca sublinhou que “não há uma estimativa real” em termos de perdas, mas que existe “uma perda nítida” em termos de posicionamento da marca deste festival de música, sendo este fator “irredutível, mas não é imensurável”.

O município do Crato esperava ainda encaixar com a edição deste ano do festival uma receita de 650 mil euros.

“Estamos a falar diretamente em termos de receita de 650 mil euros, mas também não temos despesa”, acrescentou.

Por seu lado, a Câmara Municipal de Tomar reconhece que o “impacto significativo” da não realização do festival Bons Sons, na aldeia de Cem Soldos, se traduz quer em termos económicos quer “ao nível da promoção do concelho, significativo para um território que tem no turismo uma das suas mais-valias”.

Sem quantificar valores (estimados pela organização em 3,5 milhões de euros), o vice-presidente da câmara de Tomar, Hugo Cristóvão, disse à agência Lusa que “a presença de milhares de festivaleiros no concelho contribuía de forma direta e bastante relevante para a economia local”, sobretudo a nível de “dormidas, restaurantes e supermercados”.

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MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO

O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

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O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.

“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.

E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.

A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.

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OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA

O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.

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O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.

Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.

A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.

Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.

O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.

O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.

Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).

O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.

Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.

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